Autor: Jeremy James, Irlanda, 18/8/2022.
Em julho do ano passado, publicamos um estudo intitulado "O Povo Judeu nas Profecias Referentes ao Fim dos Tempos". Reproduzimos abaixo a seção "Conclusão" daquele estudo:
Vemos ampla evidência hoje do fruto amargo produzido pelos servos de Satanás, incluindo aqueles incorporados dentro das instituições do Judaísmo. Mas, vemos pouco sinal ou evidência do remanescente justo. Essas pessoas ainda estão em um estado alienado e ainda têm de ser despertadas de seu sono rebelde. Será necessário um período tumultuoso de perseguição e sofrimento intenso para produzir isso. A Palavra de Deus chama esse período de "tempo de angústia para Jacó" (Jeremias 30:7).
O próprio Elias estava convencido que não havia outros servos do Senhor em Israel e, em desespero, derramou seu coração diante do Senhor. Ao chegar em Horebe uma viagem incrivelmente longa, que ele somente conseguiu completar devido à energia recebida das refeições miraculosas que o Senhor preparou para ele ele se acomodou no interior de uma caverna. Duas vezes o Senhor lhe perguntou: "O que fazes aqui Elias?" e duas vezes Elias deu a mesma resposta:
"E ele disse: Tenho sido muito zeloso pelo SENHOR Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada, e só eu fiquei, e buscam a minha vida para ma tirarem... E ele disse: Eu tenho sido em extremo zeloso pelo SENHOR Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada, e só eu fiquei; e buscam a minha vida para ma tirarem." [1 Reis 19:10,14].
O Senhor então revelou graciosamente para Elias Sua providencial preocupação com Israel:
"Também deixei ficar em Israel sete mil: todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda a boca que não o beijou." [1 Reis 19:18].
Dobrar os joelhos diante de Baal e beijar sua efígie eram marcas de apostasia.
Um profeta como Elias foi incapaz de reconhecer o remanescente justo que estava ao seu redor e nós hoje temos um desafio similar. Para aqueles que rejeitam a Palavra de Deus, ou que lidam de modo descuidado e irresponsável com aquilo que Ele revelou, o desafio é não-existente. Eles simplesmente decidiram que a Sinagoga de Satanás controla todo o Judaísmo e que os judeus não são mais parte do plano de Deus.
Os cristãos precisam evitar esses erros terríveis.
Satanás está fazendo o mundo inteiro se voltar contra os judeus. À medida que o tempo passa, um número cada vez menor fará uma pausa para distinguir entre a Sinagoga de Satanás e a generalidade dos judeus.
Um número menor ainda acreditará que o Senhor em Sua misericórdia preservou um remanescente justo entre eles.
Eles perguntarão: "Por que razão Ele faria isto?"
Todos os cristãos deveriam saber a resposta: Por amor ao Seu grande nome!
Idealmente, aquele estudo deveria ser lido em conjunto com este atual, pois ele cobre muitas questões similares.
Sérios Erros em The Matrix of Gog
Desta vez queremos enfocar um livro que foi publicado em 2014 The Matrix of Gog, de Daniel Patrick (com uma introdução escrita por Texe Marrs). Como o livro é parte da franquia de Texe Marrs, ele provavelemente alcançou muitos cristãos evangélicos. [Daqui para frente referenciaremos o autor por suas iniciais, DP.].
Os perigos sobre os quais advertimos em ensaios anteriores são bem evidentes nesse livro.
Antes de examinarmos as várias afirmações feitas pelo autor com relação aos judeus, precisamos considerar o contexto político volátil em que esse livro e outros similares estão inseridos. Entramos em um tempo em que os arquitetos da vindoura Nova Ordem Mundial estão inclinados a causar perturbações nas economias ocidentais. Se eles acenderem todos os pavios que já estão preparados, o nível de sofrimento e aflição em toda a sociedade será enorme. Atordoadas, em choque e quase incapazes de compreender o que está acontecendo, as massas procurarão alguém para acusar. A raiva será intensa e culpados terão de ser encontrados. O Maligno já posicionou propositadamente os judeus para esse propósito.
O mundo inteiro os acusará a nação judaica como um todo de fazer intencionalmente o sistema financeiro internacional entrar em colapso. Os judeus também serão acusados pelas atividades criminosas da indústria farmacêutica, a fraude da Covid, os confinamentos, as "vacinas" tóxicas e o papel proeminente realizado pela mídia para enganar o público. A lista crescerá mais e mais. Eles também se lembrarão, por exemplo, como Kay Griggs revelou, que os principais cargos no Departamento de Estado são ocupados exclusivamente por judeus e apoiadores do Sionismo secular. Eles também olharão para o modo como os executivos e empresários judeus na indústria do cinema em Hollywood promoveram o sadismo, a depravação e todos os tipos de perversões sexuais. As famílias que perderam seus queridos na crise dos opióides que já causou em torno de 500.000 mortes por overdose somente nos EUA apontarão para o papel central exercido pela família Sackler. Outros apontarão para os bilhões de dólares dados anualmente a Israel na forma de "empréstimos" não reembolsáveis pelo governo.
A Maçonaria, o Marxismo e as principais famílias dos Illuminati serão mencionados, mas os grandes ganhadores desta horrível loteria serão os judeus. Infelizmente, ninguém parará e perguntará "Quais judeus?" Não passará pela cabeça da pessoa mediana diferenciar entre um tipo de judeu e outro, ou perguntar se existe dentro da comunidade judaica uma cabala dedicada que opera de forma independente da comunidade e que é, em grande parte, desconhecida pela maioria dos próprios judeus.
Discutimos isto em nosso ensaio "Uma Compreensão Bíblica a Respeito da Sinagoga de Satanás" e recomendamos que os leitores que duvidam da existência dessa cabala perigosa leiam esse artigo referido.
O Tema do Livro
De volta para o livro de Patrick. Em essência, ele está dizendo que os judeus em Israel hoje não são geneticamente relacionados de algum modo com Abraão, Isaque e Jacó. Ao contrário, eles são descendentes de uma tribo de cerca de meio milhão de pessoas que vivia no território entre o Mar Negro e o Mar Cáspio no século 8. Hoje, isso corresponderia, aproximadamente, à região do sul da Rússia que está ao norte da Geórgia e do Azerbaijão. A tribo era alegadamente pagã, mas por razões políticas, seu rei, Bulan, decidiu tornar o Judaísmo a religião oficial do Estado no ano 740. O sucessor dele trouxe sábios judeus para ensinar o Judaísmo e estabelecer Yeshivas (escolas talmúdicas).
A tribo não era descendente de Sem, mas de Jafé, por meio de Magogue e Togarma. Eles são conhecidos como cazares (ou cázaros) e são túrquicos, em vez de semitas.
Os descendentes deles, de acordo com DP, são os judeus asquenazim (ou asquenazes), que constituem cerca de 90% dos judeus modernos. Os 10% restantes são sefardim (ou sefarditas), ou originários do Oriente Médio, isto é, descendentes dos judeus que viveram no sul da Espanha e no norte da África no século 8 (quando os cazares de converteram).
Essa hipótese cazar é apoiada por vários historiadores, incluindo (de acordo com DP) Heinrich Graetz, um historiados judeu amplamente respeitado do século 19. Arthur Koestler, o bem-conhecido autor judeu-húngaro, publicou um estudo detalhado dos cazares em 1976, intitulado The Thirteenth Tribe (A Décima Terceira Tribo). Ele também estava convencido que os judeus asquenazes descendem diretamente dos cazares túrquicos. Os leitores ficaram surpresos pela quantidade de detalhes e o número de fontes fornecidas por Koestler, mas eles observaram também a ausência marcante de fatos concretos. Os críticos afirmaram que ele interpretou incorretamente muitas de suas fontes e fez uso elástico de evidências fracas para corroborar suas hipóteses controversas.
Estudos linguísticos e genéticos foram feitos desde então para determinar se existem bases científicas para a hipótese cazar, mas eles são inconclusivos. Os geneticistas acreditam que cerca de 10% dos modernos judeus asquenazes possam estar aparentados com os cazares mas, dado que existiam mais de vinte grupos étnicos em Cazária, isto somente não nos diz coisa alguma. Uma grande proporção da população cazar poderia já ter raizes judaicas antes de Bulan ter emitido seu decreto.
Poderíamos gastar tempo examinando os méritos, se existentes, da hipótese cazar, mas, como veremos em breve, não há necessidade de fazer isso.
Ezequiel 38 e 39
DP pega a hipótese como um fato estabelecido e passa a combiná-la com uma interpretação excêntrica da profecia bíblica. No caminho, ele afirma que os eventos descritos em Ezequiel 38 e 39 já ocorreram. Ele afirma que a comunidade judaica mundial é controlada pelo ramo asquenazim, que adora e serve o demônio conhecido como Gogue, outro nome para Baal ou Satanás. Esse ramo conquistou o controle do sistema financeiro internacional vários séculos atrás e usou seu poder financeiro secreto para coagir o governo britânico a se comprometer por escrito a dar a eles a terra que era então chamada de Palestina. Esse comprometimento, conhecido como Declaração de Balfour, foi endereçada ao Lord Rothschild, em 2/11/1917. (A propósito, os Rothschilds, Warburgs, Seligmans, etc. eram todos sefarditas, não asquenazes!)
Apenas cinco dias depois, em 7 de novembro, um grupo de judeus iniciou uma revolução brutal na Rússia, que levou à matança de milhões de cristãos ortodoxos. Essa revolução foi financiada por banqueiros judeus de Nova York e de outros lugares.
A partir de um ponto de vista técnico, DP está errado quando afirma que "Gogue" tornou-se o governante oficial da Rússia em novembro de 1917. O tzar Nicolau II ainda estava vivo naquele tempo e estava na Rússia, embora sob prisão domiciliar. Embora ele tenha sido forçado a abdicar, em março de 1917, ele ainda era visto pela maioria dos russos como o legítimo chefe de Estado. Somente quando ele foi executado, junto com toda sua família, em 17 de julho de 1918, os marxistas puderam dizer que tinham usurpado o antigo regime.
DP vê nestes dois eventos históricos o cumprimento da invasão profética descrita nos capítulos 38 e 39 de Ezequiel. A Rússia, um país ferrenhamente cristão, foi tomado por uma cabala impiedosa que tinha como objetivo abolir o Cristianismo, matar os fiéis cristãos, demolir as igrejas (mas não as sinagogas), e estender a revolução deles via Marxismo para todos os países cristãos no mundo. Eles também fizeram uma reivindicação jurídica sobre a terra de Israel por meio da Declaração de Balfour e tornaram possível para os "cazares" se apresentarem, no modo mais convincente, como os verdadeiros descendentes de Jacó e seus legítimos herdeiros.
Entretanto, DP diz que essa aliança, ou promessa, pertence agora à igreja, não a Israel. "Quando nos tornamos cristãos... nos tornamos Israel." [pág. 73]. A Teologia da Substituição ensina que a igreja tomou o lugar de Israel, herdando todas as promessas, enquanto que Israel, por ter rejeitado o Messias, foi deixado somente com as maldições apresentadas em Deuteronômio 28. Na opinião de DP, isso significa que os judeus, como um povo, não tinham papel adicional no plano profético de Deus e que a terra, o solo de Israel, não era mais de importância alguma (exceto para os invasores 'cazares', que sentiram prazer em tomar o lugar dos judeus.)
Na verdade, na visão dele, a terra de Israel nunca foi nada mais do que um símbolo. Aqui está como ele explica:
"A terra que foi dada a Israel... está, na verdade, ali no Oriente Médio, mas essa terra sempre deveria ser apenas simbólica da 'terra' real, que são os nossos próprios corpos biológicos, feitos do 'pó da terra' e que agora pertencem a Jesus Cristo nosso Rei." [pág. 73].
Ele não somente elimina a terra de Israel como um elemento real ou substantivo na profecia bíblica, mas também elimina o povo judeu:
"... os judeus são um saco misturado de edomitas e cazares... Agora, os únicos verdadeiros judeus e o verdadeiro Israel hoje são aqueles que têm fé no Rei dos Judeus, Jesus Cristo, que herdou o trono de Davi sobre Israel." [pág. 83].
O material dele é de fazer cair o queixo. DP pega toda a profecia do fim dos tempos e, com um aceno imperioso de sua mão, vira-a de cabeça para baixo. Além disso, ele faz isso sem virtualmente consideração alguma à volumosa literatura escrita por homens piedosos que refutam com detalhes consideráveis as muitas afirmações irracionais dele. Em vez de defender sua tese como um homem, ele pega a opção da covardia e simplesmente ignora a massa de evidências em particular as muitas extensas passagens na própria Bíblia que refutam praticamente tudo o que ele diz.
Não temos de olhar muito longe para ver o quão contraditórias suas afirmações realmente são. Por exemplo, se a terra de Israel era apenas simbólica, então como pode Jesus herdar o trono de Davi sobre Israel? Se os cristãos são os únicos verdadeiros judeus, então quem está sendo castigado por Deus no fim dos tempos? DP tenta responder a isso como segue: "... Deus os está usando [referindo-se aos membros da cabala cazar] como um instrumento de debulhar para castigar Seu próprio povo [a igreja] e levá-lo ao arrependimento." [pág. 89]. Entretanto, ele não oferece um único verso da Escritura para apoiar essa afirmação bizarra. Como pode a Bíblia falar do "tempo da angústia de Jacó" [Jeremias 30] se Jacó não existe? A igreja é a noiva de Cristo, porém DP pede que interpretemos o castigo de Jacó no fim dos tempos como uma punição severa infligida por Cristo sobre sua noiva.
Nada disso faz sentido!
A Invasão de Gogue
A perversidade da tese de DP torna-se mais aparente quando ele faz uma declaração como a seguinte:
"Gogue [o demônio que dirige a cabala cazar] liderou cerca de sete milhões de invasores até a terra [isto é, a terra de Israel] e Deus lhes dará uma grande vala comum como túmulo." [pág. 119].
Esses sete milhões de pessoas, é claro, são os judeus que atualmente vivem em Israel, mas para DP eles são impostores cazares, liderados por um demônio voraz, que merecem ser aniquilados em massa por Jesus quando Ele retornar.
Dada sua dependência de Ezequiel 38 e 39, DP está obrigado a explicar como sua tese acomoda pelo menos alguns dos versos mais desafiadores naqueles capítulos.
Ezequiel 39:22 deveria representar um problema instransponível para ele, mas ele o contorna com um de seus saltos acrobáticos. Aqui está o verso em questão:
"E saberão os da casa de Israel que eu sou o SENHOR seu Deus, desde aquele dia em diante."
DP diz: 'É SOMENTE 'a partir desse dia em diante' que Deus diz que os cristãos saberão que Eu sou o Senhor" [pág. 121].
O que está acontecendo aqui? Este homem não tem vergonha. A Palavra de Deus é virada em qualquer direção que ele queira para apoiar suas convicções peculiares.
Vamos pegar outro verso:
"Então saberão que eu sou o SENHOR seu Deus, vendo que eu os fiz ir em cativeiro entre os gentios, e os ajuntarei para voltarem a sua terra, e não mais deixarei lá nenhum deles." [Ezequiel 39:28].
Isso será desafiador, até mesmo para um ginasta bíblico, mas ele contorna isso afirmando que "a terra" deveria ser interpretada como uma referência à igreja [pág. 123]. Na prática, ele está dizendo que a restauração do remanescente judaico na terra de Israel, conforme descrita nesses versos (26-29) é realmente um modo simbólico de referenciar a restauração da igreja para a igreja.
Novamente, temos de perguntar: O que está acontecendo aqui?
Fazendo Violência Contra a Palavra de Deus
Ele tenta justificar sua estranha hermenêutica afirmando que o Velho Testamento é apenas uma sombra da realidade revelada no Novo Testamento. Isso não deve ser interpretado literalmente. Ele é apenas uma história e os cristãos nascidos de novo que acreditam na história são como "criancinhas" que
"pensam no sermão ilustrado do Velho Testamento com seus rituas e simbolismos, terra e cidade literais como a realidade final, quando ele é somente uma sombra da verdade espiritual real que Deus está tentando fazer chegar até eles." [pág. 123].
A atitude dele em relação ao país que chamamos de Israel é igualmente bizarra. Ele o considera como "... um terreno no deserto que em breve será detonado, feito em pedaços e transformado em um vasto campo de sepultamento para todos os 'Goguesteres'!" [pág. 124].
Poderíamos citar muitos outros exemplos como este do livro dele.A hipótese cazar força seus aderentes a distorcer e torcer a Palavra de Deus, frequentemente de modos absurdos, para fazê-la servir aos seus propósitos. Eles não estão expondo o que a Escritura realmente diz, mas usando-a para seu próprio propósito e levando sua audiência sem discernimento até uma água parada em que há uma mistura de confusão e engodo. Muitos que têm essas visões são completamente sinceros e não têm intenção da causar mal algum. Apesar disso, como servos de Deus, somos obrigados a testar suas visões em relação à Palavra de Deus e expor seus erros. Ocorre que, neste caso, os erros são muito sérios e capazes de causar muito mal.
Conclusão
A hipótese cazar tem o objetivo de solapar a legitimidade e a integridade do povo judeu. Mesmo se, em uma data futura, alguns supostos especialistas afirmarem ter encontrado prova científica conclusiva que a hipótese é verdadeira, podemos seguramente rejeitá-la como irrelevante. Por quê? Por que a Palavra de Deus nos diz repetidas vezes que os judeus os descendentes diretos de Abraão, Isaque e Jacó ainda estão conosco hoje e continuarão a existir como um povo, ou uma nação, até Jesus retornar. O "tempo da angústia de Jacó" não faz sentido sem a existência de Jacó!
Os versos de Jeremias 30:2-9 declaram a matéria de forma muito clara. Incluímos alguns comentários expositivos para mostrar o quão completamente eles demolem os argumentos feitos em The Matrix of Gog:
[2] "Assim diz o SENHOR Deus de Israel: Escreve num livro todas as palavras que te tenho falado."
O Senhor enfatiza a importância daquilo que disse, instruindo Jeremias a registrar as palavras por escrito para que elas sejam preservadas para as gerações futuras. Existem poucos pedidos como este na Bíblia.
[3] "Porque eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que farei voltar do cativeiro o meu povo Israel, e de Judá, diz o SENHOR; e tornarei a trazê-los à terra que dei a seus pais, e a possuirão."
O Senhor refere-se a Israel e Judá. Algumas vezes "Israel" significa tanto os reinos do norte e do sul, e algumas vezes refere-se somente ao reino do norte. Aqui, o Senhor menciona ambos os reinos para mostrar inequivocamente que está se referindo a todos os judeus, a nação de Israel, em algum tempo distante no futuro. A palavra "Porque" aqui é um intensificador, acrescentando peso àquilo que será dito. Ele nos lembra de Sua antiga promessa, em que Ele transferiu a posse da terra para Abraão, Isaque, Jacó e seus descendentes, para sempre. O direito de posse, que Ele decretou, será cumprido no tempo devido. Ele garantirá que isso aconteça.
[4-5] "E estas são as palavras que disse o SENHOR, acerca de Israel e de Judá. Porque assim diz o SENHOR: Ouvimos uma voz de tremor, de temor mas não de paz."
Novamente, Ele enfatiza que está falando dos dois reinos, Judá e Israel. O Senhor refere-se ao período intermediário, quando Israel teve a soberania sobre a terra negada. Esse período foi de 722 AC até 1967 DC, quando Jerusalém foi restaurada ao domínio israelense. O reino do norte foi desmantelado após sua população ter sido enviada ao cativeiro, em 722 AC, enquanto que o reino do sul (Judá) desfrutou de somente alguns anos de auto-determinação limitada sob a liderança dos Macabeus. Apesar das aparências, Israel hoje (ano de 2022) não constitui um cumprimento bíblico da promessa de Deus, pois a terra, aos olhos de Deus, é o local onde todos os beneficiários de Sua promessa residem. Quando retornar, Jesus trará todos os judeus dos países onde eles estão dispersos e os estabelecerá ("o remanescente de Jacó") na terra que Ele reservou para eles. Até então, eles ouvirão nada mais do que "uma voz de tremor, de medo e não de paz".
[6] "Perguntai, pois, e vede, se um homem pode dar à luz. Por que, pois, vejo a cada homem com as mãos sobre os lombos como a que está dando à luz? e por que se tornaram pálidos todos os rostos?"
Esta pergunta não teria feito sentido até cerca de dez anos atrás. Como pode um homem tornar-se grávido e entrar em trabalho de parto? É impossível. Todavia, o Senhor fez essa pergunta totalmente incomum. A passagem até se refere a um grande número de homens nessa situação, sofrendo as agonias do trabalho de parto.
Os expositores bíblicos tradicionalmente interpretam esse verso como uma referência à dor intensa que os homens sofrerão no tempo da angústia de Jacó. Esta, sem dúvida, é uma interpretação perfeitamente válida e encaixa-se bem com o contexto. Entretanto, a escolha da ilustração é muitíssimo incomum. Afinal, as mulheres também sofrerão terrivelmente no tempo de angústia de Jacó, então por que usar usar uma imagem ou analogia que aplica-se somente aos homens?
A primeira parte do verso nos coloca no tempo de Jeremias, enquanto que a segunda parte nos convida para olhar para o futuro e discernir a forma das coisas por vir. Somente nos últimos anos é que entramos no tempo descrito, em que a "ciência" médica está tratando experimentalmente os desafios técnicos apresentados pelos transplantes de útero, que permitirão que "mulheres" transgêneros (isto é, homens) tenham bebês.
A interpretação tradicional desse verso está correta, em nossa opinião, mas ele parece também oferecer uma pista quanto ao tempo de angústia de Jacó.
[7] "Ah! porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante; e é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela."
Somos então levados abruptamente para o dia, o Grande Dia do Senhor. A ira de Deus cai sobre o mundo como um todo, e o tempo da angústia de Jacó inicia. O remanescente de Jacó será preservado, enquanto que a Sinagoga de Satanás e os outros judeus rebeldes serão destruídos.
Não tenha dúvida, o Senhor "reservará" um remanescente:
"Naqueles dias, e naquele tempo, diz o SENHOR, buscar-se-á a maldade de Israel, e não será achada; e os pecados de Judá, mas não se acharão; porque perdoarei os remanescentes que eu deixar." [Jeremias 50:20].
[8] "Porque será naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos, que eu quebrarei o seu jugo de sobre o teu pescoço, e quebrarei os teus grilhões; e nunca mais se servirão dele os estrangeiros."
A pessoa referenciada aqui ("seu jugo") é o Anticristo, o líder da Sinagoga de Satanás no fim dos tempos. Essa passagem sugere fortemente que a Sinagoga de Satanás mantém a nação de Israel em servidão há muito tempo. Jesus implicou o mesmo em João 8:44 ("Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.") Em Seu retorno, Ele quebrará o jugo e fará as correntes em pedaços.
[9] "Mas servirão ao SENHOR, seu Deus, como também a Davi, seu rei, que lhes levantarei."
Após o remanescente de Jacó ter se arrependido e sido libertado por Jesus, eles servirão como sacerdotes e Seus assistentes terreais no Milênio. A Igreja, a noiva de Cristo, que deixou a Terra antes de a ira de Deus começar a ser derramada, aparentemente servirá em uma posição mais elevada, possivelmente guardando os fiéis na Terra após os anjos serem julgados e entrarem em seu descanso ("Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?" 1 Coríntios 6:3).
Satanás quer que o mundo inteiro acuse os judeus pela devastação que em breve será causada pela Sinagoga de Satanás. Se eles forem destruídos pelas nações enfurecidas da Terra, então Jesus não conseguirá retornar como o Rei deles: "Porque eu vos digo que desde agora me não vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor." [Mateus 23:39]. E, se Jesus não conseguir retornar, então Satanás poderá continuar como o príncipe deste mundo. Isso também significa que Satanás provará que Deus estava errado e que algumas de Suas promessas eram falsas. Isso significa que Deus infringiu Sua Palavra e não está mais qualificado para aplicar julgamento sobre Satanás.
***
"E acontecerá em toda a terra, diz o SENHOR, que as duas partes dela serão extirpadas, e expirarão; mas a terceira parte restará nela. E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O SENHOR é o meu Deus." [Zacarias 13:8-9].
Observação: Este estudo deve ser lido em conjunção com outros estudos nesta série sobre Israel, notavelmente os quatro seguintes (dê um clique em cada gravura para ler o respectivo estudo).
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Autor: Jeremy James, artigo em http://www.zephaniah.eu
Data da publicação: 7/8/2022
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