Uma Análise do Policiamento Comunitário

O uso da Dialética Hegeliana (o Processo do Consenso) para redefinir o papel da polícia, transformando os policiais em facilitadores entre a sociedade ordeira (tese) e a criminalidade (antítese). Veja como as estratégias comunistas foram restauradas, redefinidas e estão agora sendo usadas para controlar a população sem que as pessoas percebam que estão sendo manipuladas.


Há um mito de que o comunismo está morto e a Guerra Fria acabou. Nada poderia estar mais distante da verdade. O problema é que hoje poucas pessoas entendem o que é realmente o comunismo e exatamente onde as linhas de batalha da Guerra Fria estão traçadas. Abra um dicionário e pesquise o termo "Materialismo Dialético". Você deverá encontrar uma definição mais ou menos assim:

"Uma filosofia criada por Karl Marx que forma a base da doutrina comunista: ela combina a idéia materialista da matéria sobre a mente com a Dialética Hegeliana, em que forças opostas estão constantemente sendo reunidas em um nível mais alto." — Lexicon Webster Dictionary.

Mas essa definição leva a pessoa fazer a pergunta: "O que é a Dialética Hegeliana?" Para o homem moderno, a resposta a essa pergunta é épica. A Dialética Hegeliana impactou profundamente o mundo em que vivemos.



O que é Comunismo?

A Dialética: Fomentando a Revolução

O conceito de dialética existe há muito tempo. É simplesmente o conceito das posições opostas: a tese (posição) versus antítese (posição oposta). Na lógica tradicional, se a minha tese é verdadeira, então todas as outras posições são, por definição, falsas. Por exemplo, se minha tese é que 2 + 2 = 4, então todas as outras respostas (antíteses) são falsas. George W. F. Hegel, filósofo alemão do século XIX, virou esse conceito de cabeça para baixo ao igualar a tese com a antítese. Todas as coisas se tornam relativas. Não existe verdade absoluta a ser encontrada em algum lugar. Em vez disso, a "verdade" é encontrada na síntese, uma contemporização entre a tese e a antítese. Essa é a essência do processo do consenso.

Isto é diametralmente o oposto da cosmovisão judaico-cristã predominante no mundo ocidental por quase dois mil anos, que assegura que Deus existe, que Ele existe exteriormente à criação material e que o homem tem uma obrigação moral para com Ele e com Suas leis. Como Deus era visto como transcendente, a verdade era considerada absoluta e transcendente, fora da nossa capacidade de manipulá-la. Isso tudo mudou com Hegel, e o homem moderno nasceu. O homem agora podia desafiar qualquer autoridade e posição, até mesmo Deus. Como não existe essa tal verdade absoluta, "minha verdade" é tão boa quanto a "sua verdade", então não me diga o que pensar nem como me comportar. Como Nietzsche, o filósofo do "Deus está morto" mais tarde diria, "Não há absolutamente nenhum absoluto." Agora, 2 + 2 pode ser igual a 5, ou 17, ou o que você achar que está certo. (Dica: é por isso que nossas escolas fracassam. Todos os professores são certificados com base na obra de Benjamin Bloom. Ele disse "... reconhecemos o ponto de vista que a verdade e o conhecimento são apenas relativos e que não existem verdades muito rígidas que existam por todo tempo em todos os lugares").

Mais ou menos ao mesmo tempo em que Hegel saía de cena, Karl Marx pegou a febre revolucionária. Ele se baseou fortemente em Hegel (dialética) e em Feuerbach (materialismo). Ele iniciou onde os outros filósofos deixaram a discussão, mas com uma diferença. Ele desdenhosamente declarou: "Os filósofos somente interpretaram o mundo de modos diferentes. A questão, no entanto, é mudá-lo." MUDAR O MUNDO estava para se tornar o propósito do marxismo. Na interpretação marxista da realidade, Deus foi abandonado. Sozinho no seu universo, o homem deveria preencher o vácuo deixado pela religião com o materialismo. A religião era o inimigo de todo o progresso. Como ele escreveu em 1843, "A religião é o ópio do povo." Sem estar mais preso em um relacionamento com seu Criador, a relação social do "homem com o homem" tornou-se o princípio de teoria de Marx. Segue-se que esses relacionamentos sociais, que necessariamente envolvem conflito, produzem as mudanças no progresso humano. Como as palavras de abertura do Manifesto Comunista anunciam: "A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes." Observe o raciocínio dialético: o choque dos opostos produz síntese e mudança. O homem, liberto das restrições religiosas, levará a revolução (transformação via conflito) adiante até que todos sejam iguais em uma utopia criada pelos homens na Terra. Para esse fim, o Manifesto conclui, "Proletários de todos os países, uni-vos!".

Resumindo, o marxismo:

A Guerra Fria. Onde é o campo de batalha?

A Mudança Acontece: a Reaculturação do Ocidente

Enquanto a revolução comunista ocorria em várias partes do mundo, uma discussão se formou dentro dos círculos intelectuais marxistas. Por volta da virada do século, surgiu uma tendência crescente dentro desse movimento da idéia de que um melhor meio de mudar o mundo não é de forma brusca e violenta, por força da baioneta (a revolução marxista tradicional), mas que ela deveria ser feita lenta e gradualmente por meio da transformação dos indivíduos e de suas instituições culturais. Desse modo seria possível controlar um país de forma tão eficiente quanto se ele tivesse sido conquistado militarmente. Aliás, esse método é preferível, porque dispensa a necessidade de reconstruir cidades bombardeadas e cavar todas aquelas valas para servirem de sepulturas coletivas!

O lar para essa nova onda de pensamento dialético marxista tornou-se a emergente "ciência" da sócio-psicologia. Pode ser uma surpresa para muitos descobrir que praticamente todos os pilares da psicologia moderna eram humanistas utopistas que acreditavam que não existe um Deus, que a humanidade pode e deve ser manipulada (para seu próprio bem, é claro), e que todos os problemas sociais podem ser resolvidos pela adequada reprogramação da mente humana. Isso levaria a uma era de paz e prosperidade baseada na diversidade, na tolerância e na unidade. A maioria do trabalho deles lida com os detalhes de comportamento humano, mas a visão geral era transformar a sociedade (ecoando a revolução). Portanto, eles vieram a ser conhecidos como "Marxistas Transformacionais".

Um desses grupos era o dos Socialistas Fabianos, que tomaram seu nome do general romano Fábio. Fábio enfrentou a invasão de Aníbal na Itália. Aníbal, com seus elefantes, tinha a vantagem de possuir forças superiores, mas estava longe de casa e dos suprimentos. Em vez de confrontar Aníbal diretamente em uma batalha que ele certamente perderia, Fábio utilizou a tática de atacar e fugir. Atormentando seu inimigo e desgastando-o pouco a pouco, parte por parte, até que Aníbal capitulou. Fábio venceu a guerra. Os socialistas fabianos adotaram essa estratégia em sua meta de socialismo mundial. De uma maneira semelhante, os marxistas transformacionais advogavam uma "lenta marcha pelas instituições", como diria o famoso marxista italiano Antonio Gramsci. As teorias de Gramsci não podem ser subestimadas neste contexto, uma vez que essa estratégia tornou-se sinônimo do seu nome. A Estratégia Gramsciana é a "Guerra de Posição", (isto é, o campo de batalha é a mente e a cultura) versus a "Guerra de Manobra", (isto é, a guerra tradicional em campo de batalha com fuzis e bombas). Gramsci levou à ira seus pares comunistas em Moscou quando ele basicamente lhes disse que estavam fazendo tudo errado. Gramsci morreu na prisão durante o regime de Mussolini, mas sua estratégia tornou-se a estratégia para mudar a sociedade. [1].

Enquanto isso, na Alemanha, um grupo de 21 sociólogos e psicólogos marxistas se reunia em Frankfurt e formava o Instituto de Pesquisa Marxista. Talvez porque isso era um pouco óbvio demais para seus adversários, eles mudaram o nome para Instituto de Pesquisa Social. Quando Hitler ascendeu ao poder, a maioria desses homens fugiu para os EUA e continuou seu trabalho ali. Kurt Lewin, J. L. Moreno, Theodor Adorno, Erik Fromm, Max Horkheimer e outros obtiveram posições de destaque em universidades americanas e tiveram seu trabalho financiado por fundações pró-marxistas.

Kurt Lewin é de interesse especial nesta discussão, pois foi ele que foi para o MIT e conduziu a pesquisa envolvendo as dinâmicas de grupo, que serviram de base para o Gerenciamento de Qualidade Total (TQM). Correndo o risco de simplificar demais como o processo de dinâmicas de grupo funciona, ele pode ser resumido como um método de modificação das crenças e do comportamento, usando a técnica do raciocínio dialético (lembre-se, "toda verdade é relativa"), no cenário de um grupo. Ele utiliza o temor inerente que um indivíduo tem de se alienar do grupo. Usando um agente de mudança, ou "facilitador" [2], os indivíduos são levados em direção a um "consenso", contemporizando sua posição para o bem da "harmonia social". De acordo com Lewin:

"Uma mudança bem sucedida inclui, portanto, três aspectos: DESBLOQUEAR o nível presente, MUDAR para o novo nível, e CONGELAR a vida do grupo nesse novo nível." [3].

Esta é precisamente a técnica com a qual os comunistas fizeram lavagem cerebral nos prisioneiros de guerra americanos, a única diferença é que eles podiam acelerar a fase de "desbloqueio" com tortura física. [4] Nas dinâmicas de grupo, a dor não é física, é emocional. Não subestime a força da dor emocional. Os prisioneiros de guerra freqüentemente descreveram seus longos períodos em isolamento como piores que algumas das torturas físicas mais brutais. O isolamento do grupo é uma arma poderosa de modificação de comportamento. Os marxistas transformacionais, como Kurt Lewin, refinaram suas armas para seu novo campo de batalha: usar dinâmicas de grupo para invadir a cultura e afetar a mudança de paradigma. Esta arma é assim:

O Cavalo de Tróia Marxista: o Gerenciamento de Qualidade Total (TQM)

TQM é uma estratégia de transformação organizacional que usa:

É impossível decodificar o termo "Gerenciamento de Qualidade Total" sem um entendimento da base marxista sobre a qual ele foi construído. Uso a palavra "decodificar" porque muitos dos conceitos dialéticos são mascarados por um significado ambíguo.

TOTAL = Holístico, Gestáltico, Global.

QUALIDADE [5] = Pessoas. (Também uma gíria, encurtamento para "sistemas de TQM" em geral, isto é, "Temos uma organização de Qualidade").

GERÊNCIA = Os facilitadores, os agentes de mudança.

Com esse pano de fundo, chegamos à aplicação atual da dialética em nosso país. Gostaria agora de focalizar o papel que seu órgão agência local de imposição da lei tem na "redefinição da cultura da América." O policial que faz a ronda em seu bairro tem um papel especial para representar, e ele nem sequer sabe disso. Não somente os agentes de mudança de TQM reestruturaram muitas das forças polícias na América, como estão agora em condições de tornar os próprios policiais em facilitadores na comunidade por meio de um programa chamado COPs, Community Oriented Policy — Policiamento Orientado à Comunidade. COPs é um programa financiado por verbas federais e administrado pelo Departamento de Justiça dos EUA. O que é COP? A definição mais sucinta que encontrei foi em um prospecto do Departamento de Justiça:

O Que É o Policiamento Comunitário?

Uma mudança na filosofia sobre os deveres da polícia versus responsabilidades da comunidade para um conceito de equipe de GERÊNCIA DE QUALIDADE TOTAL da comunidade. Reidentificação do papel da polícia como um FACILITADOR na comunidade. (A ênfase é minha).

Tradução: transformação de uma força policial local constitucionalmente autorizada, que executa suas atribuições de manter a ordem, para o de um agente de mudança que trabalha dentro da comunidade para criar uma mudança de paradigmas marxista. Preste bastante atenção ao que o influente marxista alemão Georg Lukács teve a dizer sobre quem são os facilitadores na comunidade: "As instituições na sociedade socialista que agem como os facilitadores entre o público e o privado são os sovietes. Eles são os congressos (grupos diversos), que facilitam o debate (dialogando para chegar a um consenso) dos problemas universais (as questões sociais) no contexto do cotidiano." [6].

Observe a referência ao "bem comum", o ideal sempre presente no estado comunista. Os direitos individuais tornam-se subordinados ao suposto bem maior. Isso levanta uma séria dúvida sobre o papel da polícia na sociedade como uma "parceira" dos grupos comunitários e dos programas de serviço social, que, devido ao obscurecimento das linhas de responsabilidade, não prestam contas ao público [os eleitores].

Para melhor entender a filosofia do policiamento comunitário, não é preciso procurar mais do que o falecido psicólogo social, o Dr. Robert Trojanowicz. Antigo diretor do Centro Nacional de Policiamento Comunitário, na Universidade de Michigan, ele é considerado o pai do Policiamento Comunitário. Considere as seguintes seleções de seus escritos:

"O controle social é mais eficiente no nível individual. A CONSCIÊNCIA PESSOAL É O ELEMENTO-CHAVE para assegurar o autocontrole, abstendo-se de comportamentos desviantes mesmo quando ele pode ser facilmente perpetrado." [8].

"A família, a próxima unidade em importância no controle social, é obviamente instrumental na formação inicial da consciência e no reforço contínuo dos valores que encorajam o comportamento ordeiro." [9].

Esta é uma admissão espantosa das dinâmicas fundamentais da prevenção dos crimes e da desordem social. Os pensadores mais conservadores vivos hoje não poderiam ter articulado melhor o que produz a tranqüilidade doméstica em qualquer sociedade. Os Pais Fundadores estavam entusiasticamente cientes desse fato. James Madison citou o fato que nossa forma de governo limitado é "totalmente inadequada" sem a consciência individual como um controle social interno. Então, em um esforço para resolver o caos moral da América, restauraremos a consciência pessoal encorajando a responsabilidade perante uma autoridade maior (os dez mandamentos) e fortaleceremos a família, certo? Não seja ridículo, diz o Dr. Trojanowicz.

"Infelizmente, por causa da redução da influência exercida, os vizinhos, a família estendida e mesmo a própria família, o controle social está agora freqüentemente mais dependente do controle externo, do que do autocontrole interno." [10].

Que droga, ele diz. Por causa do "infeliz" colapso da consciência e da estrutura familiar, a ordem social está dependente do "controle externo". Leia como "do Estado". Infelizmente, de fato! O Dr. Trojanowicz pondera o dilema da atual situação em seu trabalho O Policiamento Comunitário e o Desafio da Diversidade:

"Além de fazer perguntas (o raciocínio dialético questiona todos os absolutos) sobre nossa identidade nacional, o aumento da diversidade também levanta perguntas sobre como definimos os "valores" e a "moralidade". (Valores absolutos de certo e errado versus valores relativos.) Muitas crenças tradicionais fortemente mantidas derivam das tradições judaico-cristãs, misturadas com a fé nas virtudes intrínsecas da família e o sonho americano dos Estados Unidos como uma meritocracia em que aqueles dispostos a trabalhar duro prosperarão. Pode esse modelo englobar a experiência do número crescente de muçulmanos, hindus e budistas entre nós? (Por quê? Será que os hindus, muçulmanos e budistas não estão dispostos a trabalhar duro?) Ele reflete sensibilidade suficiente aos interesses das pessoas de cor, das mulheres e dos homossexuais?" [11].

Percebeu isto? As crenças judaico-cristãs tradicionais (com suas verdades e moral absolutas) estão fora, a diversidade e os valores relativos é que estão na moda. Se não formos restaurar a consciência individual e a família, qual é a solução que ele apresenta? Ele continua:

"A comunidade de interesses gerados pelo crime, desordem e medo da criminalidade torna-se a meta para permitir ao policial comunitário entrar na comunidade geográfica." [12].

Se você não caiu da cadeira ao ler esta última frase, é porque não estava prestando atenção. O caos social é a META do marxista transformacional. A crise da criminalidade e a desordem são a porta para policial como agente de mudança/facilitador entrar na comunidade (o "cliente", ou no termo mais novo, o "freguês") [13] e iniciar a mudança de paradigma! Embora esses engenheiros sociais admitam claramente o que é mais vital para tornar uma comunidade livre da criminalidade, eles não têm absolutamente nenhuma intenção de restaurar a "consciência individual" ou restaurar a família tradicional. Pelo contrário, há sessenta anos que esses psicólogos sociais estão introduzindo esses conceitos dialéticos em nosso sistema escolar com a intenção de demolir a consciência individual. Alguém duvida que eles foram bem-sucedidos? Para eles, não há volta:

"Eles (os americanos) podem ainda não reconhecer que não há 'volta para o básico' na educação." — Manual de Treinamento para o programa Goals 2000.

"Para que a 'Igualdade de Oportunidade' se torne uma parte do sonho americano, a família tradicional precisa ser enfraquecida." — Psicólogo social James Coleman.

"Para efetuar uma mudança rápida, deve-se montar um ataque vigoroso contra a família, para que as tradições das gerações presentes não sejam preservadas." — Psicólogo social Warran Bennis em seu livro The Temporary Society (A Sociedade Temporária). O livro Leaders (Líderes), de Bennis, era leitura recomendada aos que são promovidos a sargento no Departamento de Polícia de San Diego, uma vez que ele identifica os líderes de qualquer organização como "agentes de mudança".

O Dr. Trojanowicz admite em termos bem claros do que trata sua pesquisa:

"Deve-se também observar que o interesse contínuo em encontrar uma definição viável para o termo comunidade não foi meramente um exercício intelectual. O tema subjacente em grande parte da pesquisa é que uma vez que você possa identificar uma comunidade, descobriu a unidade primária da sociedade ACIMA do nível do indivíduo e da família, que pode ser mobilizada para tomar uma ação séria para produzir uma MUDANÇA SOCIAL POSITIVA." [14].

Apenas no caso de você duvidar da natureza marxista dos conceitos deles de transformação na comunidade, Trojanowicz cita Saul Alinsky, o agente de mudança marxista e extremista dos anos 60, que escreveu Rules for Radicals (Regras para Radicais). Alinsky propôs "comecemos a ver a comunidade pelo prisma das questões (questões=problemas=crises=conflitos) que, em essência, constitui o tipo mais urgente de comunidade de interesse." [15].

"O que o Policiamento Comunitário faz é colocar um policial diariamente em contato com a comunidade, de modo que ele receba as opiniões da comunidade na definição de prioridades. Ao contrário das ações da polícia do passado, em que os administradores da polícia ou os assim chamados líderes da comunidade definiam o plano de atuação da polícia, o movimento do policiamento comunitário incentiva os cidadãos comuns a se envolverem." [16].

Anteriormente, os administradores de polícia prestavam contas às autoridades eleitas para o governo, que por sua vez prestavam contas aos eleitores (democracia representativa). Esse novo paradigma que Trojanowicz descreve é exatamente o que o marxista George Lukács denominou de "democracia participativa" e não é nada mais que o conselho no estilo soviético. A Constituição dos EUA era a lei da terra (autoridade absoluta) que restringia a intromissão do governo nos direitos do indivíduo. Os autores da Constituição a escreveram de modo a isolar a esfera privada (o indivíduo) da esfera pública (o governo). Permita-me repetir Lukács:

"As instituições na sociedade socialista que atuam como facilitadores entre a esfera pública e a privada são os sovietes."

Praticando a dialética, estamos removendo a única barreira entre um governo tirânico e o cidadão privado. O policial que faz a ronda em sua vizinhança é agora esse facilitador, o soviete. Por que um policial?

"No papel de ombudsman/ligação na comunidade (isto é, de um facilitador), o policial comunitário também atua como o elo da comunidade com as outras agências públicas. A polícia é a única agência governamental aberta 24 horas por dia, o que o faz dela o agente público ideal para começar a regenerar o espírito de comunidade." [17].

O Soviete:

  • Um Grupo diverso.
  • Dialogando para chegar a um consenso.
  • Sobre uma questão social.
  • Em um encontro facilitado.
  • Para chegar a um resultado pré-determinado.

Conclusão: Idiotas Úteis?

Quando Lênin estava consolidando a revolução bolchevique, ele escreveu como implementaria a burocracia comunista sem crentes ferrenhos no marxismo. Embora os governantes no círculo mais interno da elite entenderiam a estrutura que ele estava construindo, Lênin disse que exploraria a vaidade e a ambição naturais das pessoas para prosseguir com sua agenda sem que elas soubessem o que realmente estavam fazendo. Ávidas para ganhar seus favores e progredir em suas carreiras políticas, elas se desdobrariam tentando promover essa agenda. Lênin chamou esse tipo de pessoas de "idiotas úteis". Antes que você rotule cada policial que você ver como um marxista dissimulado, tenha em mente que a maioria deles compreende pouco daquilo em que estão participando. Na realidade, a maioria dos policiais sabe intuitivamente que algo está errado em sua organização, mas entram no jogo, em vez de arriscar prejudicar sua carreira. Lamentavelmente, eles constituem um vasto exército de "idiotas úteis".

Sou completamente a favor de "promover a confiança mútua", "a cooperação entre a população e a polícia" e "a capacitação das vizinhanças." Essas "mudanças sociais positivas" são os pontos de venda do Policiamento Comunitário. Mas, na realidade, esses ideais atraentes camuflam o veículo da mudança marxista.

Quem perguntou aos cidadãos se eles queriam suas comunidades "transformadas" e seu governo "reinventado"? Quem perguntou aos pais se eles queriam que seus filhos aprendessem com seus sentimentos em vez de aprender com os fatos? Quem perguntou aos policiais se queriam que suas crenças e atitudes fossem manipuladas? Ninguém perguntou, porque se alguém perguntasse isso, seria colocado para correr para fora da cidade. Em vez disso, usando a técnica do raciocínio dialético, eles conspiraram para seduzir, enganar e manipular cada comunidade na terra para uma visão utópica da assim chamada "unidade na diversidade." Esses engenheiros sociais não têm intenção alguma de levar a população de volta para a consciência individual dentro da estrutura familiar para conservar a paz e tranqüilidade domésticas. Isso quereria um retorno ao reconhecimento e submissão à autoridade mais alta. Essa "visão" fracassou onde quer que fosse tentada. Ao participar da dialética, deificamos a razão humana; trocamos Deus e a verdade por valores relativos e o consenso; e abandonamos a liberdade individual e os direitos inalienáveis pelo bem comum e a diversidade. Na análise final, estamos destinados ao totalitarismo — e pior — à perda de nossas almas.

Os termos "comunismo", "socialismo", "marxismo", "Nova Ordem Mundial", etc., podem se tornar gastos e serem abandonados. Os nomes mudam, porque engano é uma das regras do jogo. Muitos erroneamente acreditam que a Guerra Fria acabou e que os EUA na verdade a venceram. Mas a revolução ainda está muito viva e a América está perdendo. A guerra cultural está feroz em nossas escolas, em nossos locais de trabalho, nos meios de comunicação e em nossas igrejas. Antonio Gramsci ficaria muito feliz se pudesse ver o quão eficiente foi sua estratégia.

Notas Finais

1. Certo governador de Arkansas estudou no Instituto Gramsci, na Itália.

2. Em trabalhos dos inícios dos anos 40 e 50, como Human Relations in Curriculum Change (Relações Humanas em Mudanças de Currículo), de Kenneth Benne, Plannings of Change (Planos de Mudança), de Warren Bennis e Planned Change (Mudança Planejada) por Ron Lippett, eles freqüentemente referem-se a esses auxiliares que produzem mudança como "agentes da transformação" ou "agentes de mudança". Os "agentes de mudança" eventualmente foram referidos simplesmente como "facilitadores", da palavra fácil, meio de guiar e tornar fácil.

3. Kurt Lewin, Human Relations in Curriculum Change (Relações Humanas em Mudança de Currículo), pág. 34. (Recentemente participei de um treinamento patrocinado pelo programa COPs, "Habilidades de Facilitação para a Polícia", que era um bruto rearranjo do livro de Kenneth Benne sobre mudança organizaciona. Ele expõe de forma proeminente materiais de Lewin).

4. Os psicólogos sociais Edgar Schien e Warren Bennis estudaram como os comunistas fizeram lavagem cerebral nos prisioneiros de guerra para então poderem aplicar suas técnicas "de forma humana" nas salas de aulas americanas.

5. Antonio Gramsci categoriza os objetos, as coisas que podem ser reproduzidas, como quantidade. "Qualidade" ele diz, "deve ser atribuído aos homens, não às coisas…" Cadernos do Cárcere, pág. 308, Se isso soa como um raciocínio intrincado, é porque ele é!

6. Georg Lukács, The Process of Democratization (O Processo da Democratização), pág. 46. O soviete pode significar um indivíduo, alguém que pratica a dialética, ou um sistema político. Na Rússia, o sistema soviético consiste de uma hierarquia de conselhos, do nível local até o escalão superior, o Supremo Conselho Soviético. Neste contexto, o soviete é o sistema, particularmente o conselho local.

7. O Policiamento Orientado aos Problemas (POP) foi supostamente "inventado" pelo Dr. Herman Goldstein. Mas as "técnicas de resolução de problemas" incorporada no POP foram criadas por Lewin por volta de 1940 e são simplesmente um pequeno aspecto da TQM.

8. Dr. Robert Trojanowicz, The National Center for Community Policing, University of Michigan, The Meaning of 'Community' in Community Policing, pág. 2.

9. Ibidem.

10. Ibidem.

11. Dr. Trojanowicz, Community Policing and the Challenge of Diversity, pág. 2.

12. Trojanowicz, The Meaning of 'Community' in Community Policing, pág. 3.

13. Em Planned Change (Mudança Planejada), de Ron Lippitt, a organização ou indivíduo que é visado para mudança é o "cliente", como se fosse um "consumidor" dos serviços do agente de mudança. Acredito que "vítima" descreve mais corretamente o recebedor desse "serviço". A Polícia de São Diego recentemente abriu uma nova divisão chamada Centro de Negócios. O conceito é correto no contexto do trabalho do Lippitt. Os "fregueses" do Departamento de Polícia são "consumidores" dos serviços de polícia.

14. Trojanowicz, The Meaning of 'Community' in Community Policing, pág. 4, ênfase adicionada.

15. Ibidem, pág. 9.

16. Ibidem, pág. 9.

17. Ibidem, pág. 10, ênfase adicionada.


Autor: Phillip Worts (Investigador no Departamento de Polícia de San Diego, na Califórnia; ele pode ser contatado pelo endereço eletrônico Xmarkszspot@aol.com.)
Artigo extraído do site Kjos Ministries, em http://www.crossroad.to
Data da publicação: 25/3/2006
Revisão: http://www.TextoExato.com
A Espada do Espírito: https://www.espada.eti.br/policiacomunitaria.asp