Autor: Jeremy James, Irlanda, 22/3/2025.
Existem muitas orações na Bíblia que. depois que compreendemos o contexto delas, podem nos tocar profundamente. O mais surpreendente é a franqueza delas. O suplicante submete-se totalmente à soberana vontade de Deus. Algumas dessas orações são muito relevantes para nós hoje. Há uma, em particular, que parece saltar para fora da página toda vez que eu a leio. Essa é a oração do profeta no capítulo 9 de Daniel (Veja o Apêndice A).
Quando falamos da igreja hoje, podemos estar nos referindo à morna Igreja de Laodieia, de Apocalipse 3:14, ou à assembleia de todos os fiéis cristãos veradeiros incorporados dentro dela, isto é, a noiva de Cristo Apocalipse 19:7. Neste ensaio, quando nos referimos à igreja, estamos falando de todos que professam ser cristãos, tanto verdadeiros e mornos.
Tenha em mente que as falhas e fracassos da igreja de Laodiceia não se referem à noiva. A condição espiritual dessa igreja é dada por Jesus em sua descrição das outras seis igrejas nos capítulos 2 e 3 do livro do Apocalipse.
No capítulo 9 de Daniel, o profeta veio diante do Senhor Deus "com jejum e pano de saco e cinzas.
Tanto quanto podemos dizer, pouquíssimos cristãos jejuam hoje, embora Jesus implicou que o jejum deveria ser parte de nossa caminhada com Deus. ("E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão." Mateus :16).
Pano de Saco e Cinzas
Este não é caso com o pano de saco e cinzas. A primeira referência ao pano de saco na Escritura pode ser encontrada em Gênesis 37:34, onde Jacó rasgou suas vestes e colocou pano de saco sobre seus lombos (isto é, em volta de sua cintura). quando seus filhos o informaram que José, seu filho predileto, estava morto. Os comentaristas Jamieson-Fausset-Brown explicaram a prática como segue:
"Então Jacó rasgou as suas vestes, pôs saco sobre os seus lombos e lamentou a seu filho muitos dias." Os sinais comuns do luto oriental. A roupa é rasgada, de acordo com os sentimentos e aflições daquele que pranteia, e um pano de saco preto, de tecido grosso e áspero, ou um pano feito com os pelos de camelo. é enrolado em volta da cintura."
Os sacos de milho eram feitos com o mesmo material áspero e grosso. Acredita-se que nas ocasiões de intensa dor emocional, o pano de saco era usado como um irritante junto à pele para expressar a angústia do enlutado.
As cinzas foram também uma expressão de luto no caso de Tamar, a filha do rei Davi, cuja dor emocional estava relacionada não com a morte, mas com um estupro brutal por Amom, e a perda de sua virgindade:
"Então Tamar tomou cinza sobre a sua cabeça, e a roupa de muitas cores que trazia rasgou; e pôs as mãos sobre a cabeça, e foi andando e clamando." [2 Samuel 13:19].
As "roupas de muitas cores" que eram usadas por uma filha virgem do rei era análoga à "capa de muitas cores" que José vestia. Em cada caso, o crime que foi tanto vil e transformador de vida foi perpetrado por um ou mais membros da família da vítima.
A dor emocional e o arrependimento estão conectados. Considere as palavras de Jesus:
"Ai de ti, Corazim, ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom se fizessem as maravilhas que em vós foram feitas, já há muito, assentadas em saco e cinza, se teriam arrependido." [Lucas 10:13 e Mateus 11:21].
Hoje, o fiel cristão enlutado ou que quer mostrar arrependimento não usa pano de saco e cinzas. Por quê? Por que ele tem o Espírito Santo habitando dentro dele. Jesus pagou o preço do seu pecado. O Senhor lançou para longe os trajes imundos e o vestiu com linho branco puríssimo. Lamentar e chorar desse modo seria totalmente inapropriado. Vestindo pano de saco e cinzas, ele estaria dizendo ao mundo que ele tinha perdido aquilo que o Senhor lhe deu e revertido para seu estado anterior de não-regenerado:
"E segunda vez lhe disse a voz: Não faças tu comum ao que Deus purificou." [Atos 10:15].
Um Coração Quebrantado e Contrito
Mardoqueu foi outra pessoa que chorou e lamentou vestido de pano de saco e cinzas. Como o filho por quem Jacó pranteou, ele também tornou-se a mão direita do rei José governou em nome do Faraó e Mardoqueu governou em nome de Xerxes, rei dos persas. Você poderá se lembrar também que Daniel foi promovido duas vezes a um cargo similar, primeiro no reinado de Belsazar e depois no reinado de Dario.
A Palavra de Deus está dizendo para nós que o verdadeiro arrependimento diante de Deus é a oração em sua forma mais surpreendente e efetiva.
"Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus." [Salmos 51:17].
Neste verso, as palavras "sacrifícios para Deus" significam os sacrifícios que fazemos a Deus. Um coração quebrantado é um coração contrito, um coração arrependido, um coração que converteu-se profuntamnte do pecado e de tudo o aquilo que desagrada a Deus. O verso está dizendo para nós que Deus SEMPRE ouvirá e responderá a essa oração.
Para que não imaginemos que esse comprometimento refere-se somente àqueles que já alcançaram um alto padrão espiritual diante de Deus, a Bíblia inclui exemplos de orações de arrependimento eficazes feitas por indivíduos cujas vidas foram arruinadas pelo pecado. Acabe, rei do reino do norte, tornou-se envolvido nos esquemas satânicos de sua mulher, que incluíaram o assassinato de Nabote para conseguir obter sua vinha. O Senhor Deus enviou o profeta Elias para informar o rei do severo julgamento de Deus. Tanto ele e sua perversa mulher, Jezabel teriam uma morte violenta e todos seus filhos, incluindo suas famílias, seriam destrídos. Naturalmente, Acabe ficou muito abalado por esta notícia:
"Sucedeu, pois, que Acabe, ouvindo estas palavras, rasgou as suas vestes, e cobriu a sua carne de saco, e jejuou; e jazia em saco, e andava mansamente." [1 Reis 21:27]
Este era o mesmo Acabe que "fez grandes abominações, seguindo os ídolos, conforme a tudo o que fizeram os amorreus, os quais o SENHOR lançou fora da sua possessão, de diante dos filhos de Israel." [1 Reis 21:26]. Ele tinha se casado com uma bruxa de alto nível e atendia a todas as vontades dela, uma mulher que tinha perseguido e matado os profetas. Que um homem imerso nas trevas tenha se arrependido diante do Senhor Deus desse modo é algo admirável.
Ele deve ter sido sincero, porque o Senhor Deus o ouviu. Ele esperava ser perdoado e ter sua sentença anulada? Não podemos dizer com certeza, mas parece que sim. De qualquer forma, o Senhor Deus fez algo que me deixou admirado quando, como um novo convertido, estudei pela primeira vez esta passagem:
"Então veio a palavra do SENHOR a Elias tisbita, dizendo: Não viste que Acabe se humilha perante mim? Por isso, porquanto se humilha perante mim, não trarei este mal nos seus dias, mas nos dias de seu filho trarei este mal sobre a sua casa." [1 Reis 21:28-29].
Uau! Temos aqui um homem de grande violência e depravação, mas ele "se humilhou" diante do Senhor Deu. Como um recém-convertido e salvo, fiquei admirado ao ver que o Senhor concedesse a Acabe algum favor mas Ele fez isso. Acabe foi poupado da dor de ouvir que um um membro de sua família tinha morrido.
Existem outros exemplos em que o Senhor Deus em Sua grande misericórdia ouviu o apelo de um indivíduo cuja conduta tinha sido abominável. Durante grande parte de seu longo reinado de 55 anos, Manassés, rei de Judá, foi um idólatra flagrante, um homem cujas blasfêmias eram lendárias. Ele ofereceu crianças a Moloque ("Além disso, também Manassés derramou muitíssimo sangue inocente, até que encheu a Jerusalém de um ao outro extremo, afora o seu pecado, com que fez Judá pecar, fazendo o que era mau aos olhos do Senhor." 2 Reis 21:16), contratava os serviços de magos, astrólogos e necromantes, e até erigiu altares pagãos e uma imagem esculpida no templo.
Se fosse possível atribuir responsabilidade para um indivíduo pela queda final de Judá, um homem cuja impiedade finalmente empurrou o reino para o abismo, esse homem foi Manassés:
"Entregá-los-ei ao desterro em todos os reinos da terra; por causa de Manassés, filho de Ezequias, rei de Judá, e por tudo quanto fez em Jerusalém." [Jeremias 15:4].
"Todavia o SENHOR não se demoveu do ardor da sua grande ira, com que ardia contra Judá, por todas as provocações com que Manassés o tinha provocado." [2 Reis 23:26].
Perto do fim de seu longo reinado, ele fez algo que desagradou o rei da Assíria e foi aprisionado em Babilônia. A aflição que ele passou ali o fez voltar-se para Deus e ele "humilhou-se muito perante o Deus de seus pais; e fez-lhe oração, e Deus se aplacou para com ele" 2 Crônicas 33:12-13). Deus ouviu a oração de Manassés! O Senhor Deus "ouviu a sua súplica, e tornou a trazê-lo a Jerusalém, ao seu reino."
"Então conheceu Manassés que o SENHOR era Deus."
Misericórdia Que Ultrapassa a Compreensão Humana
Há uma misericórdia aqui que ultrapssa a compreensão humana. Quando ouço conversas sobre o Deus do Antigo Testamento, comparando-O com o Deus do Novo Testamento e implicando que Ele era de algum modo diferente, penso nessa passagem. Ele nunca muda! Ele é eternamente misericordiosoo, eternamente disposto a perdoar.
Como diz o Salmo 136 vinte e seis vezes: "Porque a sua benignidade dura para sempre"! Infelizmente, a humanidade não consegue ver isto. Até mesmo muitos fiéis cristãos parecem se esquecer disto:
"Louvem ao SENHOR pela sua bondade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens." [Salmos 107 um verso repetido 4 vezes!]
Manassés chegou finalmente ao lugar onde ele soube "que o Senhor é Deus".
Nabucodonosor levou sete anos para chegar ao mesmo lugar! Ele teve de viver como um animpal, com o entendimento de um animal, por todo aquele tempo. Mas, ele chegou lá, com a misericórdia de Deus. Talvez ele não apreciou que Deus estava sendo misericordioso enquanto ele pastava como um boi, um dia depois do outro, em um estado de profunda humilhação. Mas, tudo isso mudou no dia em que ele levantou seus olhos para o céu e bendisse o Altíssimo:
"Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, exalço e glorifico ao Rei do céu; porque todas as suas obras são verdade, e os seus caminhos juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba." [Daniel 4:37].
O tema central no livro de Ezequiel é virtualmente idêntico a esse. Homens caídos e rebeldes precisam passar pelo julgamento de Deus, frequentemente sofrendo imensamente ao longo do caminho, até aquela hora gloriosa quando eles entenderem "que o Senhor é Deus".
Você sabia que Ezequiel registrou a expressão "E saberão que eu sou o SENHOR" não menos que 51 vezes? Em parte alguma da Bíblia, com exceção do Salmo 136, encontramos esse grau admirável de repetição enfática. Esta é uma mensagem que o Senhor Deus quer que levemos para dentro de nossos corações e nunca permitamos que alguém ou alguma coisa dilua seu significado. De fato, se tivéssemos de expressar o tema da Bíblia em apenas uma frase, essa seria suficiente.
A Oração de Daniel
Pode parecer que percorremos um longo caminho desde a oração de Daniel, mas esse não é o caso. [Veja o capítulo 9 do livro de Daniel, versos 1-21, no Apêndice A.]. Nâo é nosso objetivo oferecer neste ensaio um comentário sobre essa oração. Ao revés, queremos mostrar que ela contém aspectos importantes que são muito negligenciados pela igreja moderna.
Além do jejum, que já observamos. ele faz o seguinte:
Ele descreve sua comunicação com Deus usando três palavras oração, súplica e confissão.
Ele descreve a vergonhosa condição espiritual de sua nação, sem oferecer desculpas pelos fracassos de sua nação.
Ele cita o código de conduta a Lei de Moisés que se aplicava incondicionalmente a todos os filhos de Israel, um código que todos ignoraram, negligenciaram ou violaram.
Ele apela que o Senhor Deus atente para a pavorosa circunstância em que eles vivem agora, como resultado de seus pecados.
Ele busca o perdão a favor de sua nação, embora eles não tenham base na retidão para buscar ou merecer Seu perdão.
Ele pede que Deus perdoe sua nação unicamente com base em Sua grande misericórdia e por amor de Seu grande nome.
Ele se refere repetidamente aos pecados, iniquidades e impiedades de seu povo, às suas transgressões e rebelião.
Ele confessa sua própria pecaminosidade e nunca tenta dissociar-se das falhas de suas nação.
Aqui está um homem cuja oração estava enraizada firmemente no princípio espiritual eterno "que Senhor é Deus". Podemos nos aproximar Dele somente reconecendo nossa própria condição miserável, arruinada e nossa profunda dependência Dele. Infelizmente, essa atitude ou disposição interior é quase impossível de discernir na igreja moderna.
Por Que o Homem Mais Excepcional Não Era Exceção?
É possível encontrar na Palavra de Deus uma pessoa mais reta do que Daniel? O Senhor Deus cita Daniel como um exemplo com poucos pares:
"Ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles pela sua justiça livrariam apenas as suas almas, diz o SENHOR Deus." [Ezequiel 14:14].
Tanto o grande anjo Gabriel, que assiste na presença de Deus, e outro anjo (não nomeado) referiram-se a Daniel como um homem "muito amado". O ministério dele, também foi excepcional, iniciando por volta do ano 605 AC e estendendo-se até 536 AC, aproximadamente. Todavia, aqui ele está, ajoelhado diante de Deus e confessando seus pecados.
Somos informados de algumas ocasiões em que um profeta de Deus confessou seu pecado (embora assumiríamos que todos eles confessaram). Por exemplo, Davi confessou sua relação extraconjugal com Bate-Seba e seu papel na morte de Urias, enquanto que Jeremias parece ter se incluído no pecado de Israel:
"Posto que as nossas maldades testificam contra nós, ó SENHOR, age por amor do teu nome; porque as nossas rebeldias se multiplicaram; contra ti pecamos." [Jeremias 14:7].
Um exemplo tocante no Novo Testamento é o de Pedro, que "chorou amargamente". O pecado dele foi tão chocante que Jesus se referiu a ele mais tarde e perguntou a Pedro três vezes se ele O amava.
É frequentemente comentado que Daniel estava orando a Deus para perdorar o pecado de Israel o que é verdadeiro mas quantos pregadores nos lembram que ele estava também confessando seus próprios pecados?
"Pecamos, e cometemos iniquidades, e procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos... Estando eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel..." [Daniel 9:5 e 20].
O apóstolo Paulo foi muito direto a respeito de nossa condição caída:
"Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal." [1 Timóteo 1:15].
"Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus... Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer." [Romanos 3:23 e 3:10].
Não, ningué, nem mesmo Daniel.
A igreja hoje tem um senso pouco desenvolvido do pecado. Ouvindo alguns pastores, uma pessoa poderia pensar que passou por uma completa transformação no Calvário e não tem mais o poder para ofender a Deus ou prejudicar o homem.
Isto é errado! E mais do que errado é herético. O pecado hoje não é menos ofensivo a Deus do que era quando Ele destruiu as cidades da planície. E não é menos repugnante que a lepra do que quando Deus fez Miriã se tornar branca com a lepra.
O que torna a oração de Daniel tão admirável é que ele inclui a si mesmo entre os pecadores de Israel, entre aqueles cujas transgressões levaram "a maldição e o juramento, que estão escritos na lei de Moisés, servo de Deus, se derramaram sobre nós; porque pecamos contra ele." (verso 11). Ele também diz: "Temos pecado, temos procedido impiamente" (verso 15).
Se não tivéssemos um Sumo Sacerdote para interceder a nosso favor, para dizer "Põe isso à minha conta" (Filemos 1:18), provavelmente seríamos esmagados pelo Maligno.
Já nos referimos várias vezes em ensaios anteriores à necessidade de se entristecer na alma com os males que afligem este mundo, especialmente aqueles que são permitidos por leis injustas e pela arrogância institucionalizada. Mas, esse tipo de amgústia raramente é demonstrada e a necessidade de se angustiar raramente é reconhecida.
Vamos Conversar Sobre Isto
Alguns anos atrás, discuti este assunto com um cristão fiel e sincero, que tinha vindo a Cristo em sua infância. Ele estava em geral disposto a expressar uma opinião sensata e tentava da melhor forma que podia interpretar as tendências do mundo por meio das lentes da Escritura. Eu esperava uma resposta cuidadosa, mas fiquei pasmo quando ele disse simplesmente: "Mas a Palavra de Deus diz que é assim que as coisas seriam no fim dos tempos."
Como Daniel teria respondido? Não podemos dizer com certeza, mas, à luz de sua oração e confissão no capítulo 9, acredito que ele teria dados uma resposta muito diferente. Ele poderia dizer: "Pecamos e agimos impiamente".
Durante esta época, a Época da Graça, a igreja é a testemunha de Deus na Terra. Isto significa que ela foi comissionada por Jesus para propagar o Evangelho. Milhões de almas perdidas não têm modo de aprender a respeito do Evangelho, a não ser que eles sejam evangelizados pela igreja.
Uma igreja que se recusa a sentir angústia é uma testemunha muito deficiente. Se não choramos por causa da pecaminosidade do mundo ao nosso redor, então como podemos reconhecer e atender à pavorosa condição espiritual daqueles que ainda estão escravizados pelo pecado? Como podemos testemunhar para os perdidos? Isso dificilmente parece ser possível.
Na última comunicação registrada entre Deus e o homem antes de Jesus nascer, o Senhor Deus falou enfaticamente em defesa daqueles que O temiam, chegando até a chamá-los de "joias":
"Então aqueles que temeram ao SENHOR falaram frequentemente um ao outro; e o SENHOR atentou e ouviu; e um memorial foi escrito diante dele, para os que temeram o SENHOR, e para os que se lembraram do seu nome. E eles serão meus, diz o SENHOR dos Exércitos; naquele dia serão para mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve." [Malaquias 3:16-17].
Observe em particular as palavras "falaram frequentemente um ao outro". Se essas joias, os homens e mulheres que temem a Deus, falam frequentemente um ao outro, então eles estão refletindo sobre a condição espiritual do mundo conforme visto por meio dos olhos do Pai Celestial. Eles estão tentando encontrar modos de alcançar aqueles que ainda não encontraram Cristo e levá-los à conversão. Essas "joias" são as almas que encaram sua comissão com seriedade e a seguem persistentemente, motivados por uma angústia comum e guidados por um objetivo comum.
Não é suficiente dizer: "Mas a Palavra de Deus disse que é assim que o mundo estaria no fim dos tempos." Se pudermos ver claramente a grosseira pecaminosidade e idolatria no mundo ao nosso redor, então deveríamos estar falando "um ao outro" a respeito disto! Devemos admoestar, repreender e exortar nossos conservos com toda a longanimidade e doutrina (2 Timóteo 4:2).
Infelizmente, isto não está acontecendo. Há muita "conversa mole para boi dormir" na igreja moderna, mas pouca ou nenhuma discussão profunda e sincera a respeito do mundo conforme Deus o vê. Sem essa discussão, a grande comissão não tem um firme fundamento; na verdade, talvez não temha funamento algum!
Conclusão
O Maligno está tentando explorar esse vácuo terrível criando uma instituição plausível dele mesmo. Essa instituição é o Gabinete da Fé da Casa Branca, que foi anuncniado pelo presidente Trump em 7 de fevereiro de 2025 veja abaixo para o qual ele indicou a pastora Paula White-Cairns como Assessora-Sênior. O propósito declarado é "ajudar as entidades baseadas na fé, organizações comunitárias e casas de adoração em seus esforços para fortalecer as famílias americadas, promover o trabalho, a autossuficiência e proteger a liberdade religiosa."
Isto pode parecer um objetivo louvável, mas quando cavamos uma pequena profundidade descobrimos que isso inclui um mecanismo que foi usado muitas vezes no passado para capturar e controlar os grupos independentes:
"O Poder Executivo quer que as entidades baseadas na fé, organizações comunitárias e casas de adoração, na maior extensão possível permitida pela lei, concorram em um campo de jogo nivelado para conseguir bolsas, contratos, programas e outras oportunidades de financiamento do governo federal."
Os incentivos financeiros permitem que o governo controle a religião organizada e dirija-a em qualquer direção que ele escolher. Eles são especialmente eficazes quando o critério de eligibilidade torna algumas "mensagens religiosas" mais aceitáveis do que outras. As igrejas que fizerem como o governo aconselhar serão recompensadas financeiramente.
A pessoa escolhida para liderar essa iniciativa de fé do governo federal nem sequer é uma cristã. Os ensinos da pastora Paula White-Cairns são claramente derivados, em parte, se não totalmente, da Nova Reforma Apostólica, que é um grupo religioso que examinamos em detalhe em nosso ensaio em https://www.espada.eti.br/nra.asp. Esta mulher ensina outro evangelho!
As Funções Oficiais do Gabinete da Fé da Casa Branca Incluem:
Coordenar com todas as agências para implementar treinamento e educação em todo o país para as entidades baseadas na fé que querem receber fundos construírem suas capacidades para a obtenção dos recursos.
Coordenar com as agências em identificar e promover oportunidades de concessão de fundos para entidades baseadas em fé e não lucrativas, organizações comunitárias e casas de adoração, especialmente aquelas que não têm experiência com o financiamento público, mas que operam programas eficazes.
- Identificar e propor meios para reduzir os encargos sobre o livre exercício da religião, incluindo barreiras legislativas, regulatórias, e outras, para a plena e ativa participação das entidades baseadas em fé, organizações comunitárias e casas de adoração em atividades e programas financiados ou conduzidos pelo governo.
Percorremos um longo caminho desde o tempo em que uma igreja sabia como chorar e se angustiar, até uma igreja que agora exulta com a prosperidade, ecumenismo e inclusividade, em que a liderança espiritual é orquestrada em nível federal por um governo apóstata, e quando a vasta maioria daqueles que professam ser cristãos em grande parte são insensíveis à ofensa causada pelo pecado a um Deus que é tremendamente santo.
Apêndice A
A Oração de Daniel Daniel 9
[1] No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus,
[2] No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, de que falara o SENHOR ao profeta Jeremias, em que haviam de cumprir-se as desolações de Jerusalém, era de setenta anos.
[3] E eu dirigi o meu rosto ao SENHOR Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza.
[4] E orei ao SENHOR meu Deus, e confessei, e disse: Ah! SENHOR! Deus grande e tremendo, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos;
[5] Pecamos, e cometemos iniquidades, e procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos;
[6] E não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, como também a todo o povo da terra.
[7] A ti, ó SENHOR, pertence a justiça, mas a nós a confusão de rosto, como hoje se vê; aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, e a todo o Israel, aos de perto e aos de longe, em todas as terras por onde os tens lançado, por causa das suas rebeliões que cometeram contra ti.
[8] Ó SENHOR, a nós pertence a confusão de rosto, aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, porque pecamos contra ti.
[9] Ao SENHOR, nosso Deus, pertencem a misericórdia, e o perdão; pois nos rebelamos contra ele,
[10] E não obedecemos à voz do SENHOR, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os profetas.
[11] Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se para não obedecer à tua voz; por isso a maldição e o juramento, que estão escritos na lei de Moisés, servo de Deus, se derramaram sobre nós; porque pecamos contra ele.
[12] E ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós, e contra os nossos juízes que nos julgavam, trazendo sobre nós um grande mal; porquanto debaixo de todo o céu nunca se fez como se tem feito em Jerusalém.
[13] Como está escrito na lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; apesar disso, não suplicamos à face do SENHOR nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniquidades, e para nos aplicarmos à tua verdade.
[14] Por isso o SENHOR vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós; porque justo é o SENHOR, nosso Deus, em todas as suas obras, que fez, pois não obedecemos à sua voz.
[15] Agora, pois, ó SENHOR, nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa, e ganhaste para ti nome, como hoje se vê; temos pecado, temos procedido impiamente.
[16] Ó SENHOR, segundo todas as tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte; porque por causa dos nossos pecados, e por causa das iniquidades de nossos pais, tornou-se Jerusalém e o teu povo um opróbrio para todos os que estão em redor de nós.
[17] Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo, e as suas súplicas, e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o teu rosto, por amor do SENHOR.
[18] Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos, e ouve; abre os teus olhos, e olha para a nossa desolação, e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias.
[19] Ó SENHOR, ouve; ó SENHOR, perdoa; ó SENHOR, atende-nos e age sem tardar; por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome.
[20] Estando eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do SENHOR, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus,
[21] Estando eu, digo, ainda falando na oração, o homem Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio, voando rapidamente, e tocou-me, à hora do sacrifício da tarde.
[22] Ele me instruiu, e falou comigo, dizendo: Daniel, agora saí para fazer-te entender o sentido.
[23] No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; considera, pois, a palavra, e entende a visão.
[24] Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo.
[25] Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos.
[26] E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações.
[27] E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.
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Autor: Jeremy James, artigo 416 em http://www.zephaniah.eu
Data da publicação: 9/4/2025
A Espada do Espírito: https://www.espada.eti.br/Apocalipse/daniel.htm![]()