Baruque e o Arrebatamento

Autor: Jeremy James, Irlanda, 31/1/2022.

Alguns anos atrás tive uma conversa com outro fiel cristão em minha cidade, que gostava de fazer viagens incomuns ao exterior durante suas férias. Naqueles tempos em que virtualmente ninguém viajava à Europa Oriental, ele comprou uma viagem para Leningrado, agora conhecida como São Petersburgo. A URSS ainda estava intacta naquele tempo e regras rígidas tinham de ser observadas pelos turistas.

O visto de entrada foi aprovado pouco antes do voo dele para São Petersburgo. Ele sempre quis conhecer aquela cidade histórica e visitar lugares famosos, como o Museu Hermitage e o Palácio Peterhof.

Como estava viajando sozinho, ele se sentiu livre para modificar seu itinerário e decidiu visitar Kaliningrado, que era um enclave da União Soviética a cerca de 1.400 km a oeste de São Petersburgo. A viagem de trem durou 28 horas, mas ele achou que valeu a pena, pois lhe deu a oportunidade de explorar uma cidade que pouquíssimos ocidentais já visitaram.

Na metade do caminho de sua viagem de retorno São Petersburgo, ele foi subitamente abordado pela KGB, retirado do trem e levado até um posto militar bem desconfortável. É desnecessário dizer que ele ficou em choque. Um momento antes, ele estava na viagem que só se faz uma vez na vida e agora estava lançado em uma fria cela de prisão em algum lugar na União Soviética. Ele sequer tinha acesso a um telefone para notificar a Embaixada Irlandesa de sua situação.

No dia seguinte, exatamente quando ele pensava que sua vida nunca mais seria a mesma, dois oficiais grosseiros o tomaram pelo colarinho e o interrogaram severamente. "— Mas, o que fiz de errado?", ele tentou se justificar.

Aparentemente, o visto permitia que ele entrasse na União Soviética apenas uma vez. Como a viagem dele até Kaliningrado, que era território soviético, o fez passar pela Letônia e Lituânia, ele tinha tentado entrar na União Soviética uma segunda vez e, tecnicamente, tinha infringido a validade de seu visto. Aquela era uma infração muito grave.

Felizmente, o Senhor ouviu as orações dele. Após alguns gestos ameaçadores e uma advertência no estilo militar, ele foi enviado de volta a São Petersburgo, esgotado emocionalmente, porém sentindo um grande alívio.

Kaliningrado É uma Criação Estranha

Kaliningrado é uma criação estranha. Com seu nome anterior, Konigsberg, a cidade foi em certo tempo escolhida como local para a coroação da monarquia prussiana. Quando a União Soviética invadiu e derrotou a Alemanha em 1945, ela anexou e reteve Konigsberg, um acerto que foi posteriormente ratificado sob o Acordo de Potsdam. No típico estilo comunista, a cidade foi renomeada em honra a Mikhail Kalinin, um revolucionário bem-conhecido e membro do Politburo. O mais importante, porém, é que a maior parte de seus habitantes originais foi reassentada em outras áreas e a região foi repovoada com russos étnicos. Assim, aquela que tinha sido por muito tempo uma cidade alemã, com uma história honrosa tornou-se subitamente russa em todos os sentidos.

Hoje, a região situa-se como uma ilha entre a Polônia e a Lituânia, dois países membros da OTAN — veja o mapa. Tanto em termos políticos e geográficos, isto é uma anomalia, um pedaço artificial da Rússia que não existia até 1945.

Dado o modo como os fundamentos da próxima guerra são lançados enquanto a última está terminando, podemos ver por que as "grandes potências" criariam esse tipo de entidade. Se a Rússia ameaçasse o Ocidente, os países mais próximos a esse enclave sentiriam a ameaça mais de perto. Kaliningrado poderia servir como um posto de lançamento de um ataque contra a Polônia, um membro da OTAN. Em vez de permitir que isso aconteça, os líderes poloneses seriam fortemente tentados a invadir o enclave e neutralizar a ameaça. Entretanto, ao fazerem isso, eles estarão invadindo o território soberano da Rússia e fornecendo a Moscou a desculpa para entrar com tropas nos países bálticos e na região leste da Polônia. Se isso acontecesse, o conflito cresceria em escala até se transformar em uma grande guerra entre o Ocidente e a Rússia.

Parece que é para este ponto que estamos caminhando. Uma incursão russa na Ucrânia nos próximos meses poderia ser usada para aumentar a tensão entre o oriente e o ocidente até o ponto em que os poloneses se sintam restritos a pressionar o "botão" e entrar em Kaliningrado. Ao fazer isso, a OTAN estará atacando a Rússia.

Todas as Guerras São Cuidadosamente Planejadas com Antecedência

Todas essas guerras são cuidadosamente planejadas, muitas vezes com décadas de antecedência. Para a pessoa mediana, elas são prontamente explicadas por erros militares inevitáveis, soberba, mau julgamento e ambição política. É mais provável que o público aceite a explicação oficial se todos os países envolvidos forem vistos fazendo todos os esforços possíveis para evitar uma confrontação. Em seguida, quando as hostilidades iniciarem, pouquíssimos entenderão que essa era a intenção o tempo todo. Veja em nosso ensaio 141, intitulado "The Next Choreographed War" (não traduzido, disponível no site do autor) uma discussão mais detalhada disso.

A igreja cristã ignorou esta realidade por tempo demais. Como resultado, o Maligno conseguiu seguir seus planos altamente ambiciosos sem ter de lidar com qualquer oposição espiritual séria.

Nossa arma principal é a oração, especialmente a oração congregacional, mas uma igreja que se reúne e ora contra os males deste mundo somente um dia por semana certamente está tendo um desempenho abaixo do que poderia ter. Pior ainda, deixando de ver como esse mal se perpetua, a igreja não está sequer orando a respeito da fonte real da impiedade em nosso meio.

Quando a igreja caiu sob ataque no passado, ela pôde ver seus atacantes e os métodos que eles usavam. O Maligno modificou sua estratégia por volta de 1650 e começou a desenvolver métodos altamente sofisticados de engodo. O principal método foi a infiltração. Ele treinava seus servos para entrar nas fileiras do Cristianismo verdadeiro e solapá-lo a partir de dentro. Ele também tomou o controle das ciências empíricas e convenceu a humanidade que a verdade objetiva poderia ser estabelecida somente por meio da aplicação rigorosa da metodologia correta. Essa abordagem "esclarecida" permitiria que o homem "revelasse" a verdade para si mesmo, sem ter de depender de Deus.

Escondendo o Sacrifício dos Mártires

Até aquele tempo, o sangue derramado dos mártires tinha colocado obstáculos demais no caminho do Maligno. Quanto mais cristãos ele perseguia e torturava, ou caçava e despedaçava, mais difícil sua tarefa se tornava.

Como parte de sua nova estratégia, ele atraiu gradualmente os fiéis para longe de uma compreensão compartilhada daquilo que os mártires tinham alcançado. Ele lentamente transformou o sofrimento e sacrifícios deles em anedotas, que não tinham um contexto histórico positivo, ou eventos infelizes que autores superzelosos tinham exagerado.

Cem anos atrás, virtualmente todos os fiéis cristãos tinham ouvido do Livro dos Mártires, de John Foxe, e muitos possuíam um exemplar dele. Ele foi publicado originalmente em 1563 e passou por muitas atualizações e edições. Os pastores e pregadores o usavam para lembrar os fiéis que suas liberdades religiosas tinham sido conquistadas a um grande custo e que o Maligno estava continuamente planejando contra eles, até mesmo quando nada demais parecia estar acontecendo.

O espírito que estava por trás das atrocidades relatadas por Foxe é o mesmo que planeja contra a igreja hoje. Naquele tempo, o Maligno trabalhou principalmente por meio da ala militante da Igreja Católica, enquanto que agora trabalha também por meio da Maçonaria, do Marxismo, do Islã, da Cabala e do Movimento de Nova Era. Para apreciar melhor o que estamos enfrentando hoje, uma ameaça mortal em uma forma disfarçada, convidamos nossos leitores a considerar o espírito tenebroso em estava em operação nos seguintes exemplos, extraídos da antologia de Foxe.

No primeiro caso, vemos como um católico compassivo ficou horrorizado com o que os outros católicos tinham feito:

"Em 1560, o papa Pio IV ordenou que todos os protestantes fossem severamente perseguidos em todos os Estados italianos, quando grandes números de pessoas de todas as idades, sexo e condição social, sofreram martírio. Com relação às crueldades praticadas nesta ocasião, um católico romano bem instruído e compassivo falou assim a respeito deles em uma carta a um nobre:"

"Não posso, meu senhor, deixar de revelar meus sentimentos, com relação à perseguição que está acontecendo agora: acho que é cruel e desnecessária; tremo diante da maneira de matar, pois se parece mais com a matança de bezerros e ovelhas, do que com a execução de seres humanos. Relatarei para sua senhoria uma cena pavorosa, da qual eu próprio fui testemunha ocular: setenta protestantes foram colocados juntos em um calabouço imundo; o carrasco ia até o meio deles, escolhia um entre eles, vendava seus olhos, conduzia-o até um local aberto na frente da prisão e cortava a garganta dele com a maior compostura. Em seguida, ele caminhava calmamente para a prisão mais uma vez, já manchado de sangue e, com a faca em sua mão, selecionava outro, e o despachava do mesmo modo; e isto, meu senhor, ele repetiu até que todos foram mortos. Deixo para os sentimentos de sua senhoria julgar minhas emoções naquela ocasião; minhas lágrimas agora molham o papel sobre o qual escrevo esta descrição. Outra coisa que preciso mencionar — a paciência com a qual eles enfrentaram a morte: todos pareciam resignados e piedosos, orando fervorosamente a Deus e enfrentando seu destino com ânimo em seus corações." [tradução nossa].

No segundo caso, vemos como a multidão frequentemente justificava suas ações afirmando que suas vítimas estavam possessas pelo diabo:

"Giovanni Palenchion, por se recusar a se tornar um papista, foi amarrado ao rabo de uma mula a arrastado pelas ruas de Lucerna, em meio aos gritos de aprovação de uma multidão desumana, que o apedrejava e gritava: 'Ele está possesso pelo diabo, pois, nem sendo apedrejado e arrastando pelas ruas, ele morre, pois o diabo o mantém vivo.' Eles então o levaram até às margens do rio, o decapitaram e deixaram a cabeça e o corpo ali, sem serem enterrados, às margens do rio." [tradução nossa].

O terceiro exemplo mostra como o terror foi usado para intimidar as comunidades religiosas e forçá-las a renunciar às suas crenças.

"Paul Clement, um ancião da igreja de Rossana, depois de ser apreendido pelos monges de um monastério vizinho, foi levado até o mercado da cidade, onde alguns protestantes tinham acabado de ser executados pelos soldados. Os corpos mortos foram mostrados a ele, para que a visão o intimidasse. Ao ver os corpos, ele disse calmamente: 'Vocês podem matar o corpo, mas não podem fazer mal à alma de um fiel verdadeiro; mas, com relação ao espetáculo pavoroso que me mostraram aqui, podem ter certeza que a vingança de Deus virá sobre aqueles que mataram essas pobres pessoas e os punirá pelo sangue inocente que derramaram.' Os monges ficaram tão exasperados diante dessa resposta que ordenaram que ele fosse enforcado diretamente..." [tradução nossa].

O quarto exemplo é, provavelmente, o mais chocante de todos, pois mostra como uma multidão — um grupo de pessoas que de outro modo são racionais — pode ser levada a olhar para seus vizinhos, amigos e parentes como criaturas sub-humanas que precisam ser destruídas:

Vários homens, mulheres e crianças esconderam-se em uma grande caverna, onde ficaram em segurança durante algumas semanas. Era costume que dois homens saíssem quando necessário e, furtivamente, procurassem obter provisões. Entretanto, um dia esses dois homens foram observados e, desse modo a caverna foi descoberta. Logo depois, uma tropa de católicos-romanos apareceu diante dela. Os papistas que se reuniram nesta ocasião eram vizinhos e amigos íntimos dos protestantes que estavam na caverna, sendo que alguns até eram parentes deles. Portanto, os protestantes saíram e imploraram, pelos vínculos de hospitalidade, pelos vínculos sanguíneos e como velhos amigos e conhecidos, que eles não os matassem. Mas, a superstição supera todas os sentimentos de natureza e humanidade, de modo que os papistas, cegos pelo preconceito, disseram-lhes que não poderiam mostrar misericórdia alguma para hereges e que, portanto, eles deveriam se preparar para morrer. Ao ouvirem isto e conhecendo a obstinação fatal dos católicos-romanos, os protestantes ficaram de joelhos, ergueram suas mãos e corações ao céu, oraram com grande sinceridade e fervor e depois, inclinando-se, puseram o rosto no chão e aguardaram pacientemente seu destino, que foi logo decidido, pois os papistas caíram sobre eles com fúria incessante, os despedaçaram e deixaram os corpos e membros desfigurados na caverna.

As famílias luciferianas multibilionárias que controlam o mundo hoje estão sob o domínio do mesmo espírito das trevas, a força sobrenatural perversa que levou a humanidade caída cometer os atos pavorosos registrados para a posteridade por John Foxe.

As Lições da História Estão Sendo Esquecidas

Apresentamos esses quatro excertos do Livro dos Mártires para mostrar o quão importante é que não nos esqueçamos das lições da história. Infelizmente, a maior parte dos cristãos professos já se esqueceu. A maioria tem somente uma vaga noção da extensão em que o espírito do Anticristo agrediu a igreja ao longo dos últimos dois mil anos. Como resultado a interpretação deles dos eventos descritos do livro do Apocalipse é, em grande parte, alegórica. Para eles, quase não parece possível que o "homem moderno" possa recorrer a esse tipo de brutalidade horrível e colocar toda vida na Terra à beira da aniquilação em apenas sete anos.

Se não compreendermos o passado, não compreenderemos o que está à frente. Isto nos leva ao mais significativo de todos os eventos futuros.

Muitos cristãos hoje estão impacientes, esperando o Arrebatamento. Eles podem ver as trevas que estão se aproximando e a impiedade nas altas esferas. Eles estão desfalecidos por causa dos planos horríveis que Satanás e seus servos terreais fizeram para subjugar a humanidade e instalar o Anticristo. Portanto, eles querem deixar a Terra antes que as vidas ordeiras que eles tiveram até aqui comecem a se desmoronar.

A impaciência deles é compreensível — em algum grau — mas não se ela perturba a tranquilidade mental deles. Infelizmente, isto parece estar acontecendo. Muitos estão especulando a respeito de datas e tentando entender quando este evento extraordinário provavelmente ocorrerá.

Se olharmos mais de perto para aquilo que o apóstolo Paulo disse aos Tessalonicenses, veremos que ele esperava que os fiéis cristãos tivessem uma atitude diferente:

"Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras." [1 Tessalonicenses 4:17-18].

Esses fiéis cristãos deveriam consolar uns aos outros, compartilhando as boas novas do Arrebatamento, um evento que poderá ocorrer a qualquer momento. Consolar aqui significa renovar a confiança, acalmar a ansiedade e tranquilizar o coração da pessoa.

Os cristãos que acreditam no Arrebatamento Pré-Tribulação não devem ter preocupações a respeito de quando ele ocorrerá. Esta é uma questão para Deus somente. Nossa tarefa é viver na expectativa que ele acontecerá no momento que for melhor para todos e nos fortalecermos continuamente com o conhecimento que estamos nas mãos de Deus. Nenhum de nós adquiriu esse dom por seus próprios esforços, porém fomos escolhidos por Deus em Sua misericórdia para recebê-lo.

Ao revés, devemos pensar naqueles que ainda não encontraram Jesus Cristo e aqueles cujas esperança serão despedaçadas pelos eventos do fim dos tempos. Os fiéis cristãos estão prontos para testemunhar para essas pessoas que estiverem aflitas, ou estão eles focados principalmente em seus interesses particulares?

Como nos Dias de Noé

O Senhor Jesus disse que os dias da vinda do Filho do Homem serão similares aos dias de Noé:

"E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem." [Mateus 24:37-39].

Muitos consideram que esta passagem significa que a vida no tempo de Noé estava bem estabelecida e nada desfavorável, ou diferente do natural, estava acontecendo. Mas, não é isso o que a Palavra de Deus diz:

"A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência." [Gênesis 6:11; veja também o verso 13].

"E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente." [Gênesis 6:5].

Se a Terra estava cheia de violência antes do Dilúvio, ela também estará repleta de violência antes do Arrebatamento.

O quanto dessa violência os fiéis cristãos terão de suportar? Simplesmente não sabemos.

Nossa Tarefa

Entretanto, o que sabemos, é que nossa tarefa como servos de Deus não mudou nem um pouco. Falando a respeito do fim dos tempos, Jesus disse: "E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará." [Mateus 24:12]. A palavra grega que foi traduzida como "esfriará", também tem o sentido que "esfriará cada vez mais".

Outras versões traduzem isso como "tornar-se-á mais frio", mas isso perde o fato que esse é um processo de deterioração que se tornará cada vez pior, como uma temperatura que continua caindo.

Podemos contrastar isto com a caridade constante e resoluta dos fiéis cristãos verdadeiros, que parecem brilhar mais intensamente à medida que o amor dos outros torna-se cada vez mais frio:

"Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito." [Provérbios 4:18].

O "dia perfeito" é o dia de Cristo, quando nosso Redentor retorna e os santos são reunidos a Ele.

O Senhor pode usar este tempo para nos abençoar, enquanto prepara o corpo coletivo dos fiéis cristãos nascidos de novo para o dia perfeito.

"Bem-aventurado é o homem a quem tu castigas, ó SENHOR, e a quem ensinas a tua lei; para lhe dares descanso dos dias maus, até que se abra a cova para o ímpio." [Salmos 94:12-13].

O castigo é usado para nos dar descanso dos dias da "adversidade", ou do mal. Assim, o próprio castigo é uma bênção.

A cláusula final é especialmente relevante: "... até que se abra a cova para o ímpio". A partir de outras passagens da Escritura, sabemos que os ímpios estão atarefados, cavando sua própria cova. O que é notável sobre a inclusão dessa cláusula aqui é que os ímpios parecem ter seu próprio "relógio", um processo pelo qual eles precisam passar — a escavação da cova — antes que o julgamento do Senhor caia sobre eles. Somente quando a cova tiver sido cavada, um estágio que parece corresponder à "plenitude dos gentios" (Romanos 11:25) o julgamento acontecerá.

Baruque, o leal assistente do profeta Jeremias, estava tentando antever o dia pavoroso quando Jerusalém caíria e os babilônios conquistariam o reino de Judá. Depois de um longo e fiel serviço a Jeremias, Baruque esperava um resultado que fosse mais auspicioso e compensador para ele. O Senhor Deus enviou uma sóbria mensagem para o sofrido Baruque, que colocou tudo em perspectiva:

"Assim diz o SENHOR, Deus de Israel, acerca de ti, ó Baruque: Disseste: Ai de mim agora, porque me acrescentou o SENHOR tristeza sobre minha dor! Estou cansado do meu gemido, e não acho descanso. Assim lhe dirás: Isto diz o SENHOR: Eis que o que edifiquei eu derrubo, e o que plantei eu arranco, e isso em toda esta terra. E procuras tu grandezas para ti mesmo? Não as procures; porque eis que trarei mal sobre toda a carne, diz o SENHOR; porém te darei a tua alma por despojo, em todos os lugares para onde fores." [Jeremias 45:2-5].

Os fiéis cristãos hoje precisam fazer como o Senhor diz e não buscar grandes coisas para si mesmos. Jesus obteve a vida eterna para nós, um dom sem igual. Não há espaço para "Ai de mim agora!". Ao revés, devemos encontrar conforto e consolação na bem-aventurada esperança e não permitir que sejamos indevidamente abalados pelos eventos mundiais.

"Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã." [Salmos 30:5].

Portanto, seja Kaliningrado ou algum outro ponto sensível que inicie a grande onda de adversidade, tudo isto culminará no mesmo resultado, uma cova profunda cavada por aqueles cuja aversão a Deus resultará em condenação eterna para eles mesmos.

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Autor: Jeremy James, artigo em http://www.zephaniah.eu
Data da publicação: 22/2/2022
A Espada do Espírito: https://www.espada.eti.br/baruque.asp