A Estrela da Manhã e o Sol da Justiça — Alguns Fatos Sobre o Arrebatamento

Cristo Veio Duas Vezes em Sua Primeira Vinda e Virá Duas Vezes em Sua Segunda Vinda

Autor: Jeremy James, 27 de outubro de 2015.

Os cristãos nascidos de novo são bem-aventurados que vivem diariamente na expectativa que Cristo poderá retornar a qualquer momento. Uma das principais características de um cristão verdadeiro é a alegria que ele encontra na iminência desse evento espetacular.

Algumas décadas atrás, a maioria dos cristãos nascidos de novos gostava de falar sobre o Arrebatamento e a Segunda Vinda, mas esse senso de expectativa se desvaneceu consideravelmente. Cada vez mais, o Maligno está conseguindo fazer com que os cristãos professos aceitem e acreditem em uma das duas seguintes alternativas sem base bíblica:

A primeira é o Dominionismo, uma doutrina que é ensinada pela Nova Reforma Apostólica, liderada por C. Peter Wagner, Rick Joyner, Bill Johnson e outros do mesmo tipo. Ela está baseada na crença falsa que o próprio homem precisa afirmar o "domínio" sobre o mundo e transformá-lo — política, social e espiritualmente — para que então Cristo possa voltar. Essa tolice também é ensinada pela Igreja Católica Romana, porém de uma forma menos óbvia.

O Dominionismo, também chamado de Teologia do Reino Agora, é um ensino patentemente rebelde, pois rejeita as muitas declarações proféticas nas Escrituras que falam de um colapso espiritual e moral no fim dos tempos. Como o apóstolo Paulo declarou: "Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados." [2 Timóteo 3:13].

A apostasia no fim dos tempos será mais do que apenas um notável afastamento da verdade bíblica, mas uma perversão flagrante das Escrituras para acomodar as crenças gnósticas. Como disse Isaías, o mal será considerado bem e o bem será considerado mal.

A outra alternativa sem base bíblica é um Arrebatamento que ocorre somente no momento em que Jesus retornar à plena vista de todo o mundo. Embora existam diversas opiniões sobre o momento em que o Arrebatamento ocorrerá, a ideia que ele será retardado até as horas finais da Tribulação é claramente errada.

É este ensino falso em particular — o "Arrebatamento nas horas finais" — que gostaríamos de tratar aqui.

A Posição Bíblica

Alguns cristãos, cuja sinceridade e devoção não estão em questão, não se sentem confortáveis com um Arrebatamento que ocorre para dispensar a igreja da necessidade de passar por parte da Tribulação. Eles estão preocupados que esse tipo de crença possa fazer a igreja se tornar complacente, ou preocupada somente com o outro mundo e, possivelmente, alheia às forças perigosas que trabalham contra ela.

Existem duas respostas claras a isto. Primeiro, nossa tarefa é estabelecer a posição bíblica real. Se estamos ou não "confortáveis" com uma interpretação que aponta para um Arrebatamento "precoce" é irrelevante. A Bíblia diz aquilo que Deus vai fazer e é nossa tarefa estudá-la diligentemente e aceitar aquilo que Deus nos diz.

Em segundo lugar, não há evidência que a crença em um Arrebatamento anterior à Tribulação levará à complacência. Ao contrário, o oposto deve ser esperado. Uma igreja que vive diariamente no conhecimento que Cristo pode retornar a qualquer tempo é uma igreja vibrante e obediente, uma igreja cujos membros contam as bênçãos e as oportunidades a cada dia que passa. A causa real da complacência na igreja hoje é a falsa crença que o homem preparará o mundo para o retorno de Cristo. O Dominionismo ignora a ira de Deus e a miséria da condição humana caída, substituindo-as por um otimismo iludido e uma tola mentalidade "podemos fazer isto".

Além disso, as Escrituras deixam perfeitamente claro que a igreja pode passar por perseguição a qualquer tempo. O tratamento que nossos irmãos sírios estão recebendo é uma evidência perturbadora disso. Todavia, embora essas chocantes atrocidades sejam bem-conhecidas da igreja — uma igreja cujos membros, em sua maioria, não acreditam em um Arrebatamento iminente — a complacência em um nível institucional dificilmente poderia ser maior.

Cristo Veio Duas Vezes em Sua Primeira Vinda

Um dos argumentos que ouvimos com maior frequência contra a iminência do Arrebatamento e o retorno "silencioso" de Cristo é que a Bíblia nunca fala de Seu retorno em dois estágios, o primeiro para a igreja e o segundo, alguns anos mais tarde, para sufocar a rebelião liderada pelo Anticristo. Mostraremos por que este argumento é falso e por que os cristãos precisam colocar de lado suas opiniões e estudar atentamente a base bíblica para esse maravilhoso evento.

É triste relatar que uma das razões mais fortes para acreditar em um Arrebatamento iminente dificilmente é mencionada, mesmo por seus defensores mais ardorosos. Os críticos argumentam que, como Cristo veio somente uma vez em Sua primeira vinda, Ele virá somente uma vez em Sua segunda vinda. Mas, eles estão enganados. Por quê? Por que Cristo veio DUAS VEZES em Sua primeira vinda.

Vamos considerar os fatos. Jesus Cristo nasceu em Belém e morreu cerca de 30 anos mais tarde no Calvário. O corpo Dele ficou na tumba por três dias e três noites. Ele então retornou, quando Seu corpo foi restaurado à vida na Ressurreição. Enquanto estava morto, Ele não estava com a humanidade; Seu espírito estava em outro lugar e Seu corpo estava na sepultura. Após a ressurreição, Ele passou 40 dias com a humanidade antes de ascender fisicamente aos céus.

Enquanto estava na cruz, imediatamente antes de Sua morte, Jesus clamou com uma grande voz: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou." [Lucas 23:46].

Isto marcou o fim da primeira parte de Sua primeira vinda. A segunda parte de Sua primeira vinda começou com a Ressurreição e terminou com a Ascensão.

Agora, vamos considerar outro fato importante. Na primeira parte de Sua primeira vinda, Jesus estava acessível a todos os homens. Qualquer um que quisesse podia vir à Sua presença. A escolha estava com o indivíduo. Além disso, com relação à acessibilidade a Cristo, não era feita distinção entre aqueles que criam e aqueles que não criam.

Entretanto, na segunda parte de Sua primeira vinda, Ele sozinho decidiu quem teria acesso a Ele. Paulo lista para nosso benefício as pessoas que foram abençoadas com a oportunidade de se encontrar com Cristo após Sua ressurreição:

"E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze. Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também. Depois foi visto por Tiago, depois por todos os apóstolos. E por derradeiro de todos me apareceu também a mim, como a um abortivo." [1 Coríntios 15:5-8].

O modo meticuloso como essas aparições foram registradas parece implicar que a lista está completa.

Entre Sua ressurreição e Sua ascensão, Cristo apareceu SOMENTE aos fiéis cristãos. Ele não apareceu a ninguém que não creu Nele antes de Sua morte. Em resumo, Ele apareceu somente para a igreja. Além disso, o número "mais de quinhentos irmãos" parece sugerir que Ele apareceu a todos os membros da igreja naquele tempo.

Cristo Virá para os Santos e com os Santos

Se pegarmos agora aquilo que aprendemos e aplicarmos à segunda vinda, veremos que Jesus fará exatamente aquilo que prometeu aos Seus discípulos:

"Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também." [João 14:2-3].

Aqui, o Senhor está declarando que virá para seus santos, a igreja (especificamente, para a igreja verdadeira).

As Escrituras também nos dizem que Ele virá com os seus santos. Os céticos afirmam que os "santos" em questão são os anjos, e somente os anjos, pois a palavra no texto grego original em Judas 14 ("Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos") é hagios, que significa "santos". Assim, hagios poderia significar anjos ou santos, ou ambos. Esse uso também aparece no texto hebraico, em Deuteronômio 33:2 ("O SENHOR veio de Sinai ... com dez milhares de santos...") que usa a palavra qodesh para "santos", que geralmente é considerada uma referência aos anjos, ou "aos santos".

Estes são pontos excelentes e que requerem uma resposta forte. A resposta pode ser encontrada no livro do Apocalipse, em que são feitas referências diversas vezes aos 24 anciãos no céu, no momento da abertura dos sete selos. Eles estão ali, cada um com sua coroa, antes do período de sete anos da Tribulação iniciar. Sabemos que eles são homens e não anjos, porque:

  1. Eles usam coroas (o que mostra que cada um deles foi julgado por Jesus Cristo e galardoado com uma coroa incorruptível — não há referência nas Escrituras à outorga de coroas para os anjos.).

  2. O texto observa que eles estavam "vestidos de vestes brancas", um detalhe que indica a justiça que lhes foi imputada, algo que se aplica somente aos homens, não aos anjos.

  3. Eles entoam um cântico de louvor ao Cordeiro, que inclui as seguinte palavras: "Porque foste morto, e com o teu sangue nos compraste para Deus" [Apocalipse 5:9]. Os anjos não são redimidos pelo sangue do Cordeiro, mas somente os homens.

O número 24 provavelmente é uma referência às 24 "turmas", ou divisões, do sacerdócio levítico, que foram estabelecidas por Davi. O chefe de cada turma era representante de todos os seus membros. Assim, os anciãos no céu são representantes do sacerdócio de todos os fiéis cristãos, isto é, de toda a igreja de Cristo.

Se eles estavam no céu antes da Grande Tribulação iniciar, já julgados, vestidos com vestes brancas e com suas coroas incorruptíveis já recebidas, então eles precisam tem sido parte da Primeira Ressurreição. Eles foram ressuscitados de seus sepulcros, ou foram tomados no ar durante o Arrebatamento. De uma forma ou de outra, para serem julgados, eles tiveram de receber seus corpos físicos imortais.

As Escrituras nos dizem que a ressurreição e o arrebatamento da igreja — consistindo tanto dos santos que morreram ou daqueles que estiverem vivos no momento — ocorrerão no mesmo dia, "num momento, num abrir e fechar de olhos" [1 Coríntos 15:52]. Se os 24 anciãos estão no céu, então assim também estão todos os fiéis cristãos, que vieram a Cristo entre o Pentecostes e o Arrebatamento.

Da mesma forma como Jesus Cristo chamou Lázaro para fora da tumba, Ele pessoalmente chamará todos os seus santos da Terra (possivelmente pelo nome). Ao fazer isso, Ele cumprirá Sua seguinte promessa: "E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também." [João 14:3].

Ele virá como noivo para levar sua noiva para o novo lar, onde ela viverá com Ele para sempre:

"Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor." [1 Tessalonicenses 4:16-17].

Este evento maravilhoso é a primeira parte da Segunda Vinda. Observe que ele espelha a segunda parte da Primeira Vinda. Ambos estão relacionadas somente com a igreja.

De forma análoga, a segunda parte da Segunda Vinda espelha a primeira parte da Primeira Vinda. Ambas estão relacionadas com o mundo como um todo, e com Israel em particular.

O diagrama a seguir ilustra a conexão entre a Primeira e a Segunda Vindas:

Cristo Falou Sobre o Arrebatamento

Muitos cristãos professos negligenciam a referência explícita ao arrebatamento que Jesus fez durante Seu ministério:

"Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?" [João 11:25-26].

Infelizmente, muitos na igreja não creem.

As palavras de Cristo são muito claras: aqueles que creram Nele enquanto estavam vivos, mas estão agora mortos ("ainda que esteja morto"), viverão novamente. E aqueles que estiverm vivos quando Ele vier, e creem, nunca morrerão. A primeira categoria é ressuscitada dos sepulcros e a segunda é tomada nos ares, no Arrebatamento.

A Estrela da Manhã e o Sol da Justiça

A Bíblia também faz referência às duas aparições de Cristo em Sua Segunda Vinda. A primeira é a Estrela da Manhã, quando Cristo vier para Sua noiva, e a segunda é o Sol da Justiça, quando Cristo aparecer em glória para reinar na Terra com uma vara de ferro.

Nas culturas do Oriente Médio a estrela da manhã era o objeto celestial conhecido como planeta Vênus, o aparecimento do qual era tradicionalmente visto como um sinal que a noite estava terminando, que a aurora estava começando e que sol apareceria em breve.

Nas grandes trevas espirituais do fim dos tempos, durante o período de dores do parto que levarão à Grande Tribulação, a verdade bíblica desaparecerá quase totalmente da Terra. Em toda a parte os homens perguntarão: "Onde está a promessa da sua vinda?" [2 Pedro 3:4]. Mas, os cristãos fiéis permanecerão firmes e aguardarão pacientemente a Estrela da Manhã. Antes do mundo ficar impressionado pelo "resplendor da sua vinda" [2 Tessalonicenses 2:8], quando Ele aparecer como o sol ("o Sol da Justiça" — Malaquias 4:2). Cristo fará uma aparição menos visível — a partir da perspectiva terreal — como a "resplandecente estrela da manhã" [Apocalipse 22:16]. Exatamente como a estrela da manhã anuncia o nascimento do sol, assim também a ressurreição/arrebatamento, quando os santos se encontram com o Senhor nos ares, "anunciarão" a segunda parte, a vinda terreal do Sol da Justiça.

O Milênio

Durante o período de mil anos conhecido como Milênio, Cristo Jesus também terá o caráter de uma Estrela da Manhã, ao preparar a Terra para a entrada no Estado Eterno:

"Eis que o Senhor DEUS virá com poder e seu braço dominará por ele; eis que o seu galardão está com ele, e o seu salário diante da sua face." [Isaías 40:10].

"Eis que o SENHOR fez ouvir até às extremidades da terra: Dizei à filha de Sião: Eis que vem a tua salvação; eis que com ele vem o seu galardão, e a sua obra diante dele." [Isaías 62:11].

Observe então que, na aurora de uma nova criação, nosso Pai Celestial, o Senhor Deus Todo-Poderoso, aparecerá na e com a Nova Jerusalém:

"E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus... E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro. E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua lâmpada." [Apocalipse 21:3, 22-23].

As Sete Igrejas do Apocalipse

Em suas cartas às igrejas no Apocalipse, Cristo fala de todas as diferentes características e aspectos da igreja professa na história. Esta não é a igreja salva — a verdadeira igreja — mas a igreja ampla, sendo uma mistura daqueles que são realmente nascidos de novo e aqueles que professam serem cristãos, mas que ainda não entregaram seus corações a Cristo. Para os primeiros, Ele faz diversas promessas especiais:

"Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida." [Apocalipse 2:10].

"Ao que vencer darei eu a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe." [Apocalipse 2:17].

"E darei a cada um de vós segundo as vossas obras." [Apocalipse 2:23].

"Mas o que tendes, retende-o até que eu venha. E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações, e com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai. E dar-lhe-ei a estrela da manhã." [Apocalipse 2:25-28].

Das sete igrejas, somente duas não foram repreendidas: Esmirma e Filadélfia. Como é improvável que a última deixará de receber qualquer um dos galardões especiais, os galardões precisam se aplicar geralmente, onde apropriado, para a igreja fiel como um todo. Assim, o galardão em Apocalipse 2:28 — a Estrela da Manhã — quase certamente será dado a todos que "forem fiéis até que eu venha", isto é, todos os cristãos verdadeiros que estiverem vivos no tempo em que ocorrer o Arrebatamento. Eles receberão a "Estrela da Manhã" quando forem tomados para encontrar o Senhor nos ares. O próprio Senhor é a Estrela da Manhã naquele glorioso momento quando Ele retornar para Sua noiva.

Pedro referenciou esse evento maravilhoso na aurora do Milênio, quando as trevas espirituais desta época de rebelião estiverem prestes a terminar e Cristo, a Estrela da Manhã, aparecer em nossos corações:

"E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações." [2 Pedro 1:19].

Biblicamente, é significativo que uma estrela tenha proclamado a encarnação da "estrela que procederá de Jacó" [Números 24:17]. Em Sua primeira vinda, Cristo deu uma amostra de Sua glória como nossa "Estrela da Manhã", quando Seu nascimento foi anunciado por uma "estrela no oriente". Aquela estrela deve ter sido de um brilho incomum, similar à estrela da manhã. Além disso, como os membros da corte de Herodes não viram a estrela ("Herodes, chamando secretamente os magos, inquiriu exatamente deles acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera." [Mateus 2:7]), podemos inferir com segurança que a estrela não foi vista pelos descrentes.

Sabemos que os sábios que vieram do Oriente eram crentes fiéis, pois eles vieram "para adorá-lo". É assim que será no tempo do Arrebatamento, quando somente os fiéis cristãos verão a Estrela da Manhã. Eles serão como os sábios que, quando viram a estrela, "regoziram-se muito com grande alegria" [Mateus 2:10]. Entretanto, a segunda parte da Segunda Vinda, quando Cristo vier com grande ira para punir os ímpios, será vista por todo o mundo.

Conclusão

Em um de seus excelentes programas de rádio, Vernon McGee — cujo ensino expositivo da Bíblia era de fácil compreensão e consistentemente de elevado padrão — disse que, em sua opinião, todos os sermões deveriam fazer referência à ressurreição. Como a ressurreição de Cristo foi "as primícias" no maravilhoso plano de Deus para a redenção da humanidade, ela foi — como o Senhor objetivou — a primeira fase de uma ressurreição geral de todos os fiéis verdadeiros. Nos tempos do Israel bíblico no Velho Testamento, a apresentação dos primeiros frutos era um dia de festa designado no calendário do Senhor para a humanidade e um sinal da grande colheita que se seguiria. A ressurreição-arrebatamento da igreja constituirá uma segunda fase da Ressurreição (a ressurreição de Cristo foi a primeira). A terceira e final fase desse ajuntamento maravilhoso ocorrerá no início do Milênio, quando todos os fiéis judeus e os santos da Tribulação ressuscitarão.

O Dr. McGee enfatizava algo da máxima importância para todo verdadeiro fiel. Ele estava ciente da apostasia que estava ocorrendo em toda a igreja durante o seu tempo. Ele sabia que, à medida que a apostasia piorasse, a Cruz e a Ressurreição seriam colocadas no segundo plano e que a maioria dos cristãos professos encontraria mais conforto nos valores e nos objetivos mundanos.

O apóstolo Paulo ensinava a todos os novos discípulos a ficarem atentos para o Arrebatamento. Eles deveriam viver cada dia na expectativa do iminente retorno de nosso Salvador. Eles deveriam se preparar e se santificar para esse momento. Este deveria ser o centro em torno do qual todo o mundo deles deveria girar. Como crentes fiéis, era privilégio deles viver na expectativa desse evento maravilhoso e passar o restante do tempo deles na Terra compartilhando as novas novas com as outras pessoas.

O capítulo 15 do livro de Gênesis expressa uma tremenda verdade que está no centro do Arrebatamento:

"Depois destas coisas veio a palavra do SENHOR a Abrão em visão, dizendo: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão." [Gênesis 15:1].

Os cristãos têm há muito tempo desejado o céu como seu galardão, mas a Bíblia aponta enfaticamente para o verdadeiro galardão de todos os fiéis cristãos, isto é, o próprio Cristo. Ao olharem para o céu como seu galardão, os cristãos são tentados pelas reflexões terreais do mundo por vir — como eles imaginam que elas sejam — mas não existe reflexão terreal de Cristo. O Espírito Santo dentro de nós aponta continuamente para Cristo, e para Cristo somente, e convém darmos ouvidos ao que Ele está nos dizendo. Ele nunca aponta para o céu (ou a Bíblia nos diria isto), mas sempre e somente para Cristo — uma verdade que será concretizada perfeitamente no Arrebatamento.

O livro do Gênesis inclui dois episódios admiráveis que retratam o livramento dos santos. O primeiro está relacionado com Noé e o segundo com Ló. Quando os anjos apressaram Ló a sair de Sodoma antes que a ira de Deus caísse sobre a cidade, um deles fez uma afirmação extremamente reveladora:

"Apressa-te, escapa-te para ali; porque nada poderei fazer, enquanto não tiveres ali chegado. Por isso se chamou o nome da cidade Zoar." [Gênesis 19:22].

Abraão tinha argumentado com o Senhor, o Cristo pré-encarnado, para poupar as cidades da planície se pelo menos dez justos fossem encontrados nelas. Durante sua súplica, ele fez duas perguntas muito contundentes: "Destruirás também o justo com o ímpio? Se porventura houver cinquenta justos na cidade, destruirás também, e não pouparás o lugar por causa dos cinquenta justos que estão dentro dela? Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?" [Gênesis 18:23-25].

O Senhor ouviu essa intercessão e enviou Seus anjos para removerem Ló, o único homem justo, e sua família. Os anjos deram a entender que não poderiam dar início à destruição da cidade até que Ló e seus queridos fossem removidos com segurança. Ló estava tão hesitante que os anjos tiveram de pegá-lo pela mão, e pela mão de seus familiares, e levá-los para fora da cidade. Neste ponto, temos um dos mais belos versos na santa Palavra de Deus:

"E ao amanhecer os anjos apertaram com Ló, dizendo: Levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas que aqui estão, para que não pereças na injustiça desta cidade. Ele, porém, demorava-se, e aqueles homens lhe pegaram pela mão, e pela mão de sua mulher e de suas duas filhas, sendo-lhe o SENHOR misericordioso, e tiraram-no, e puseram-no fora da cidade." [Gênesis 19:15-16].

Observe e guarde as seguintes palavras: "Sendo-lhe o SENHOR misericordioso"!

Precisamos refletir atentamente nesta passagem, pois ela prefigura admiravelmente o Arrebatamento da igreja antes da Grande Tribulação. Ela também prefigura a perfeita proteção que o Senhor propiciará por meio de Seus anjos para o remanescente fiel de Israel durante o "tempo de angústia para Jacó". [Jeremias 30:7].

Hoje, a maioria dos cristãos bíblicos vive nas proximidades das cidades da planície. Aos olhos de Deus, esses lugares são até mais pecaminosos do que Sodoma e Gomorra, Admá e Zeboim. Cristo revelou isto quando enviou setenta discípulos, em duplas, para pregarem o evangelho nas cidades e aldeias em toda a Galileia e Judeia:

"Mas em qualquer cidade, em que entrardes e vos não receberem, saindo por suas ruas, dizei: Até o pó, que da vossa cidade se nos pegou, sacudimos sobre vós. Sabei, contudo, isto, que já o reino de Deus é chegado a vós. E digo-vos que mais tolerância haverá naquele dia para Sodoma do que para aquela cidade." [Lucas 10:11-12].

Além disso, Ele também disse que, se as obras que realizou em Cafarnaum tivessem sido feitas em Sodoma, elas teriam permanecido até o dia de hoje:

"E tu, Cafarnaum, que te ergues até ao céu, serás abatida até ao inferno; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje." [Mateus 11:23].

O Evangelho tem sido pregado há séculos em todo o mundo ocidental, porém a maior parte da população demonstra indiferença à mensagem. Usando o critério dado por Cristo, podemos dizer que nossas cidades estão agora em trevas espirituais maiores do que quando o Senhor destruiu Sodoma.

Até mesmo os melhores dentre nós não têm feito nada para merecer o Arrebatamento. Entretanto, exatamente como Abraão intercedeu por Ló, Cristo intercedeu por cada um de nós. O Senhor no céu fará exatamente como prometeu fazer em Sua santa Palavra. Ele enviará Seu Filho maravilhoso, nossa Estrela da Manhã, antes de abrir os selos dos Seus justos julgamentos.

Quando Cristo pagou a dívida do pecado em nosso lugar, Ele nos livrou da ira futura. Em vez de duvidar da temível realidade da ira justa do nosso Pai Celestial, os fiéis cristãos devem tentar convencer o mundo que o pecado será julgado, e julgado com severidade, destacando aquilo que aconteceu com Sodoma como uma amostra terrível daquilo que se pode esperar. A segunda parte da Segunda Vinda será um grande choque para um mundo que esperava um cordeiro, mas que encontrará um leão: "Quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu com os anjos do seu poder, com labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo." [2 Tessalonicenses 1:7-8].

Estas verdades são muito simples e fáceis de entender! Por que, então, os pastores não pregam sobre elas? Por que os cristãos verdadeiros não estão proclamando essas verdades do alto dos telhados? Não pense que você não será questionado sobre isto quando estiver diante do Tribunal de Cristo.

"Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?" [Gênesis 18:25].


Autor: Jeremy James, http://www.zephaniah.eu.
Data da publicação: 2/11/2015
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