"O Magistério [a Igreja] quer controlar todo o mundo..." [1].
"O Norte está cheio de bruxas e ursos vestidos com armaduras. E uma igreja distorcida e seus aliados estão envolvidos na atividade de separar as crianças dos dimons acompanhantes de suas almas, por razões carregadas com metafísica mais profunda do que Hollywood pode tipicamente digerir... Pullman... declarou que seus livros têm o objetivo de solapar a fé cristã." [2].
"Portanto não vereis mais vaidade, nem mais fareis adivinhações; mas livrarei o meu povo da vossa mão, e sabereis que eu sou o SENHOR." [Ezequiel 13:23].
O filme A Bússola de Ouro apresenta uma misteriosa "bússola", mas não se trata de um instrumento comum para a navegação. Em vez disso, é um dispositivo de adivinhação — um aletiômetro — energizado por minúsculas partículas conscientes de um "Pó". Embora normalmente invisíveis, essas partículas podem ser sentidas pelos personagens mais afinados psiquicamente. Assim, quando Lyra, a heroína de 12 anos, busca orientação por meio de seu precioso "medidor de verdade", ela invoca o Pó reluzente espiralado, que comunica as respostas "verdadeiras" necessárias para as batalhas que estão para acontecer.
Naturalmente, essas respostas afirmam a cosmovisão ocultista que o autor Philip Pullman promove. E, ao contrário da maioria das emoções místicas que as crianças aprendem a desejar hoje em dia, esse conto complexo incorpora uma tentadora forma de pseudociência que já foi introduzida nas escolas públicas de todo o mundo. [3].
Mas por que se preocupar? Todos sabem que é apenas fantasia, não sabem?
Isto não importa. Embora possam conhecer a diferença entre fato e fantasia, eles provavelmente responderão à mensagem com emoções em vez de com o intelecto. A maioria dos espectadores simplesmente permite que suas mentes fluam com o enredo. Passando por cima de qualquer discernimento, o filme então implanta imagens e sugestões inesquecíveis nas mentes e nos corações.
Os resultados são devastadores para a fé cristã. Rápidas e cativantes cenas de adivinhação, magia, bruxas sábias e dimons falantes e engraçadinhos fazem o mundo ocultista parecer cada vez mais familiar e normal — até mesmo aceitável e bom. No entanto, Deus nos adverte:
"E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem." [Romanos 12:2,9].
O Currículo da Sala de Aula Reforça o Filme
É difícil para as crianças não se conformarem hoje em dia! O novo Currículo da Bússola de Ouro ajuda a romper qualquer resistência. Usando o Processo Dialético do Consenso para encorajar a conformidade, ele visa construir o consenso do grupo e incorporar os temas ocultistas do enredo nas mentes "abertas". Considere os seguintes tópicos de discussão:
Que tipos de dimons poderiam seus amigos, parentes, colegas de classe ou de serviço ter? Descreva seu próprio dimon."
"O mundo de A Bússola de Ouro é governado pela Igreja... Que poder você acha que a Igreja tem sobre seu povo?"
"O autor está usando esta fantasia para explorar a noção de morte psíquica ou moral?"
"Curiosamente ausente de A Bússola de Ouro estão quatro palavras que são prevalecentes na maioria das aventuras de fantasia: certo, errado, bom e mau. Podem esses termos serem aplicados a esta história? Como? Por que sim, ou por que não?" [4]
Observe como o Guia do Professor distorce a verdade bíblica e convida a oposição coletiva aos caminhos de Deus:
"Nota aos Professores: ... Temas do bem contra o mal, traição, coragem, medo, confiança e amor permitem perguntas importantes, oferecendo aos alunos uma maravilhosa oportunidade de se envolver em um diálogo significativo. Este guia oferece perguntas para discussão e inclui atividades que se conectam à arte da linguagem, aos Estudos Sociais, ciência..."
"Peça aos alunos para usarem a Bíblia, um livro de histórias, ou uma enciclopédia para lerem sobre o Jardim do Éden e a queda de Adão e Eva (Gênesis 2 e 3). Faça os alunos discutirem o pecado original, por que Deus proibiu Adão e Eva de comerem da árvore do conhecimento e como a vida de ambos mudou uma vez que eles obtiveram o conhecimento..."
"Máscaras com arte têm sido usadas em todas as eras para representar animais, monstros, espíritos sobrenaturais, criaturas dos sonhos, etc. Peça aos alunos para pensarem sobre qual animal mais provavelmente seria seu dimon e crie uma máscara para representar esse animal. Permita que os alunos tenham tempo para compartilhar suas máscaras e explicar por que escolheram esse animal em particular como seu dimon..."
"Como é a história contada por Lyra diferente da mentira da Sra. Coulter?" [5].
Esse exercício mental torna a mentira boa ou má, dependendo da circunstância. À luz do contexto do filme, a Sra. Coulter mente para alcançar seus propósitos malignos, enquanto Lyra mente para entreter, enganar ou alcançar seus "bons" propósitos. Qualquer diálogo facilitado substituiria o padrão bíblico por opiniões amorais e subjetivas.
"Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!" [Isaías 5:20].
O Mundo Metafísico de Lyra
A partir da perspectiva ocultista do filme, a obstinada Lyra luta no lado do "bem" — contra a maligna "Igreja" e a autoridade bíblica. Essa autoridade se desvanece ao fim da trilogia, pois seu "Deus" moribundo perde o poder. O regente real dessa "Igreja" — um arcanjo gnóstico sem amor — também está destinado à destruição. No fim, a humanidade é deixada com um sistema de crenças evolucionário que coloca o homem obstinado no lugar de Deus.
Nesse contexto pagão e humanista, há muitíssimo espaço para as forças psíquicas e demoníacas que estão por trás do animismo, da feitiçaria e de outras forças do ocultismo oriental e ocidental. Esqueça o testemunho da história a respeito da cruel existência de superstições aterrorizadoras nas culturas pagãs de todo o mundo. Em geral, hoje em dia essas informações politicamente incorretas não são mencionadas nas classes de Estudos Sociais. A ilusão da paz e a busca por unicidade multicultural estão rapidamente substituindo qualquer tentativa de exatidão histórica.
Tudo isto está levando o mundo a afundar cada vez mais na ignorância, nos mitos e na pseudociência onde a noção de múltiplos universos e evolução consciente não está mais confinada à fantasia popular. Como o autor Pullman disse em uma entrevista:
"Existem fundamentos teóricos bastante sólidos para a idéia de mundos paralelos que permitem a multiplicidade de universos diferindo em algum grau bem tênue. O guru dessa idéia, David Deutsch, argumenta que a existência de universos paralelos explica certos fenômenos intrigantes, como os efeitos das ondas e das partículas..." [6].
Professor de Física Quântica na Universidade de Oxford, Deutsch está realmente explorando a possibilidade da existência de universos paralelos e a 'evolução consciente'. Na verdade, alguns de seus escritos se assemelham muito com os do Dr. Wills Harman, que — como os líderes da educação global na UNESCO -, foi inspirado por Pierre Teilhard de Chardin. [Veja "Al Gore's Vision of Global Salvation"].
Em seu livro Global Mind Change, publicado em 1988, Harman apresenta três etapas que ajudaram a pavimentar a estrada para esse modo "criativo" de pensar. Observe que o terceiro estágio rejeita totalmente o "método científico" baseado em fatos, requerido pelos verdadeiros cientistas do século passado:
"Nós, que fomos educados na sociedade moderna assumimos naturalmente que nossa visão científica da realidade é essencialmente correta e outras visões 'pré-científicas' ou 'primitivas' são erradas. Mas temos de considerar a possibilidade que algumas daquelas outras visões... não são tão erradas como complementares..."
"... vamos pensar em termos de três tipos basicamente diferentes de metafísica implícita."
"M-1. [O método científico padrão] no primeiro desses, a essência básica do universo é matéria-energia. Aprendemos sobre a realidade a partir do estudo do mundo mensurável."
"M-2. [Estágio de transição] Uma metafísica alternativa é dualista. Existem dois tipos fundamentalmente diferentes de coisas básicas no universo: matéria-energia e mente-espírito... Assim, desenvolvem-se, em essência, dois tipos complementares de conhecimento; presumivelmente existem áreas de sobreposição (como o campo de fenômenos psíquicos)."
"M-3. [O estágio final: troca a certeza factual pela fantasia e intuição] A mente ou a consciência são primárias, e a matéria-energia surge em algum sentido fora da mente... No fim, a realidade por trás do mundo dos fenômenos é contactada, não por meio dos sentidos físicos, mas por meio da profunda intuição." [7].
Harman admite que o terceiro estágio "parece estranho à mente do homem ocidental, ou certamente teria parecido uma geração atrás." Mas em seguida ele nos lembra que nossa cultura ocidental está mudando:
"Não é tão estranho quanto era um quarto de século atrás, se formos julgar a partir do crescente interesse pelas religiões e filosofias orientais; a procura por livros baseados em algum tipo de tema transcendental; o aparecimento de conceitos 'metafísicos' e transcendentais orientais, como reencarnação, carma... participação em práticas meditativas... interesse no fenômeno da 'canalização'." [17].
Em outras palavras, a terceira etapa nos leva direto ao paganismo antigo, ao ocultismo medieval e ao misticismo oriental. Vemos todos eles ao nosso redor. Tanto dentro quanto fora das igrejas, as pessoas estão se afastando rapidamente dos limites morais do Deus da Bíblia. Determinadas a escrever suas próprias regras, eles se inclinam em direção ao que parece ser uma espiritualidade mais libertadora.
A Tirania da Nova "Liberdade"
Portanto, embora alguns campos da "ciência" estejam "liberados" da responsabilidade de apresentar fatos, nossa cultura exige "liberdade" da responsabilidade bíblica, isto é, da prestação de contas a um Deus santo e justo. Não é de admirar que a rainha bruxa do filme, Serafina, e a sagaz Sra. Coulter falam livremente e sem qualquer pejo de seus respectivos amantes. (E este supostamente é um filme para toda a família!) A moralidade está fora de moda! O instinto e os sentimentos é que reinam. Mas há um preço a pagar! Vemos isto em toda a parte ao redor: corrupção moral, famílias destruídas, depressão crônica e decadência social! (Veja o diagrama "Total Transformation".).
Todavia, ainda temos escolha.
1. Podemos seguir os caminhos do mundo — o que na verdade significa aumentar a servidão, não a liberdade. Como Deus nos adverte:
"Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça... Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos... Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. Por isso Deus os abandonou às paixões infames... E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm; estando cheios de toda a iniqüidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem." [Romanos 1:18-32; ênfase adicionada].
2. Podemos escolher o caminho de Deus e encontrar liberdade em Cristo:
"Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres." [João 8:31,36].
Um livro escrito por Phillip Keller, o autor de Nada me Faltará, resume o desafio:
"Freqüentemente, os jovens se orgulham de serem livres para fazer tudo o que desejam, ir a qualquer lugar que quiserem, ou se tornarem aquilo que escolherem ser. Isto é somente parcialmente verdade. Embora eles possam não perceber, suas decisões, seu comportamento e seu estilo de vida não são aqueles de seu próprio livre arbítrio... Jesus disse categoricamente: "Todo aquele que comete pecado é servo do pecado." [João 8:34].
"Aqueles que se orgulham de serem livres raramente percebem que estão inexoravelmente presos por seus próprios estilos de vida destrutivos. Eles estão presos no laço de suas próprias decisões e desejos destrutivos. Eles também não conseguem se livrar, exceto com a ajuda das mãos amorosas do Bom Pastor."
"Poucos de nós pensam seriamente sobre o caráter sinistro e subversivo de Satanás... A terrível verdade é que ele é muito real, muito ativo e excessivamente enganoso. Ao mesmo tempo que parece nos dar liberdade, permitindo que façamos tudo o que quisermos em resposta ao nosso próprio egoísmo ou pecado inerente, ele nos observa à medida que escravizamos e destruímos a nós mesmos."
"... é somente a mão de Deus que nos coloca em liberdade. É a forte mão de Deus que pode nos treinar para nos movermos em uma nova direção. São suas mãos fortes, porém gentis, que podem nos tratar com cuidado, amor e força..." [8; ênfase adicionada; tradução nossa].
As palavras de Josué, o fiel líder israelita no Velho Testamento estão se tornando cada vez mais relevantes outra vez:
Leia também: "Didática ou Dialética e Sua Práxis", de Dean Gotcher (será traduzido em breve)"Agora, pois, temei ao SENHOR, e servi-o com sinceridade e com verdade; e deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais além do rio e no Egito, e servi ao SENHOR. Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR." [Josué 24:14; ênfase adicionada].
Notas Finais
Autora: Berit Kjos (Kjos Ministries, em http://www.crossroad.to)Data da publicação: 25/12/2007
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