Possessão Demoníaca: é Realmente uma Posse ou Apenas uma Operação?

Você sabe o que acontece quando alguém deixa de pagar ao exorcista? A pessoa volta a ficar possessa!

Falando seriamente, a julgar pelas perguntas que recebemos sobre o assunto, parece que há uma falta generalizada de compreensão sobre o que é e como pode acontecer a possessão demoníaca. A maioria das perguntas é se um filho de Deus pode ou não ser possesso. Minha resposta sempre foi que um cristão genuíno pode ser oprimido, mas não possuído. Entretanto, por questão de clareza, essa resposta provavelmente precisa ser um pouco mais elaborada.

Como sempre é o caso com certas palavras, há mais de um sentido associado com elas. O Novo Dicionário Aurélio define a palavra possesso como — "1. Possuído do Demônio; endemoninhado; 2. Tomado de ira, furioso, encolerizado; 3. Indivíduo endemoninhado, possesso." Assim, a resposta à pergunta se um cristão pode ou não ser possesso por demônios depende de qual dessas três definições está em vista. Para o cristão nascido de novo, a possessão (no sentido de "posse") muda de Satanás para Cristo por meio do novo nascimento, e essa transação é irreversível. Assim, nesse sentido do termo, podemos dizer enfaticamente que um cristão não pode ser possesso por demônios.

Mas, e a segunda definição, a de ser controlado por uma obsessão inspirada de forma sobrenatural? Infelizmente, é aqui que a opressão demoníaca pode entrar na vida de um cristão mundano e relapso. Deus não permitirá que Satanás nos force a fazer o mal, mas Satanás e seus demônios certamente podem nos "empurrar" na direção em que já estamos inclinados — porque nossa carne é fraca e altamente susceptível à tentação. Quando negligenciamos a armadura de Deus [Efésios 6:13], ficamos vulneráveis aos ataques demoníacos e o comportamento pecaminoso obsessivo geralmente é o resultado. Destarte, se não reconhecermos os sintomas da opressão e tomarmos conta dela confessando nosso desvio ao Senhor — pedindo perdão e purificação de acordo com 1 João 1:9 — corremos o risco de permitir que uma "fortaleza" se forme em nossas vidas. O apóstolo Paulo menciona isso no seguinte verso:

"Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas." [2 Coríntios 10:4].

O comportamento crônico e os hábitos nas vidas dos cristãos que são claramente pecaminosos e sobre os quais o indivíduo parece não obter a vitória, são exemplos de demônios em operação. Porém, triste dizer, muitos no povo de Deus hoje vêem essa explanação com certo desprezo que eles reconhecem como leviandade. Por que isso acontece, você pergunta? Bem, se você fosse Satanás e tivesse os planos operacionais dele não trabalharia incessantemente para encobrir sua existência? Aqueles que podem ser enganados a pensar que Satanás e seus asseclas são meramente personagens imaginários da "fantasia religiosa" permitem que a obra malévola deles continue virtualmente sem ser detectada. Até que o problema seja enfrentado objetivamente e o remédio na Palavra de Deus seja seguido, não haverá alívio nas vidas daqueles que estão assim oprimidos.

Portanto, talvez seja útil neste ponto oferecer alguma definição de termos e outras informações relativas ao assunto geral dos demônios. Acredito que alguns excertos do livro Expository Dictionary of New Testament Words, de W. E. Wine, serão instrutivos. Para iniciar nosso estudo, descobrimos que a palavra grega que se refere à possessão demoníaca (palavra-chave) é como segue:

"DAIMONIZOMAI — ser possuído por um demônio, ou demônios: veja DEMON, B."

(As ocorrências de uso são Mateus 4:24; 8:16, 8:28 8:33, 9:32, 12:22; Marcos 1:32, 5:15, 5:16, 5:18; Lucas 8:36)

Em seguida, voltamo-nos para a referência dada para a mesma palavra grega sob o título de "DEMON, B:"

"B. Verbo. DAIMONIZOMAI — significa ser possuído por um demônio, atuar sob o controle de um demônio. Aqueles que estavam assim afligidos expressavam a mente e consciência do demônio ou dos demônios que habitam neles..."

Portanto, essa palavra grega em particular descreve os incrédulos — todos os quais são escravos de Satanás. [Efésios 2:2] — e muitos dos quais não são apenas controlados por demônios, mas são literalmente a habitação de muitos deles também.

O verbo daimonizomai encontra-se sob o título geral de "DEMON, DEMONIAC" e as formas no substantivo são como segue:

"1. DAIMON — um demônio, significava, entre os gregos pagãos, uma deidade inferior, boa ou má. No Novo Testamento, denota um espírito maligno. É usada em Mateus 8:31, traduzida como "demônios..."

"2. DAIMONION — não é um diminutivo de daimon, No. 1, mas um neutro do adjetivo diamonios, referente a um demônio, é também traduzido erradamente como "diabo", "diabos". Em Atos 17:18, denota uma deidade pagã inferior. Os demônios são agentes espirituais que atuam em toda a idolatria. O ídolo propriamente não é nada, mas todo ídolo tem um demônio associado com ele que induz à idolatria, com sua adoração e sacrifícios... Eles disseminam os erros entre os homens, e buscam seduzir os fiéis... Como espíritos sedutores, enganam os homens na suposição de que por meio dos médiuns (aqueles que têm "espíritos familiares") podem conversar com pessoas já falecidas. Daí a enganação destrutiva do espiritismo, proibido nas Escrituras... Os demônios tremem diante de Deus [Tiago 2:19]; reconhecem a Cristo como Senhor e futuro juiz [Mateus 8:29; Lucas 4:41]. Cristo pode expulsá-los das pessoas por Seu próprio poder. Os discípulos de Cristo fizeram assim em Seu nome, e exercendo fé... Agindo sob Satanás... os demônios têm permissão de afligir com doenças físicas... Sendo impuros, tentam as pessoas com pensamentos impuros... Eles diferem em graus de malignidade [Mateus 12:45] e instigarão os governantes das nações no fim deste período para fazerem guerra contra Deus e Seu Cristo [Apocalipse 16:14]. Veja DIABO."

Vamos então para o título de DIABO:

"DIABOLOS — um acusador, um difamador (de diaballo, acusar, tornar maligno, é um dos nomes de Satanás. A palavra "Diabo" deriva desse nome, e deve ser aplicada somente a Satanás, como nome próprio. Diamon, um demônio, é freqüente, mas erroneamente, traduzido como "diabo"; deveria ser sempre traduzido como "demônio", como na margem da R. V. Existe um único Diabo, mas existem muitos demônios. Sendo o inimigo malévolo de Deus e do homem, acusa o homem diante de Deus [Jó 1:6-11; 2:1-5; Apocalipse 12:9-10] e acusa Deus diante do homem [Gênesis 3]. Ele aflige o homem com sofrimentos físicos [Atos 10:38]. Sendo ele mesmo pecaminoso [1 João 3:8], instiga o homem a pecar [Gênesis 3] e tenta o homem a fazer o mal [Efésios 4:27; 6:11], encorajando-o por meio do engano [Efésios 2:2]. Como a morte foi trazida ao mundo pelo pecado, o Diabo tinha o poder de morte, mas Cristo por meio de sua própria morte, triunfou sobre ele, e o trará à aniquilação [Hebreus 2:14]; seu poder sobre a morte fica implícito em sua luta contra o arcanjo Miguel por causa do corpo de Moisés [Judas 9]. Judas Iscariotes, que se entregou ao Diabo, ficou tão identificado com ele, que o Senhor o descreveu como tal [João 6:70 e 13:2] Quando o Diabo se exaltou em orgulho contra Deus e caiu em condenação, assim os crentes são advertidos com relação ao pecado similar [1 Timóteo 3:6]; para eles ele arma laços [verso 7] buscando devorar como um leão que ruge [1 Pedro 5:8]; aqueles que caem no seu laço podem ser recuperados desse estado somente pela vontade de Deus [2 Timóteo 2:26]... Se os crentes resistirem, ele fugirá deles [Tiago 4:7]. Sua fúria e malignidade serão especialmente exercidas no fim desta época atual [Apocalipse 12:12]; a condenação do Diabo é o lago de fogo [Mateus 25:41; Apocalipse 20:10]..."

Isto deve nos dar uma base bastante boa para compreender a diferença entre um Diabo singular conhecido como Satanás, e os muitos anjos caídos — os demônios — que ficaram ao lado dele na rebelião contra Deus. A atmosfera em volta da Terra é o reino deles neste tempo presente [Efésios 2:2], mas Apocalipse 12 torna bem claro que Satanás e seus anjos ainda têm acesso ao trono de Deus porque ele acusa os irmãos diante de Deus, de dia e de noite! [verso 10]. Observe que nesse verso a palavra é "acusava" (pretérito) somente porque João está descrevendo após Satanás ter sido lançado dos céus — um evento que ainda está no futuro. O verso 9 nos diz que os anjos de Satanás serão lançados no mesmo tempo. Assim, a idéia que Satanás e seus demônios estão no inferno lançando carvão nas fornalhas não tem qualquer base bíblica. Muito pelo contrário, eles habitam a atmosfera em volta da Terra, o ar que respiramos, e estão continuamente buscando modos de se impor sobre o povo de Deus. Mas desde que façamos uso da armadura espiritual que Deus nos oferece, os esforços deles não serão bem sucedidos.

Entretanto, parece haver uma lenta, mas crescente percepção da interferência demoníaca dentro da cristandade porque o termo "exorcismo" está sendo ouvido com maior freqüência. Alguns pastores estão encontrando comportamento por parte de pessoas dentro de suas congregações que podem somente ser atribuídos à opressão sobrenatural e têm feito tentativas de lançar fora os espíritos malignos e libertar as pessoas de sua servidão. No entanto, é nossa posição que o sucesso ou falha de tais tentativas depende inteiramente se a pessoa em questão é realmente salva ou não. Baseamos isso naquilo que o Senhor disse sobre o exorcismo em Lucas 11:

"Quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o achando, diz: Tornarei para minha casa, de onde saí. E, chegando, acha-a varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem é pior do que o primeiro." [Lucas 11:24-26].

"Virar uma nova página" ou tomar a decisão de proceder melhor, etc., é inútil no que se refere aos homens não regenerados. Mesmo que seguindo-se algum tipo de ritual (e todas essas coisas estão baseadas no ocultismo, pois a Bíblia não contém nenhuma fórmula para o exorcismo) os demônios, são de alguma forma expelidos, as próprias palavras do Senhor citadas anteriormente nos dizem que cedo ou tarde esses espíritos malignos voltarão e trarão consigo novas companhias — o estado final do indivíduo será pior que o original! Somente quando irmãos nascidos de novo orarem por libertação da opressão para si mesmos ou de seus próprios por meio da confissão do pecado e buscando o poder de purificação do Espírito Santo, haverá qualquer chance real de total libertação. Mas, ao contrário daqueles que estão perdidos, essa liberdade é sempre uma possibilidade definitiva — que depende unicamente do arrependimento e confissão.

Acho muito interessante que a expulsão de demônios, ou exorcismo, não era feita somente pelo Senhor e pelos seus discípulos, mas também por outros — por causa de um comentário que Ele fez aos fariseus durante este encontro em particular fortemente implica isso:

"E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam vossos filhos? Eles, pois, serão os vossos juízes." [Lucas 11:19].

Eles blasfemaram do Espírito Santo ao afirmar que o poder do Senhor provinha de "Belzebu" — um dos vários nomes que os judeus usavam para se referir ao Diabo. E o Senhor respondeu à afirmação ridícula deles por meio de lógica irrefutável. Em outras palavras, se Ele estava coligado com o Diabo, assim também estavam eles — porque era do Diabo que os discípulos dos fariseus aprendiam a exorcismar demônios! E isso confirma a tese de David Bay de que os fariseus eram cabalistas praticantes — membros de uma sociedade secreta ocultista.

O ponto que não queremos perder de vista aqui é que o Senhor e Seus seguidores expeliam demônios por meio do poder irresistível e todo-poderoso do Espírito Santo, simplesmente ordenando que os demônios saíssem. Eles não desenhavam hexagramas ou círculos no chão, não faziam encantamentos, nada desse tipo — apenas ordenavam "— Saiam agora!" Os demônios eram absolutamente impotentes e tinham de obedecer, mas se no processo o indivíduo que estava possesso não nascesse de novo (como era obviamente o caso com a pessoa a quem o Senhor se referiu em Lucas 11:24-26, citado anteriormente), o único resultado seria um alívio temporário. Assim, uma questão legítima para nós é se a "expulsão de demônios" ainda é um dom ativo hoje. Para responder a essa pergunta, permita-me fazer outra: a que bem serviria, em caso afirmativo? Expelir demônios de uma pessoa não regenerada é, no máximo, somente um sinal de poder sobrenatural e não equivale à salvação. Portanto, que propósito real a expulsão serviria à causa de Cristo? Durante os dias do ministério terreno do Senhor e na época da igreja primitiva, esses milagres serviam como um testemunho para os judeus — um povo a quem Deus tinha primeiramente guiado por vista e não pela fé em toda sua história nacional. A nuvem de glória Shekiná era um exemplo notável, bem como os numerosos milagres realizados pelos profetas como demonstrações de seu chamado por Deus. Então, quando o Senhor começou a alcançar Israel, as demonstrações milagrosas voltaram para autenticar Suas credenciais como o Messias deles. Mas uma vez que a "chamada ao altar" final foi completada, os dons milagrosos cessaram antes da conclusão do cânon das Escrituras. Por quê? Porque o apóstolo Paulo disse à igreja "... caminhamos por fé, não por vista" [2 Coríntios 5:7]. Os milagres eram feitos para serem vistos. A fé é outra coisa completamente diferente.

"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem." [Hebreus 11:1].

Mas e os cristãos que acabam sendo oprimidos por demônios — como eles são libertos? Amados, 1 João 1:9 funciona como o único exorcista que qualquer um de nós algum dia precisará. Esse verso inicia dizendo, "Se confessarmos os nossos pecados...". Reconhecer e admitir que o problema surgiu de nossa própria natureza pecaminosa e depravada é o primeiro passo em se livrar da "ajuda" não-desejada do lado das trevas. Confesse seus pecados ao Senhor e peça o perdão, depois reivindique a promessa, "Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça." O que poderia ser mais claro? A admissão de culpa é o "sabão" ao qual nenhum demônio pode suportar. Lembre-se, "... maior é o que está em nós do que aquele que está no mundo" [1 João 4:4b]. Nosso Salvador e Deus é infinitamente mais poderoso que Satanás e suas hordas de anjos caídos juntos! Assim, para concluir:

"Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres." [João 8:36].


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Que Deus o abençoe.

Autor: Pr. Ron Riffe
Data da publicação: 14/5/2004
Texto revisado por: V. D. M. — Campo Grande / MS
Revisão: http://www.TextoExato.com
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