"O que toda a Europa está procurando?" As palavras são de um artigo de primeira página do jornal The Times, a respeito da recente descoberta da tumba de Agamenon. [1] "O que toda a Europa está procurando? É o REI DOS HOMENS, o grande líder do povo grego, aquele que comandou milhares de galés e a quem centenas de milhares de homens se submeteram com o simples reconhecimento de suas qualidades pessoais e obedeceram por dez longos anos... O homem que puder desafiar por sua própria conta o escudo de Agamenon, agora esperando pelo desafio, será o verdadeiro imperador do Oriente, e a solução mais fácil para nossas atuais dificuldades."
A realização desse sonho será o cumprimento da profecia.
Verdade é que os movimentos populares caracterizam a época, e não o poder das mentes individuais. Esta é a época das multidões. A democracia, não o despotismo, é o objetivo em direção ao qual a civilização está caminhando. Mas a democracia, em seu pleno desenvolvimento, é uma das vias mais certas para o despotismo. Primeiro, a revolução; depois os plebiscitos; em seguida, o déspota. O César freqüentemente deve seu cetro às massas. Além disso, um homem de grandeza transcendente sempre deixa sua marca em sua época. E o verdadeiro Rei dos Homens precisará ter uma combinação extraordinária de grandes qualidades. Ele precisará ser um "erudito, um estadista, um homem de resoluta coragem e irrepreensível iniciativa*, cheio de recursos, e pronto para olhar na cara de um rival ou de um adversário." [2] A oportunidade também precisa estar sincronizada com seu advento. Mas a voz da profecia é clara, que a HORA está vindo, e também o HOMEM.
Em conexão com esse sonho ou lenda do reaparecimento de Agamenon, é notável que a linguagem da segunda visão de Daniel levou alguns a fixarem a Grécia como o lugar de onde o Homem da profecia virá; [3] e isso não deixa dúvida alguma que virá dos limites territoriais do antigo império grego.
Tendo predito a formação dos quatro reinos em que as conquistas de Alexandre se dividiram após sua morte, o anjo Gabriel, divinamente indicado para interpretar a visão, começou a falar dos eventos que precisam ocorrer em dias por vir:
"Mas, no fim do seu reinado, quando acabarem os prevaricadores, se levantará um rei, feroz de semblante, e será entendido em adivinhações. E se fortalecerá o seu poder, mas não pela sua própria força; e destruirá maravilhosamente, e prosperará, e fará o que lhe aprouver; e destruirá os poderosos e o povo santo. E pelo seu entendimento também fará prosperar o engano na sua mão; e no seu coração se engrandecerá, e destruirá a muitos que vivem em segurança; e se levantará contra o Príncipe dos príncipes, mas sem mão será quebrado." [4]
Na visão do Cap. 7, o último grande monarca dos gentios é representado como um blasfemador e um perseguidor. "E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo"; mas aqui ele é descrito também como sendo um general e um diplomata. Tendo assim obtido um lugar reconhecido na profecia, ele é referido na visão que segue como "o príncipe que há de vir" (Daniel 9:26) um personagem bem conhecido, cujo advento já tinha sido predito; e a menção dele na quarta e final visão de Daniel é tão explícita, que devido à vital importância de definir a personalidade desse "rei", a passagem é apresentada aqui por inteiro.
"E este rei fará conforme a sua vontade, e levantar-se-á, e engrandecer-se-á sobre todo deus; e contra o Deus dos deuses falará coisas espantosas, e será próspero, até que a ira se complete; porque aquilo que está determinado será feito. E não terá respeito ao Deus de seus pais, nem terá respeito ao amor das mulheres, nem a deus algum, porque sobre tudo se engrandecerá. Mas em seu lugar honrará a um deus das forças; e a um deus a quem seus pais não conheceram honrará com ouro, e com prata, e com pedras preciosas, e com coisas agradáveis. Com o auxílio de um deus estranho agirá contra as poderosas fortalezas; aos que o reconhecerem multiplicará a honra, e os fará reinar sobre muitos, e repartirá a terra por preço. E, no fim do tempo, o rei do sul lutará com ele, e o rei do norte se levantará contra ele com carros, e com cavaleiros, e com muitos navios; e entrará nas suas terras e as inundará, e passará. E entrará na terra gloriosa, e muitos países cairão, mas da sua mão escaparão estes: Edom e Moabe, e os chefes dos filhos de Amom. E estenderá a sua mão contra os países, e a terra do Egito não escapará. E apoderar-se-á dos tesouros de ouro e de prata e de todas as coisas preciosas do Egito; e os líbios e os etíopes o seguirão. Mas os rumores do oriente e do norte o espantarão; e sairá com grande furor, para destruir e extirpar a muitos. E armará as tendas do seu palácio entre o mar grande e o monte santo e glorioso; mas chegará ao seu fim, e não haverá quem o socorra." [5]
O peso das profecias de Daniel é Judá e Jerusalém, mas as visões apocalípticas do discípulo amado têm uma abrangência maior. As mesmas cenas são algumas vezes apresentadas, mas são exibidas em uma escala maior. Os mesmos atores aparecem, mas em relação a interesses maiores e eventos de maior magnitude. Em Daniel, o Messias é mencionado somente em relação ao povo terreal, e é na mesma conexão também que o falso Messias entra em cena. No Apocalipse, o Cordeiro aparece como o Salvador de uma multidão inumerável "de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas" (Apocalipse 7:9) e a besta é vista como o perseguidor de todos os que invocam o nome de Cristo. Além disso, as visões de João incluem um céu aberto, enquanto que as visões que foram dadas a Daniel "das coisas que hão de acontecer" estão limitadas à Terra.
Tentar fixar o significado de cada detalhe dessas visões é ignorar as lições a serem derivadas das profecias messiânicas cumpridas no primeiro advento. [6] As antigas Escrituras ensinaram os judeus piedosos a esperarem um Cristo pessoal não um sistema ou dinastia, mas uma pessoa. Além disso, elas lhes permitiam conhecer de antemão os fatos principais da Sua vinda. Por exemplo, a pergunta de Herodes "Onde haverá de nascer o Cristo?" admitia uma resposta definitiva e certa, "Em Belém de Judéia" (Mateus 2:4; confira Miquéias 5:2). Mas atribuir seu lugar e significado a cada parte de uma visão misturada com sofrimentos e glória estava além da capacidade até dos próprios profetas inspirados. (1 Pedro 1:10-12) Assim também com as profecias a respeito do Anticristo. O caso é ainda mais forte, pois enquanto "aqueles que aguardavam a redenção de Israel" tiveram de ajuntar as profecias messiânicas das Escrituras que pareciam ao leitor descuidado referenciar os sofrimentos dos antigos profetas hebreus ou as glórias de seus reis, as predições do Anticristo são tão distintas e definitivas como se as afirmações fossem históricas e não proféticas. [7]
Apesar disso, a tarefa do expositor está cercada por reais dificuldades. Se o livro de Daniel pudesse ser lido sozinho nenhuma questão surgiria. "O príncipe que há de vir" é ali apresentado como o líder do império romano restaurado do futuro e um perseguidor dos santos. Não há uma única afirmação acerca dele que apresente a menor dificuldade. Mas algumas das afirmações de João parecem inconsistentes com as profecias anteriores. De acordo com as visões de Daniel, a soberania do Anticristo parece confinada aos dez reinos e sua careira parece limitada à duração da septuagésima semana. Como então conciliar isso com a afirmação de João que "deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua, e nação"? [8] É crível, além do mais, que um homem capacitado com poderes tão sobrenaturais e cumprindo um lugar tão extraordinário nas profecias, estará restrito aos estreitos limites territoriais do Império Romano?
Se esses pontos forem apresentados como objeções à verdade das Escrituras é suficiente marcar que as profecias do Cristo foram cercadas de dificuldades similares. Essas profecias são como as peças separadas de um mosaico intrincado. Colocar cada peça em seu lugar é uma tarefa difícil até para os gênios. Descobrir o projeto principal é tudo o que podemos esperar; ou, se mais for exigido de nós, é suficiente mostrar que nenhuma parte é inconsistente com o restante. E esses resultados recompensarão o estudante das visões apocalípticas de João e de Daniel, desde que ele faça uma abordagem livre e isenta das opiniões que prevalecem a respeito da carreira do Anticristo.
Essas visões não são uma história, mas um drama. Em Apocalipse 12 vemos a mulher em trabalho de parto. No capítulo 21, ela aparece em sua glória final. Os capítulos intermediários oferecem rápidas visões dos eventos que ocorrerão no intervalo. É com os capítulos 13 e 17 que temos especialmente de fazer conexão com o assunto atual, e é claro que a última visão revela eventos que vêm primeiro na ordem do tempo.
A falsa igreja e a verdadeira são tipificadas sob emblemas similares. Jerusalém, a noiva, tem sua correspondente em Babilônia, a prostituta. No mesmo sentido em que a Nova Jerusalém é a igreja judaica, assim da mesma forma Babilônia é a apostasia de Roma. A cidade celestial é a mãe dos redimidos das épocas passadas (Gálatas 4:26) a cidade terreal é a mãe das prostitutas e das abominações da Terra. (Apocalipse 17:5) As vítimas que pereceram nas perseguições da Roma papal anticristã são estimadas em cinqüenta milhões de seres humanos; mas até esse recorde chocante não será a medida de sua condenação. O sangue dos "santos apóstolos e profetas" os mortos martirizados das épocas antes do papado aparecer, e até mesmo dos tempos pré-messiânicos, será requerido dela quando o dia da vingança chegar. [9]
Como é somente em seu aspecto judaico que a igreja é expressamente simbolizada como a noiva, [10] assim também é em um tempo quando isto, o relacionamento normal deles, tiver sido reconquistado pelo povo da aliança, que a igreja apóstata da cristandade, em pleno desenvolvimento de sua iniqüidade, aparece como uma prostituta. [11] Além do mais, a visão indica claramente um reavivamento marcado por influência dela. Ela é vista entronizada sobre a besta de dez chifres, vestida em tons de realeza e adornada com ouro e pedras preciosas. A infame grandeza da Roma papal em tempos passados será superada pelo esplendor de suas glórias em dias tenebrosos ainda por vir, quando, tendo atraído para si tudo o que usurpa o nome de Cristo na Terra, [12] ela reivindicará como seu vassalo submisso o último grande monarca do mundo gentílico.
Com relação à duração desse período dos triunfos finais de Roma, as Escrituras nada dizem, mas a crise que a traz a um fim é claramente marcado. "Os dez chifres que viste na besta são os que odiarão a prostituta, e a colocarão desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo." [Apocalipse 17:16].
Um ponto na descrição da besta feita pelo anjo em relação à meretriz requer atenção especial. As sete cabeças têm um simbolismo duplo. Quando vistas em conexão com a meretriz, são "sete montes, sobre os quais a mulher está assentada", mas em sua relação especial com a besta têm um significado diferente. O anjo acrescenta, "são também sete reis", isto é, reinos, a palavra sendo usada "de acordo com sua rígida importância profética, e à analogia daquela porção da profecia que está aqui especialmente em vista." [13]
Em Daniel 7, a besta é identificada com o Império Romano. Em Apocalipse 13, ela também é identificada com o leão, o urso e o leopardo, os três primeiros "reinos" na visão de Daniel. Mas aqui ela é vista como herdeira e representante, não apenas desses, mas de todos os grandes poderes mundiais que se colocaram em oposição a Deus e ao Seu povo. As sete cabeças tipificam esses poderes. "Cinco já caíram, e um existe". Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia, Grécia, tinham caído e Roma mantinha então o cetro da soberania terreal, o sexto em sucessão aos impérios já citados. [14] "E o outro ainda não é vindo." Aqui a profecia está marcada pela mesma estranha "redução" já observada em cada uma das visões de Daniel. Embora Roma tenha sido o sexto reino, o sétimo é a confederação dos últimos dias, que levará ao "Príncipe que há de vir". O príncipe vindouro, no desenvolvimento pleno e final de seu poder, é chamado de oitavo, pertencendo assim aos sete. [15] A importância dessas conclusões aparecerá em seguida.
O assunto do Cap. 12 é o dragão, a mulher com dores de parto, o nascimento do filho homem e seu arrebatamento para o céu; a batalha no céu entre o arcanjo e o dragão (verso 7; compare Daniel 12:1) o banimento do dragão na Terra; a perseguição dele à mulher, e a fuga dela para o deserto, onde é sustentada por "um tempo, e tempos, e metade de um tempo", ou 1.260 dias (versos 6, 14), (segunda metade da septuagésima semana de Daniel). O capítulo termina com a afirmação que, impedido ao tentar destruir a mulher, o dragão "foi fazer guerra ao remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo". O Cap. 13, cruzando as linhas das visões de Daniel, representa o cumprimento do propósito do dragão usando o homem da profecia, a quem ele energizará para esse objetivo. Qualquer que seja o significado a ser atribuído ao nascimento e ao arrebatamento do filho da mulher, não pode haver dúvida que o "remanescente da sua semente" obediente e fiel é a igreja judaica dos últimos dias, os "santos do Altíssimo" que serão perseguidos, da profecia de Daniel.
A serpente, a mulher e o homem aparecem juntos nas primeiras páginas das Escrituras, e reaparecem nas últimas. Mas quão significativas e terríveis são essas mudanças! Não mais o sutil tentador, Satanás agora é mostrado em toda a sua perversidade como o feroz dragão, [16] que procura destruir a semente prometida da mulher. E, em vez do humilde penitente do Éden, o homem aparece como uma besta selvagem, [17] um monstro, tanto em poder quanto em impiedade. A vítima da serpente tornou-se seu escravo voluntário e aliado.
Deus encontrou um homem para cumprir toda a Sua vontade e a Ele deu Seu trono, com todo o poder no céu e na Terra. Isso será então imitado por Satanás e o homem que há de vir receberá de Satanás "o seu poder, e o seu trono, e grande poderio." [Apocalipse 13:2] O dragão e besta são vistos coroados com diademas reais. [Apocalipse 12:3; 13:1) Uma vez, e somente uma vez novamente nas Escrituras, o diadema é mencionado, e então é usado por Aquele cujo nome é "Rei dos reis e Senhor dos senhores" (Apocalipse 19:12-16). É como pretendentes ao Seu poder que a besta e o dragão o usam.
A personalidade de Satanás e seu interesse pela raça humana em toda a história, estão entre os mais certos embora mais misteriosos fatos da revelação. A classificação popular da criação inteligente em anjos, homens e demônios é enganosa. Os anjos [18] que caíram estão "reservados na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquel grande dia." [Judas 6] Os demônios são freqüentemente mencionados nas narrativas dos evangelhos, e também têm um lugar na doutrina das epístolas. Mas o Diabo, é um ser que, como o arcanjo, parece, em seu próprio domínio, não tem um par. [19]
Outro fato que requer observação aqui é o fascínio que a adoração à serpente tem sobre a humanidade. Entre as nações do mundo antigo raramente há algum sistema religioso em que ela não ocorra. Na mitologia pagã raramente há um herói ou deus cuja história não esteja de alguma forma conectada com uma serpente sagrada. "Em todo o lugar que que o diabo reina, a serpente recebe uma peculiar veneração." [20]
O verdadeiro significado disso depende de uma justa apreciação da natureza da adoração aos ídolos. Pode ser questionado se a idolatria, conforme popularmente compreendida prevaleceu exceto entre os povos mais ignorantes e degradados. Não é o emblema que é adorado, mas um poder ou ser que o emblema representa. Quando o apóstolo advertiu a igreja de Corinto contra a participação em qualquer coisa dedicada a um ídolo, foi cuidadoso em explicar que o ídolo em si mesmo nada é. "As coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus." [1 Coríntios 10:20].
Isso permitirá uma compreensão sobre o caráter da predita adoração à serpente nos últimos dias. [21] A mentira-mestre de Satanás será uma imitação da encarnação: ele capacitará um homem que requererá adoração universal como sendo a manifestação da divindade em forma humana. E não somente haverá um falso Messias, mas outro indivíduo, igual em poderes milagrosos, porém tendo como sua única missão obter para ele a homenagem da humanidade. O mistério da divindade será assim parodiado pelo mistério da iniqüidade, e o Pai, o Filho e o Espírito Santo terão seus correspondentes no dragão, na besta e no falso profeta. [22]
Um céu silencioso marca esta Época da Graça. Ventanias, terremotos e fogo podem assombrar, porém, como nos dias do antigo profeta hebreu, [23] Deus não está nestes, mas em uma voz mansa e delicada, que fala de misericórdia e busca resgatar os homens perdidos do poder das trevas e trazê-los para Si. Mas o silêncio que indica que o trono de Deus é agora um trono de graça é usado como prova que Deus é apenas um mito; e o truque favorito do blasfemador mais rude é desafiar o Todo-Poderoso a declarar a Si mesmo por algum ato de julgamento observável. Nos dias por vir, o desafio ímpio será tomado por Satanás, e a morte tomará os homens que se recusarem a adorar a imagem da besta. [24]
O Anticristo será mais do que um profano e brutal perseguidor como Antíoco Epifânio e alguns dos imperadores da Roma pagã; mais do que um vulgar impostor, como Barcochab. [25] Milagres só podem silenciar o ceticismo dos apóstatas e, no exercício de todos os poderes delegados do dragão, a besta receberá a adoração de um mundo que rejeitou a graça. "E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo." (Apocalipse 13:8) Se fosse possível, até os eleitos seriam enganados por esses poderosos "sinais e prodígios" (Mateus 24:24), mas a fé, dada por Deus, é uma certeza, pois é a única garantia contra a credulidade e a superstição.
Mas isto é no que ele se tornará no auge de sua carreira. Em sua origem ele é descrito como "chifre pequeno" (Daniel 7:8) como Alexandre da Macedônia, o rei de um reino pequeno. Possivelmente ele será o líder de algum novo principado que surgirá com o desmembramento final da Turquia; esse principado poderá estar situado às margens do Eufrates, ou talvez na costa asiática do Mar Egeu. O nome de Babilônia está estranhamente conectado com os eventos por vir, e Pérgamo, o centro da adoração à serpente em suas formas mais vis, é o único lugar na Terra que as Escrituras identificam como o trono de Satanás. (Apocalipse 2:13).
Das grandes mudanças políticas que precisam preceder seu advento, as mais óbvias são a restauração dos judeus na Palestina e a predita divisão do território romano. O primeiro desses eventos já foi considerado em um capítulo anterior e, com relação ao último, há pouco a dizer. A tentativa de enumerar os dez reinos do futuro envolveria uma investigação infrutífera. [26] A história se repete; e se houver qualquer elemento de periodicidade nas doenças políticas pelas quais as nações são afligidas, a Europa inevitavelmente passa por outra crise tal como aquela que entenebreceu a última década do século dezoito. E se outra revolução produzir outro Napoleão, é impossível prever em que extensão os reinos poderão se tornar consolidados e as fronteiras poderão ser modificadas. Além disso, ao prever o cumprimento dessas profecias, estamos lidando com eventos que, embora possam ocorrer dentro de uma geração, podem ainda ser retardados por séculos. Nossa parte não é profetizar, mas somente interpretar; e podemos ficar descansados com a certeza que quando as visões apocalípticas estiverem de fato cumpridas, o cumprimento delas será claro, não meramente nas mentes educadas no misticismo, mas para todos que são capazes de observar os fatos públicos.
Pode ser em desdobramentos graduais, de influências até agora em operação; ou muito mais provavelmente como resultado de alguma grande crise européia no futuro, essa confederação de nações [27] será criada, e assim o cenário ficará preparado para o aparecimento do ser terrível, o grande líder dos homens nos dias agitados que encerrarão a era da supremacia dos gentios.
Se quisermos compreender corretamente curso predito da carreira do Anticristo, certos pontos conectados com ela precisam ser claramente mantidos em vista. O primeiro é que até certo ponto ele será, a despeito de sua proeminência, nada mais que humano. E aqui precisamos julgar o futuro pelo passado. Aos vinte e dois anos de idade, Alexandre cruzou o Helesponto, como o príncipe de um pequeno estado grego. Quatro anos mais tarde ele tinha fundado um império e dado uma nova direção à história do mundo.
Na carreira de Napoleão Bonaparte, a história moderna permite um paralelo ainda mais impressionante e completo. Quando ele ingressou na Escola Militar Francesa em Brienne, era um rapaz desconhecido, sem as vantagens que a posição e a riqueza permitem. Tão profundamente obscura era sua posição que, não somente sua admissão na Escola foi graças à influência do governador da Córsega, mas os caluniadores vieram a usar esse ato generoso de patrocínio para difamar o nome de sua mãe. Se então tal homem, pela força gigantesca de suas qualidades pessoais, combinada com o acidente das circunstâncias favoráveis, conseguiu obter o lugar que a história atribuiu a ele, o fato permite a mais ampla resposta a toda objeção que possa ser levantada com relação à credibilidade da carreira predita do homem da profecia.
Também não adiantará dizer que os últimos cinqüenta anos desenvolveram tanto a atividade mental dos povos civilizados e produziram um espírito de independência que a sugestão de uma carreira como a de Napoleão ser repetida em dias por vir envolve um anacronismo. "À medida que o padrão geral de cultura é elevado, e os homens se tornam mais iguais uns com os outros, o poder ordinário do gênio é diminuído, mas seu poder extraordinário é aumentado, seu alcance é aprofundado, seu controle é tornado mais firme. À medida que os homens se tornam mais familiarizados com as realizações e o exercício do talento, aprendem a desprezar e desconsiderar seus exemplos diários, e a serem mais independentes dos meros homens de habilidades; mas eles somente se tornam mais completamente no poder de intelecto gigante, e os escravos do talento proeminente e inalcançável." [28]
Pela força bruta do gênio transcendente o homem da profecia conquistará uma posição de indisputada preeminência no mundo; mas para compreendermos os fatos de sua carreira posterior, considerações de um tipo totalmente diferentes precisam ser levadas em conta. Uma estranha crise marca o curso dele. A princípio o patrono da religião, um verdadeiro "filho mais velho da igreja", ele se torna um perseguidor implacável e profano. A princípio não mais do que um rei dos homens, recebendo a fidelidade da terra romana, ele após isso reivindica ser divino e exige a adoração da cristandade.
E vimos como essa extraordinária mudança em sua carreira toma lugar naquela época de tremenda importância na história do futuro, o início dos 1.260 dias da segunda metade da septuagésima semana de Daniel. É quando aquele misterioso evento ocorre, descrito como "guerra nos céus" entre o arcanjo e o dragão. Como resultado desse impressionante combate, Satanás e seus anjos serão lançados na Terra, e o revelador adverte a humanidade porque o Diabo veio até seu meio, "e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo." (Apocalipse 12:7,12).
O próximo fato na visão é a ascensão da besta de dez chifres (Apocalipse 13:1) Esse não é o evento descrito em Daniel 7. A besta, sem dúvida, é a mesma em Daniel e no Apocalipse, e representa o último grande império na Terra; mas no Apocalipse ela aparece em um estágio posterior de seu desenvolvimento. Três períodos de sua história são marcados em Daniel. No primeiro ela tem dez chifres. No segundo ela tem onze, porque o pequeno chifre surge entre os dez. No terceiro, ela tem oito, porque o décimo primeiro cresceu em poder, e três dos dez foram arrancadas por ele. Até esse ponto a visão de Daniel representa a besta meramente como o "quarto reino na Terra, o império romano restaurado nos tempos futuros, e aqui a visão se afasta da história da besta para descrever a ação do chifre pequeno como o blasfemador e perseguidor. [29]
É neste momento que o Cap. 13 de Apocalipse inicia. Os três primeiros estágios da história do império são passados, e um quarto se desenvolveu. Ele não é mais uma confederação de nações unidas por tratado, com um Napoleão se levantando no meio delas e lutando pela supremacia; mas uma confederação de reis que são os tenentes de um grande Kaiser, um homem cuja grandeza transcendente conquistou para si uma proeminência indisputável. Esse é o homem a quem o dragão escolherá para lhe dar seu terrível poder na Terra em dias por vir. A partir da hora em que ele se vender a Satanás, será capacitado por ele de tal forma que todo o poder, sinais e prodígios caracterizarão seu curso dali para frente. [30]
Há o perigo que para não tratarmos essas visões como se fossem enigmas a serem solucionados, nos esqueçamos quão terríveis são os eventos sobre os quais elas falam, e quão tremendas as forças que estarão em exercício no tempo de seu cumprimento. Durante esta Época da Graça, o poder de Satanás na Terra está tão restringido que os homens até se esquecem que ele existe. Esse, de fato, será o segredo de seus futuros triunfos. Para ver quão terrível deve ser o poder do dragão, observe a tentação de nosso Senhor! Está escrito: "E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu." (Lucas 4:5-7).
É esse mesmo ser terrível que dará à besta seu trono, seu poder e grande poderio. (Apocalipse 13:2) tudo o que Cristo recusou nos dias de sua humilhação. A mente que percebe esse fato estupendo não será lenta em aceitar o que segue:
"E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua, e nação. E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo." (Apocalipse 13:7,8).
Dos eventos que após isso acontecerão na Terra, convém falar com profunda solenidade e reserva. O fenômeno das súbitas e absolutas trevas é inconcebivelmente terrível, até mesmo quando procurado com total inteligência das causas que as produziram. [31] Quão indizíveis então serão seus efeitos terríveis, se não esperadas, não explicadas, e prolongadas elas forem por vários dias. E tal será o sinal que as Sagradas Escrituras declaram que marcará o advento do último grande tormento na Terra. [32] Os sinais e maravilhas do poder satânico ainda receberão a adoração da humanidade, enquanto os trovões de um céu não mais silencioso rugirão sobre o povo apóstata. Então será o tempo das "sete últimas pragas, porque nelas é consumada a ira de Deus" o tempo quando as taças da ira de Deus serão derramadas sobre a Terra. (Apocalipse 15:1, 16:1) Se nos dias da graça a altura e profundidade da misericórdia e da longanimidade de Deus transcendem todos os pensamentos humanos, Sua ira não será menos divina. "O dia da vingança do nosso Deus", "O grande e terrível dia do SENHOR" tais são os termos usados para descrever esse tempo de horror sem igual.
Entretanto, nas trevas da meia-noite da apostasia final, a longanimidade de Deus servirá apenas para cegar e endurecer, a misericórdia dará as boas vindas à chegada do dia terrível da vingança, por que a bênção estará depois dele. Outro dia ainda haverá. A história da Terra, conforme apresentada nas Escrituras, alcança uma época sabática de bênçãos e de paz, uma era quando o céu governará a Terra, quando "o SENHOR se alegrará nas suas obras" (Salmos 104:31) e provará ser o Deus de todas as criaturas que criou. (Salmos 145:9-16).
Depois, o véu é levantado e uma breve visão é concedida de uma gloriosa eternidade além, quando todos os vestígios do pecado terão sido removidos para sempre, quando os céus se unirão com a Terra e o "tabernáculo de Deus" o lugar de habitação do Todo-poderoso estará entre os homens, "pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus." [33]
Foi uma calamidade para a igreja de Deus que a luz da profecia tenha se tornado diminuída em infrutíferas controvérsias e o estudo dessas visões, que foram dadas por Deus com o propósito de advertir, de guiar e de alegrar seus santos nos dias maus, foi desprezado como profundamente inúteis. Elas estão repletas de promessas que Deus planejou para fortalecer a fé de Seu povo e despertar o zelo deles, e uma bênção especial repousa sobre aqueles que as lêem, ouvem e guardam. (Apocalipse 1:3) Um dos aspectos mais esperançosos da hora presente é o crescente interesse que as profecias despertam em toda a parte; e se estas páginas servirem para aprofundar ou direcionar o entusiasmo de apenas alguns poucos no estudo de um tema que é inesgotável, o trabalho que deram estará abundantemente recompensado.
Notas de Rodapé do Capítulo 15
[1] The Times, segunda-feira, 18 de dezembro de 1876.
[2] The Times, 18 de dezembro de 1876.
[3] Que o Anticristo surgirá da parte oriental do Império Romano e daquela parte do oriente que caiu sob o domínio dos sucessores de Alexandre, é tornado inquestionável por este capítulo. Mas, vendo que no Cap. 11 ele é mencionado em conflito com o rei do norte (isto é, o rei da Síria) e também com o rei do sul (isto é, o rei do Egito), é claro que ele não virá nem do Egito nem da Síria. Ele precisa, portanto, vir da Grécia ou dos distritos imediatamente contíguos à Constantinopla. É verdade que se ele se levantar do último, ou na verdade de qualquer um dos quatro, seria considerado grego em sua origem, porque todos os quatro foram divisões do império grego; mas parece muito mais provável que a própria Grécia será o lugar de seu aparecimento. Ele é descrito crescendo em direção ao sul, e para o oriente, e para a terra formosa; isto é, em direção ao Egito, à Síria e à Palestina uma descrição que geograficamente favoreceria a posição de alguém que supostamente está na Grécia.
"Além disso, um 'chifre pequeno' (um emblema não daquilo que ele é como indivíduo, mas daquilo que é como monarca) é um símbolo que se encaixa bem com aquele que surge de um dos pequenos e numerosos principados que existiram na Grécia, e tem ainda sua memória no trono dos soberanos de Montenegro." Newton, Ten Kingdoms, pág. 193.
[4] Daniel 8:23-25. Toda a passagem é citada.
[5] Daniel 11:36-45; 12:1. Estou inclinado a acreditar que toda a passagem do verso 5 de Daniel 11 receberá um cumprimento futuro, e não tenho dúvida disso com relação à passagem que inicia no verso 21. Veja especialmente o verso 31. Mas a futura aplicação da porção citada no texto é inquestionável. Embora o capítulo em parte refira-se a Antíoco Epifânio, "existem características que não têm correspondência em Antíoco, e que estão até mesmo em total contradição com o caráter de Antíoco, mas que reaparecem no relato do apóstolo Paulo a respeito do Anticristo que virá." Cito aqui o Dr. Pusey. Ele acrescenta (Daniel, pág. 93): "A imagem do Anticristo no Velho Testamento se dilui nas características do próprio Anticristo... Uma característica somente do caráter anti-religioso do Anticristo também foi verdadeiro com relação a Antíoco; "Falará coisas maravilhosas contra o Deus dos deuses." A blasfêmia contra Deus é um aspecto essencial de qualquer poder ou indivíduo que se opõe a Deus. Esse aspecto existiu tanto em Voltaire quanto em Antíoco... As características desse rei infiel são: (1) Auto-exaltação acima de todos os deuses "Engrandecer-se-á sobre todo deus". (2) Desprezo por todas as religiões; (3) Blasfêmia contra o verdadeiro Deus; (4) Apostasia do Deus de seus pais; (5) Desconsiderar o desejo das mulheres; (6) Honrar um deus que seus pais não conheceram. De todas essas seis características, somente uma, no mínimo, combina com Antíoco". Toda a passagem é valiosa e os argumentos conclusivos. Um comentário na página 96 sugere que o Dr. Pusey identifica esse rei com a segunda besta de Apocalipse 13 e essa opinião é compartilhada por outros com base em que uma besta na profecia tipifica o poder de um rei. Isto é geralmente verdade, mas a segunda besta de Apocalipse 13 é expressamente chamada de "falso profeta" em Apocalipse 19:20 e a passagem prova que ela está imediatamente conectada com a primeira besta, e não afirma uma posição independente dela. As dificuldades em supor que a segunda besta será um rei são insuperáveis.
[6] Um comentário similar aplica-se à recusa de reconhecer os principais contornos do caráter e história do Anticristo. A profecia cumprida é nosso único guia seguro para estudar o que ainda não se cumpriu.
[7] O cético religioso pode se recusar a aceitar o cumprimento literal delas, e o cético profano, ao rejeitar as imaginosas interpretações dos religiosos, pode desprezar as profecias como sendo inacreditáveis, mas isso é somente uma prova adicional que a definição delas é pronunciada demais para admitir a meia-fé colocada nas outras profecias.
[8] Apocalipse 13:7,8. Na melhor leitura do verso 7, as mesmas quatro palavras ocorrem como em 7:9, "nações, tribos, povos e línguas."
[9] Apocalipse 18:20. Assim também em 17:6, os santos (aqueles que foram mortos nos tempos do Velho Testamento) estão distinguidos dos mártires de Jesus. Lucas 11:50,51 apresenta o princípio dos julgamentos de Deus.
[10] Na Escritura a igreja desta dispensação é simbolizada como o corpo de Cristo, nunca como a noiva. A partir da conclusão do ministério de João Batista, a noiva nunca é mencionada até que apareça em Apocalipse (João 3:29, Apocalipse 21:2,9). A força do "assim também" em Efésios 5:33 depende do fato que a igreja é o corpo, não a noiva. O relacionamento terreal é reajustado por um padrão celestial. Marido e mulher não são um corpo, mas Cristo e Sua igreja são um corpo, portanto um homem deve amar sua mulher "como a si mesmo."
[11] Isto, acredito, é o elemento de verdade na visão de Auberlen e outros, que a mulher no Cap. 17 é a mulher no Cap. 12, "Como se fez prostituta a cidade fiel!" (Isaías 1:21).
[12] "Inclino-me a pensar que o julgamento (Cap. 18:2) e a fornicação espiritual (Cap. 18:3), embora encontrando sua culminação em Roma, não estão restritos a ela, mas compõe toda a igreja apóstata, romana, grega, e até mesmo a protestante, que foi seduzida de seu primeiro amor a Cristo, e se entregou às pompas e aos ídolos do mundo. " Rev. A. R. Fausset, Commentary.
[13] Alford, Greek Test. in loco, Compare Daniel 7:17-23.
[14] Exatamente como a menção dos dez chifres sobre a besta fez com que homens tentassem descobrir no passado uma divisão em dez partes do território romano, assim também essas sete cabeças sugerem a idéia de sete formas sucessivas de governo no Império Romano. Nenhum desses conceitos seria conhecido, se não fosse pela profecia da qual eles são considerados o cumprimento. O segundo, embora não tão visionário quanto o primeiro, está aberto para a objeção especial que a palavra pipto indica uma queda violenta, como a catástrofe da antiga Babilônia, ou a da Babilônia em Apocalipse 18:2. É totalmente inadequado expressar essas mudanças como se marcassem o governo da antiga Roma.
[15] Apocalipse 17:10 diz expressamente que a duração da septuagésima semana será breve. O comentário de Dean Alford sobre isso não é marcado por sua usual honestidade. As palavras no verso 11 são ek ton hepta, mas isso não pode significar meramente que a besta será o "sucessor e o resultado dos sete" (Alford), porque o verso 11 limita toda a sucessão a sete. Por causa de sua terrível proeminência ele é descrito como o oitavo, mas na realidade ele é o supremo líder dos sete.
[16] drakon purrhos megas, Apocalipse 12:3. "Ele é purrhos talvez, em razão das propriedades combinadas do fogo com a vermelhidão do sangue" (Alford, Greek Test). Compare o verso 9: "E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo." O dragão, tanto das Escrituras quanto das mitologias pagãs, é uma serpente, e ambos se referem a Satanás. Ele é descrito por Homero como de enorme tamanho, enrolado como uma serpente, de cor vermelho-escuro, como o sangue, e com muitas cabeças. "Ele parece usar as palavras drakon e ophis indiferentemente para uma serpente". (Liddell e Scott).
[17] O tharion, ou besta selvagem do Apocalipse 8, etc. não deve ser confundido com o dzoon ou ser vivente do Cap. 4, que lamentavelmente foi traduzido como besta em algumas versões.
[18] Isto é, os seres que antes da sua queda eram anjos de Deus. A palavra anjo em seu sentido secundário significa nada mais que um mensageiro ou atendente, e Satanás tem seus anjos (Apocalipse 12:7). A palavra é usada com relação aos discípulos de João Batista, em Lucas 7:24.
[19] Nossos tradutores usaram a palavra diabo como um termo genérico para seres caídos, que não o homem, mas a palavra a partir da qual ela é derivada não tem esse escopo no grego. Um diabolos é um difamador, e a palavra também é usada em 1 Timóteo 3:11; 2 Timóteo 3:3; Tito 2:3. Mas o diabolos é Satanás, para quem unicamente o termo é usado no Novo Testamento, exceto em João 6:70, onde é aplicado a Judas Iscariotes. A palavra daimonion, que ocorre cinqüenta e duas vezes nos evangelhos, e sete vezes no restante do Novo Testamento, é invariavelmente traduzida como diabo, exceto em Atos 17:18 (deuses). No grego clássico ela significa geralmente a divindade, especialmente um deus inferior e, no Novo Testamento, um espírito maligno, um demônio.
A referência final de Ezequiel 28 parecer ser a Satanás, e na passagem que inicia, "Estiveste no Éden, jardim de Deus" ele está com apóstrofe, como "o querubim ungido" (verso 14). Os querubins parecem ter uma relação especial com a raça humana e com o mundo, daí sua conexão com o tabernáculo. Teria a Terra sido no passado o domínio deles? Teria Satanás sido um querubim? Teria ele reconhecido em Adão uma criatura destinada a sucedê-lo na cena de sua glória e em sua queda?
[20] Bp. Stillingfleet; citado em Encyc. Metro. artigo sobre "Adoração à Serpente". Em Ancient Mythology, de Bryant, há um capítulo sobre Ofidiolatria (vol. 2, pág. 197, terceira edição, veja também pág. 458) que confirma as afirmações gerais do texto.
[21] "E toda a terra se maravilhou após a besta. E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo: Que é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?" (Apocalipse 13:3,4).
[22] A besta que se parece como carneiro de Apocalipse 13:11 é chamada de Falso Profeta em Apocalipse 19:20. A linguagem de 13:3,12 sugere que haverá uma ímpia imitação da ressurreição de nosso Senhor.
[23] "E eis que passava o SENHOR, como também um grande e forte vento que fendia os montes e quebrava as penhas diante do SENHOR; porém o SENHOR não estava no vento; e depois do vento um terremoto; também o SENHOR não estava no terremoto; e depois do terremoto um fogo; porém também o SENHOR não estava no fogo; e depois do fogo uma voz mansa e delicada." (1 Reis 19:11-12).
[24] Nas perseguições na Roma pagã, a morte era freqüentemente a pena para quem se recusasse a adorar a imagem de César; mas Apocalipse 13:15 aponta claramente para alguma morte misteriosa que resultará na presença da imagem do futuro César. O mesmo poder que permitirá ao Falso Profeta dar vida à imagem, destruirá a vida daqueles que se recusarem a adorá-la.
[25] Em uma das horas mais tenebrosas de sua história, quando a perseguição continuada dos judeus ameaçou a raça com total extinção, Barcochab proclamou-se o Messias, e liderou o povo em uma revolta contra os romanos, que terminou em uma carnificina horrível e até então sem precedentes (anos 130-132). O homem parece ter sido um vil impostor que enganava o povo com truques, como soltar fogo pela boca; porém alcançou tal eminência e trouxe desastres tão terríveis que alguns procuraram encontrar em sua carreira o cumprimento das profecias do Anticristo.
[26] Veja a nota D no Apêndice 2.
[27] Digo nações, não reinos, pois embora eles serão no fim reinos; isto é, estarão sob um governo monárquico, antes do advento do Kaiser talvez esse não seja o caso. Que essa divisão do território romano ocorrerá antes do seu aparecimento é expressamente dito; mas se um ano, uma década, ou um século antes, não somos informados.
[28] Alford, Greek Test., Proleg. 2 Tessalonicenses, item 36.
[29] A passagem (Daniel 7:2-14) é citada na íntegra. A distinção acima observou claramente a aparente inconsistência entre as visões de Daniel e o Apocalipse aludido.
[30] ho anomos... ou estin ha parousia kat energeian tou Satana en pasa dunemei, kai sameiois, kai tepasi pseudos. (2 Tessalonicenses 2:8,9).
[31] O Astrônomo Real (Sir G. B. Airy) usou estas palavras em uma conferência realizada na Instituição Real em 4 de julho de 1853, a respeito dos eclipses solares totais de 1842 e 1851: "O fenômeno, na verdade, é um dos mais terríveis que o homem pode testemunhar, e nenhum grau de eclipses parciais dão qualquer idéia de seu horror."
[32] "O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR." (Joel 2:31).
[33] Apocalipse 21:3. A ordem desses eventos é observada.
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Data da publicação: 14/5/2005
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