Autor: Giordano Bruno, 2/1/2010.
Inerentes em cada ser humano existem escondidas qualidades que nos tornam capazes de realizar o bem indelével e permanente, ou perpetrar o mal chocante e catastrófico. Muitos de nós lutam diariamente com essas dualidades psicológicas naturais e inatas em nossas vidas. Com a ajuda da consciência, a sempre presente voz do inconsciente que nos guia rumo ao equilíbrio, muitos de nós sobrevivem à luta interna sem infligir muito dano aos inocentes que estão ao nosso redor.
Antigamente eu acreditava que todas as pessoas passavam por essa mesma luta, que todos queriam atingir algum dia aquela sempre elusiva autoconsciência que afasta a névoa da vida e nos faz sentir completos e realizados. Eu acreditava que todos os homens que cometiam crimes terríveis e injustiças contra os outros faziam isso por ignorância e cegueira. Sem dúvida, eles tinham se perdido no caminho e não compreendiam perfeitamente as implicações de suas ações. Isso não os tornava menos responsáveis, mas eles não podiam ser redimidos? Não teriam eles permitido que suas próprias sombras corressem soltas à luz do dia, sem conhecer as consequências? Todos nós, até mesmo os piores de nós, bem no fundo ainda não lutamos para fazer aquilo que é certo?
Nesta crença, preciso agora admitir, para continuar honesto com minha própria consciência, eu estava terrivelmente enganado...
O que eu não compreendia na minha juventude era que nem todos lutam contra os quadrantes mais tenebrosos de seus próprios corações. Alguns homens se deleitam com essas trevas. Existem aqueles que alimentam suas fraquezas, seu ódio, sua inveja, seus desejos malignos em controlar seu ambiente e todos os que vivem ao redor, e fazem isso de forma deliberada, plenamente cientes do desequilíbrio e sofrimento que estão infligindo aos outros. Onde vejo fraqueza de caráter, eles veem força não aproveitada; a força da frieza e da malevolência irrestritas. Eles não eram vítimas de sua própria ignorância. Eles atravessaram o rio Estinge e avistaram os portões mitológicos do inferno, a barreira psicológica entre os santos e os loucos. Eles se colocaram na extremidade da razão e da verdade, olharam para o abismo pavoroso no fundo de suas próprias psiquês, e gostaram do que viram!
Se alguém já fez alguma definição melhor do que é a malignidade, eu não conheço.Esta metodologia, esta filosofia de alimentar sua própria natureza tenebrosa, está sempre presente em um grupo organizado de pessoas que viemos a rotular de Elites Globais. Elas existem de várias formas há séculos, mas seus objetivos sempre foram os mesmos. Neste artigo, examinaremos algumas das influências primordiais que deram origem à filosofia elitista, bem como algumas explicações possíveis sobre a razão de elas agirem assim.
Platão: O Catalisador para o Elitismo
O elitismo existe talvez desde que o homem existe, mas não foi implementado em uma escala social muito ampla até a formação dos impérios, como o de Babilônia. Mais tarde, ele floresceu em uma variedade completa de espiritualismo sob o olhar atento da aristocracia grega e a tutela de Platão, ou, como os elitistas algumas vezes o chamam, "o divino Platão".
É difícil dizer depois de tantos séculos qual era a real intenção de Platão com seus Diálogos. Será que ele queria que eles representassem meros exames sociológicos metafóricos, como questões destinadas a promover o debate saudável? Ou será que ele os escreveu como modelos para a sociedade, esperando que fossem traduzidos literalmente e depois implementados em um mundo real? Sejam lá quais tenham sido suas intenções originais, suas visões sobre a estrutura social se tornaram o fundamento subjacente para a monstruosa variedade organizada do elitismo global que vemos agora. Essas visões são muito proeminentes em A República, porém estão presentes em praticamente todas as suas obras.
Platão tinha uma opinião muito negativa sobre a maior parte da população, dizendo frequentemente que o conceito de Democracia, o governo do homem comum, estava longe de ser o ideal. Em um dos seus famosos argumentos, ele propõe que é melhor ser governado por um mau tirano do que participar de uma má democracia, pois nesta todo o povo será responsável pelos atos terríveis da nação, em vez de um indivíduo (logicamente, ele deixa de observar que ao permitir que um mau tirano ocupe o poder, o povo ainda é totalmente responsável por qualquer ato terrível que o tirano venha a cometer). Em vez disso, ele acreditava, existem vários níveis em que a sociedade poderia se formar e eles os relaciona na ordem de importância:
- Aristocracia (governo exercido pelos melhores).
- Timocracia (governo exercido pelos mais honrados).
- Oligarquia (governo exercido por alguns poucos).
- Democracia (governo exercido pelo povo).
- Tirania (governo exercido por uma pessoa, o tirano).
Platão parece não ver ameaça na ideia da Aristocracia, e a possibilidade de um grupo de homens rotulados como sendo os melhores reverterem para uma tirania parece não ter nunca passado por sua cabeça. Isso é ainda mais evidente em sua ideia dos "Reis Filósofos": uma classe de guardiões, que estão tão mergulhados em conhecimentos e sabedoria que são praticamente infalíveis e estão idealmente preparados para governar as vidas dos outros. As elites atuais estão fascinadas por este conceito, pois ele provê um modo fácil para justificar seus próprios ideais de domínio feudal. Na verdade, Platão e seu cenário dos Reis Filósofos foram frequentemente defendidos pelo professor Leo Strauss, da Universidade de Chicago. Os ensinos de Strauss vieram a se tornar os elementos centrais de coesão política para aquilo que agora chamamos de "Neoconservadorismo".
http://www.opendemocracy.net/faith-iraqwarphiloshophy/article_1542.jsp http://www.jeetheer.com/politics/strauss.htmStrauss promoveu muitas das doutrinas mais questionáveis de Platão, incluindo a ideia da "Mentira Nobre". Em seu livro Persecution and the Art of Writing, Strauss delineia por que o segredo é necessário. Ele argumenta que os sábios precisam esconder suas opiniões por duas razões: "para poupar os sentimentos do público, e para proteger a elite de possíveis represálias" (represálias que ela provavelmente merece). Ele também acreditava que o único verdadeiro equilíbrio na natureza humana era a vontade dos fortes; a ideia que a moralidade é construída com base nas visões dos mais fortes. Os fracos não têm escolha, senão adotar a moralidade implícita dos mais fortes.
Strauss falava frequentemente sobre a necessidade de um imperativo moral e até mesmo de um Deus benevolente, mas interessantemente, ele não era apenas um ateu (de acordo com alguns de seus colegas), mas também um relativista moral. Estudantes jovens e ingênuos do neoconservadorismo frequentemente argumentam que Strauss promovia uma moral elevada, pois ele a menciona frequentemente em seus livros, mas parece que eles não compreendem o contexto em que ele faz isso. Strauss achava que uma estrutura moral era um instrumento útil para manipular as massas, e nada mais. Ele não era de modo algum um homem de consciência. Religião, ou qualquer outro sistema que enfoque o desenvolvimento da consciência, era somente para os vilões (a camada social mais baixa no sistema feudal), enquanto que a elite dos Reis Filósofos deve governar com seu próprio conjunto de virtudes, virtudes que os homens comuns supostamente não têm capacidade mental para compreender.
O que Platão realizou, e Strauss mais tarde expandiu, foi a mutação do elitismo de um mero movimento político com muitas consequências indesejáveis, para uma filosofia completa que se parece com uma religião. Os elitistas não eram mais simplesmente uma classe de tiranos e sadistas superprivilegiados que infernizam as vidas dos homens comuns, agora eles eram necessários para a própria mecânica da sociedade. Eles eram guardiões com responsabilidades quase divinas para moldarem e dirigirem o rumo de toda a humanidade. Sem eles, todos estaríamos perdidos.
As fraquezas dessa metodologia são numerosas e óbvias. Ela promove o conceito da igualdade como uma ilusão, o que pode ter certa legitimidade, uma vez que todas as pessoas nascem com qualidades inerentes e singulares. Entretanto, homens como Strauss pegam esse fato e o distorcem, afirmando que, como somos diferentes, isso significa que alguns de nós precisam ser naturalmente melhores do que os outros e, portanto, membros de uma elite. Essa é uma interpretação extremamente infantil das dinâmicas inatas.
De acordo com as descobertas de Carl Jung sobre os arquétipos, todos nascemos com as mesmas construções psicológicas, porém cada pessoa tem um relacionamento singular com elas, o que significa que o modo como incorporamos os arquétipos com os quais nascemos é particular a cada indivíduo. Isso significa que, embora cada pessoa possa desenvolver uma variedade diferente de inteligência, a não ser que exista uma deficiência mental, TODOS somos capazes de ser inteligentes. A filosofia elitista exaltada por Platão e Strauss afirma que algumas pessoas simplesmente nascem muito mais inteligentes do que as outras, e que essas pessoas, sendo tão naturalmente avançadas, devem poder reinar livremente e tomar as decisões por nós.
Quem está qualificado para categorizar os seres humanos com esses rótulos tão estreitos? Quem decide o que realmente é a inteligência? Um grupo pode enfocar mais o intelecto e o pensamento crítico, valorizando a lógica acima de todas as outras coisas, porém outro grupo pode ver a intuição e o desenvolvimento emocional como o verdadeiro brilhantismo. Como alguém pode determinar se uma pessoa está bloqueada racional e emocionalmente ao ponto de ser incapaz de progredir? A teoria de Platão não limita todos os homens em estados estáticos de existência? As pessoas já não provaram, ao longo dos séculos e das gerações, que têm a capacidade de mudar, de se adaptar e de progredir?
Alguns podem argumentar que a falta de inteligência no homem mediano é evidente, basta olhar ao redor. Mas esse modo de pensar está baseado em uma suposição inválida; a suposição que como um homem age de forma não inteligente, ele é, portanto, incapaz de ser inteligente. Uma contradição que acho muito interessante nas elites é que elas frequentemente pregam sobre a estupidez natural das pessoas comuns, porém direcionam a maior parte de seus enormes recursos para manter o público desinformado e ignorante dos fatos. Se o homem mediano é tão naturalmente inepto, então por que os elitistas empregam tanta energia para tentar nos manter na estupidez? Por que guardam as informações, os dados e as verdades do mundo para si mesmos? Não somos tão mentalmente incapacitados que não seríamos capazes de compreender a verdade mesmo se a conhecêssemos?
O fato é que eles sabem que somos inteligentes. Por qual outra razão eles acham necessários os segredos e as mentiras?
Embora receba a aparência ou a capa da sabedoria, o ideal elitista é, na verdade, um amontoado de teorias totalmente furadas e vieses reunidos para que a elite possa se absolver de seus crimes contra a consciência e contra a humanidade. Pelos padrões da lógica somente, os elitistas provam serem muito menos inteligentes do que querem que as pessoas acreditem.
Maquiavel: Os Métodos de Controle
Se há uma figura histórica que incorpora totalmente a ética elitista, essa pessoa é Nicolau Maquiavel. Mais conhecido por seu tratado político intitulado O Príncipe, Maquiavel foi um aristocrata de primeira grandeza, assessorando diversos monarcas sobre os melhores métodos de controlar seus respectivos súditos. Ele também foi um consultor militar e autor de estratégias de guerra, dando suas ideias para a manipulação social de uma forma fria e violenta.
Alguns historiadores argumentam que as obras de Maquiavel sobre subversão política e tirania sejam na verdade uma forma de sátira, pois ninguém revelaria seus segredos para exercer o controle da forma como Maquiavel fez, a não ser que estivesse tentando expor os horrores do elitismo. Acho essa teoria altamente improvável. Maquiavel trabalhou como assessor de vários reis e não era um revolucionário com o desejo de sacudir o barco em que esteve sentado durante toda sua vida. Acho muito mais provável que ele tenha sido simplesmente um ególatra, perfeitamente disposto a falar abertamente sobre seu desdém pelas massas humanas, como muitas elites fazem.
A mais importante (e perigosa) filosofia que Maquiavel apresentou foi sua visão dos bons resultados obtidos pelas obras más. Maquiavel viveu no início da Renascença, e talvez tenha visto antes da maioria de seus contemporâneos que o mundo estava mudando. No passado, as elites podiam facilmente abusar das pessoas por meio da força das armas, e não havia necessidade de pintar um quadro mais gentil de seu próprio despotismo. Entretanto, o senso de revolução e uma aversão à monarquia estavam crescendo entre o populacho. A necessidade de manipular o público por meio da retórica, e não somente pela violência, estava se tornando mais evidente. As pessoas agora tinham de ser enganadas a continuarem em sua servidão, e Maquiavel estava plenamente disposto a planejar estratégias para essa eventualidade.
Ele fez isso promovendo a ideia que o fim justifica os meios. Isto é, se as elites quisessem permanecer no controle do público, tinham de convencer o público que as obras más eram necessárias de modo a alcançar um bem maior. Esta foi a primeira formação verdadeiramente conhecida daquilo que mais tarde seria chamado de Relativismo Moral, apesar de que Maquiavel era mais da opinião que em vez de serem amorais, todos os homens eram inerentemente maus. Aqui estão algumas de suas citações sobre este ponto:
"Os homens nunca fazem o bem, a não ser que a necessidade os levem a isto; mas quando são livres para escolher, e podem fazer como lhes agrada, a confusão e a desordem se tornam desmedidas."
"Como mostraram todos aqueles que discutiram as instituições civis, e como a história está repleta de exemplos, é necessário que aquele que tente fundar uma República e estabelecer leis, pressuponha que todos os homens são maus e que usarão a malignidade de suas mentes todas as vezes que tiverem oportunidade; e que se essa malignidade for escondida por um tempo..."
"O povo se parece como uma besta selvagem, que, naturalmente feroz e acostumada a viver na floresta, cresceu como estava, em uma prisão e em servidão, e tendo por acidente obtido sua liberdade, não estando acostumada a procurar seu próprio alimento, e não sabendo onde se esconder, facilmente se torna presa do primeiro que tentar prendê-la novamente."
Entre outras coisas, Maquiavel ensinou que um governante tirânico precisa oferecer um procurador, um cordeiro sacrificial ao público, de modo a manter sua cumplicidade. Em seu tempo, os governantes mandavam executar os ex-líderes, membros do Conselho, assessores, e outros que fossem descartáveis de modo a satisfazer à necessidade do público por justiça, ao mesmo tempo em que mantinham o controle sobre ele. Essa estratégia tem sido levada à perfeição no sistema político dos EUA, em que as elites controlam ambos os partidos políticos. Sacrificando a imagem pública de George W. Bush, as elites puderam conter o crescente descontentamento entre o povo americano com o governo. Elas então substituíram Bush por Barack Obama, um homem cujas políticas são praticamente idênticas às de Bush. Deste modo, Maquiavel influenciou a cultura atual.
O problema com o argumento que o fim justifica os meios é que ele trata os meios como a única possibilidade existente.
Digamos que meu objetivo seja a paz mundial, mas eu use mentiras, guerras, genocídio e a opressão para alcançá-la. Em seguida, faço a declaração que todas aquelas mortes e destruições foram justificadas porque a paz mundial foi obtida. Minha suposição aqui é que a paz mundial não teria sido alcançada sem toda aquela destruição. Que fundamento tenho para fazer essa suposição? A resposta é nenhuma, pois nenhum outro método foi experimentado para alcançar a paz. Também assumi que não existiam outros métodos para alcançar a paz, métodos que não analisei. Portanto, os fins não justificam os meios, pois existem muitos meios para um fim, e alguns são muito mais honrosos do que os outros.
Portanto, que ponto de referência temos para determinar se os meios são justificáveis? A resposta é a consciência, algo que discutiremos na próxima seção.
O Marquês de Sade: Faça Tudo o Que Você Quiser
Muitas pessoas têm a tendência de se preocuparem com os elementos da perversão sexual ao examinarem a obra do Marques de Sade, mas essa perversão é na verdade uma nota lateral para as questões maiores em vista. A verdadeira raiz da mensagem do Marquês é corrupção, domínio sobre os outros e amoralidade. As escapadas sexuais do Marquês eram simplesmente um modo pelo qual ele expressava esses valores. Ele disse:
"Não há nada fundamentalmente bom, ou fundamentalmente mau; tudo é relativo, relativo ao nosso ponto de vista."
A partir desta única racionalização, todos os horrores do elitismo global podem ser atribuídos. Por meio da filosofia do Relativismo Moral, qualquer crime, qualquer injustiça, qualquer dor ou morte infligida aos outros pode ser facilmente aplacada ao ponto de vista ou às circunstâncias específicas do homem que comete o ato terrível. A cosmovisão niilista do Marquês de Sade pode ser resumida como segue:
A não existência de Deus reduz o universo a uma natureza puramente materialista, um mecanismo que funciona sozinho; "o movimento perpétuo da matéria explica tudo".
As pessoas são máquinas deterministas, o que anula a responsabilidade moral. Você não pode evitar, então, se é um pervertido sexual ou um depravado.
Não existe vida após a morte, de modo que sua conduta não importa.
A moralidade é uma criação dos costumes locais, de modo que é relativa à cultura e à geografia e, portanto, fictícia.
A natureza é nosso único guia ético; os seres humanos não são mais importantes para a natureza do que os insetos. Além disso, como a natureza usa a matéria das formas de vida mortas para criar novas, o crime, a destruição e a morte são necessários e agradáveis a ela. Portanto, o assassinato é bom, e o assassino em massa é o tipo humano mais elevado.
Nascido isolado, o indivíduo é unicamente importante, sem obrigações com ninguém e somente com motivações egoístas. Cada indivíduo está voltado contra todos os outros. A única máxima do Marquês era: "Quero me divertir, seja à custa de quem for."
O homem tende naturalmente a dominar os outros e a infligir a dor, o que ele aprecia fazer.
As pessoas comuns são objetos utilitários, os brinquedos para os ricos, poderosos e libertinos que se consideram deuses, e que não sentem amor algum.
A beleza e a inocência inspiram somente a crueldade diabólica. Como o materialismo torna o prazer proporcional ao estímulo, quanto maior for a sua crueldade, maior será o seu prazer.
O máximo de egoísmo e crueldade é, portanto, o rumo apropriado a seguir.
Fonte: http://www.scribd.com/doc/1960890/The-Marquis-de-Sade
A chave para a totalidade do Relativismo Moral é a crença que nascemos como páginas em branco e, portanto, nossa crença no certo e no errado é totalmente dependente do nosso ambiente, o que significa que a moralidade é um produto vazio dos tabus culturais. É claro que isto é totalmente falso, e já foi provado como incorreto por diversos cientistas e psicólogos. Assista ao filme no vínculo informado a seguir para ver uma análise profunda dos erros na Teoria da Folha em Branco.
http://neithercorp.us/sdslDeixando de lado o debate sobre a existência de Deus, a realidade psicológica é que todos os seres humanos têm um senso arquétipo inerente daquilo que chamamos bem e mal, e esse senso é comum a todas as culturas, independente das condições do ambiente, provando que as conclusões do Marques de Sade são falsas. A consciência é o mensageiro, ou o intérprete do senso arquétipo do equilíbrio.
Embora a filosofia do Marquês seja logicamente impraticável, para não dizer psicótica, ela ilustra muito bem a mentalidade elitista.
Por exemplo, um estuprador frequentemente não obtém muito prazer com o ato sexual em si, mas com o controle que obtém sobre a outra pessoa. Pensar nos elitistas desta maneira ajuda a compreender o raciocínio deturpado que está por trás de suas ações. Como o Marquês de Sade, as elites estão tão dominadas por um desejo ilimitado de obter poder e controle que elas próprias caem em seu próprio padrão de determinismo inventado. Ao descobrirem que nunca terão controle suficiente para saciar seus desejos, e ao descobrirem que esse poder sobre o ambiente é inalcançável, as elites se voltam para os pensamentos da destruição total. Para elas, a destruição é o pináculo do controle.
O que também encontramos é que a egolatria das elites as fazem lutar por aquilo que consideram ser o verdadeiro individualismo. Elas veem a consciência como uma escravidão psicológica, uma vontade imposta sobre elas pela sociedade, ou pelo próprio universo. Libertando-se da consciência, elas acreditam que tenham alcançado a liberdade final e se elevado a um plano acima do homem comum. O nome que se dá a isto é transcendência por meio do mal.
Entretanto, ao repudiarem suas qualidades inatas, elas na verdade perderam tudo o que lhes dá individualidade, bem como humanidade. Elas essencialmente fizeram de si mesmas mortas por dentro, bonecos sem alma dirigidos por nada além das paixões básicas. Em vez de se autodestruírem sob o peso dessa ambição, elas focaram tudo em um único objetivo coletivo.
A Nova Ordem Mundial: Destinada ao Fracasso
A Nova Ordem Mundial, sobre a qual a elite fala com tanta frequência, não é apenas uma transição política, ou uma reforma social; é uma tentativa de subverter a psiquê humana. Ela é uma tentativa de desafiar a natureza. Controlar as vidas das massas não é o suficiente. O que as elites mais querem é transmutar o coração humano e dobrá-lo da maneira como elas quiserem até que todos os vestígios de consciência e individualismo tenham desaparecido da espécie humana. Esse ato poderá levar vários séculos, talvez até um milênio, e mesmo assim poderá não ser possível de alcançar.
Ao examinar a transição rumo à N.O.M., frequentemente levo em conta o fascínio que os elitistas têm pelo jogo de xadrez. Zbigniew Brzezinski torna esse fascínio óbvio em seu livro The Grand Chessboard: American Primacy And Its Geostrategic Imperatives (O Grande Tabuleiro de Xadrez: A Primazia Americana e Seus Imperativos Geoestratégicos). Sou um ávido enxadrista e compreendo bem o jogo.
De modo a vencer de forma consistente no xadrez, é preciso acima de tudo ser totalmente implacável com os adversários. Você não pode perdoar ou ter lapsos momentâneos de compaixão. Isto é algo que as elites procuram. Você também precisa estar disposto a sacrificar qualquer peça para alcançar um objetivo maior; outra característica dos elitistas.
Os grandes enxadristas não vencem somente por meio de ataques às posições dos adversários; eles vencem forçando os adversários a moverem as peças do modo como eles querem, até que no fim, o adversário derrota a si mesmo. Este é um ponto de fulcro para a estratégia do globalismo. Os globalistas colocaram o laço da corda em nossos pescoços, mas é a luta das pessoas, sem terem um objetivo claro e definido é que vai apertando o laço, até que elas fiquem sufocadas.
O problema é que a vida não é um jogo de xadrez. As pessoas não seguem padrões claros definidos para elas de antemão. Alguns de nós caminham totalmente para fora do tabuleiro, outros criam suas próprias regras. Algumas vezes, os peões mudam toda a dinâmica do jogo e é por isto que as elites fracassarão. Não vamos continuar jogando o jogo delas.
As elites frequentemente se vangloriam de possuir uma sabedoria sem paralelos, uma consciência que excede a de todos os outros. Entretanto, se tivessem alcançado qualquer sabedoria, já teriam compreendido a futilidade de tentar controlar os destinos dos outros homens. Esse poder é uma ilusão, pois o único poder sobre nós é aquele que entregamos. Portanto, as elites somente têm poder sobre nós se lhes dermos o consentimento explícito. Tudo o que é necessário é que um homem diga não e toda a teia começará a se desfazer. O controle do mundo é uma fantasia, um desejo infantil do qual aqueles que possuem sabedoria legítima se afastam. A farsa somente continuará enquanto todos se submeterem ao engodo.
Aqui a humanidade aguarda, imóvel na longa e solene escuridão, prestes a dar um passo da sombra fria para a luz do dia. A grande ameaça para o elitismo sempre foi, e sempre será, o assim chamado homem comum. Somos os honestos e fiéis exploradores da alma, desimpedidos pelas presunções de superioridade, ou fixações de malícia. Somos a antítese, o contrapeso, a força opositora, pois não buscamos o poder, o domínio ou o controle sobre o mundo; somente a compreensão. Nós somos o futuro, não as elites. O tempo delas está praticamente acabado, e com o desaparecimento delas, que possamos ver todos os horrores que elas produziram serem desfeitos, até que a vida possa ser vivida do modo como precisa desesperadamente ser vivida; com os olhos abertos, com honra e com sinceridade.
A força, a verdadeira força, não vem do exílio da consciência, ou da entrega às águas turvas da amoralidade; vem da confiança no seu próprio coração. Ela vem daquele conhecimento intuitivo, conhecimento sem cálculo ou observação. Ela vem da profunda invencibilidade da verdade; uma força contra a qual até as elites mais depravadas não podem resistir.
Autor: Giordano Bruno, artigo original publicado em http://neithercorp.us/npress/?p=214
Data da publicação: 5/5/2010
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