Uma Chamada Final para Despertar

Autores: Dois Irmãos Noruegueses Que Preferem Permanecer Anônimos.

Estávamos conversando dias atrás a respeito de algumas das questões associadas com as dificuldades da divergência doutrinária. Nossa discussão enfocou certa associação de igrejas. Como muitos outros, estávamos perturbados pela aparentemente contínua caminhada até a ladeira escorregadia do relativismo doutrinário que parece estar atingindo muitos dentro desse movimento no momento atual.

Acreditamos plenamente que Deus está no controle e que irá, no fim, realizar Sua vontade, agindo por meio das pessoas que formam Sua igreja. Mas, também vemos um chamado para a liderança de qualquer movimento fazer isso. A falta de ação no meio da oportunidade e apenas "deixar Deus tratar a situação" é nada menos que fatalismo cristão.

Está claro em 2 Timóteo 4:2 que devemos "pregar a Palavra, instar a tempo e fora de tempo., redarguir, repreender e exortar, com toda a longanimidade e doutrina". Estas são respostas ativas às necessidades de direção e correção dentro da igreja. Como bem sabemos, Paulo diz em 1 Timóteo 5:20: "Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor."

Nós dois fizemos parte de uma associação durante vários anos. Um dos temas principais era "aperfeiçoar os santos para a obra do ministério". Fomos inspirados pelo nosso líder a reproduzir tudo o que nos fosse ensinado, por palavras e por obras.

Ambos sentimos certo "desconforto" com uma mudança sutil de ênfase do ministério e vimos uma "nova safra" de pastores serem formados. Muitos deles pareciam ter um caráter e uma ética estranhamente diferentes para o ministério do que nós dois tínhamos testemunhado durante nossos anos de participação nessa associação. Alguns líderes frequentemente anunciavam com orgulho: "— Não precisamos seguir as pegadas dos antigos líderes." Eles pareciam não entender que ao tomarem o nome da igreja-mãe, deveriam aderir à certas doutrinas básicas essenciais, para o bem da unidade e de modo a evitar confusão.

À medida que lutávamos para compreender este novo paradigma, decidimos fazer uma análise comparativa simples dos grandes movimentos eclesiásticos do passado e ver se havia similaridades com a ascensão e ruína que estávamos testemunhando dentro do cenário da nossa associação internacional.

Aqui, então, apresentamos uma visão geral abreviada das nossas descobertas para a consideração dos líderes desta associação de igrejas, antes que seja tarde demais.


Todos já ouvimos falar do modelo-M para o ciclo de vida dos movimentos de Deus por meio dos homens. Ouvimos o pastor fundador deste movimento certa vez ensinar que Deus inicia com um homem, que recebe uma Missão, que depois se torna um Ministério. Esse Ministério pode então crescer e se transformar em um Movimento, que termina no fim como um Monumento. Portanto, será se estamos destinados a ver o dia em que o movimento no qual participamos terminará como outro monumento, que será dissecado nas aulas de História da Igreja e descartado pelos críticos, como todos os outros movimentos antes dele?

O que é fascinante com essa representação do Modelo-M é que, embora ele identifique precisamente as cinco fases dos movimentos do passado que se tornaram monumentos, ele não trata a questão de como isto aconteceu. Como este problema aparece? Irão os líderes se resignar ao seu destino final, tornando-se mais um Monumento, em vez de um Movimento que continua de uma geração até a próxima?

Em resumo, descobrimos, por meio de nossa pesquisa e observação, que existe um Modelo-P (a forma como nós o chamamos) que é interessante de considerar, pois acreditamos que existam muitos exemplos desse princípio nas Escrituras. Falando em termos bem simples, o homem em uma Missão com um Ministério geralmente inicia com um amor no coração pelas PESSOAS. As pessoas são simplesmente o foco do ministério e todos os recursos fluem na direção do ministro para as pessoas.

À medida que o ministério cresce e se transforma em um Movimento, alguns dos que aderem a ele têm seus olhos em uma POSIÇÃO (ou cargo) sobre as pessoas. Acreditamos que esses pseudopastores estejam mais interessados no Púlpito do que em lavar os pés das pessoas. Nesse tipo de ministério, as pessoas estão ali para darem ao ministro sua audiência (serem seu público ouvinte).

Com o tempo, à medida que a popularidade do movimento cresce, PROPRIEDADES são adquiridas. A aquisição de bens tangíveis dentro de um movimento é inevitável, pois o desejo natural da maioria dos ministros é sair do "tabernáculo" e entrar em um templo. Eles veem isto como a provisão de Deus para o ministério.

Mas, como todos sabemos, "possuir coisas" pode realmente significar, algumas vezes, que essas coisas "nos possuem". Portanto, as pessoas são incentivadas a "sustentarem o ministério" e o fluxo agora vai das pessoas para o "ministério". Pior ainda, agora que existe um templo, há uma grande equipe de apoio e um orçamento muito alto a ser atingido todos os meses. Eles descobrem que é difícil tratar certas questões que deveriam ser tratadas, porque é necessário arrecadar muito dinheiro para manter a máquina em funcionamento. Se eles fossem tratar algumas daquelas questões que têm importância profética, muitos dos principais ofertantes iriam embora e procurariam outra igreja em que se sintam mais confortáveis e os temas tratados sejam menos controversos. Este é um caminho perigoso e que é bem compreendido à luz daquilo que frequentemente chamamos de "Peter Druckerismo".

Esses métodos são descritos na Bíblia como "dizer palavras aprazíveis aos ouvintes". Isto pode incluir muitos métodos de crescimento de igreja que podem até introduzir ensinos heréticos que levam ao ecumenismo, que leva a Roma, e que leva à religião do mundo unificado. Isto, é claro, nos leva de volta à Palavra de Deus, que muitos não leem e nem compreendem mais, porque os líderes contam histórias ou distraem seus rebanhos com muito humor de improviso, como fazem os comediantes hoje. Como sabemos, falar sobre a condenação eterna não é nada engraçado. O inferno é real e Jesus Cristo disse que haverá ali choro e ranger de dentes.

Durante esta fase dos acontecimentos (apostasia), pode-se dizer que o "rebanho está sendo tosquiado" pelos lobos em pele de ovelha. A Bíblia menciona que isto aconteceu ao longo de toda a história. Por causa das muitas doutrinas de demônios, a apostasia será repetida nos últimos dias, antes de Jesus voltar para buscar sua noiva, a igreja.

À medida que a quantidade de propriedades do ministério aumenta, a próxima fase é iniciada, em que a equipe ministerial é infiltrada e, finalmente, dominada, por aqueles que estão interessados no PODER que a Posição e a Propriedade proporcionam. Neste ponto, o ministério para o povo começa a se desintegrar completamente, à medida que as pessoas são vistas como subservientes à liderança de uma instituição que ofuscou o movimento de livre ação de Deus.

Estruturas e controles no estilo empresarial são estabelecidos para "gerenciar as massas". Na Bíblia, existe o relato de Icabode (leia o artigo "Icabode — "Teria Deus Já Escrito Esta Palavra nos Umbrais das Portas da Maioria das Igrejas?"). Alguns anos atrás, alguém tentou advertir os líderes sobre o que estava acontecendo, porém nenhum deles prestou atenção. Alguns ficaram muito bravos e disseram que aquela pessoa tinha disparado um míssil diante da proa. Na realidade, não foi um míssil, foi a verdade, porque era bíblico advertir os "irmãos" a respeito dos perigos de administrar uma igreja como se fosse uma empresa. Qualquer um que não estivesse perto demais do epicentro podia ver isto.

Agora, com o povo em submissão aos líderes poderosos, indivíduos influentes no Movimento tomaram o controle. A PERPETUAÇÃO do movimento torna-se de máxima importância. Quando o líder original começa a envelhecer, aqueles que querem ocupar o lugar dele levantam suas horrendas cabeças. Embora isto não seja óbvio para as ovelhas, é óbvio para os cardeais. Quando eles se reúnem, pedem que o líder se retire da sala por alguns instantes e depois perguntam uns aos outros: "— Qual de nós será o próximo papa?"

É neste momento que o Movimento realmente começa a ruir. Alguns veem isto acontecer e retiram o logotipo endossado pelo movimento. Eles colocam seu próprio logotipo e até mesmo modificam ligeriamente o nome. Aparentemente, não querem estar associados de forma plena. Alguns têm nomes já criados para que, se algo acontecer, possam dizer que não fazem parte daquela marca.

Pior ainda, muitos dos líderes não estão preocupados com a sã doutrina. Eles continuam com sua posição de poder e querem adquirir mais e mais propriedades. Eles também amam a notoriedade. Em vez de serem liderados pelo Espírito de Deus, são agora liderados pela sua carne. Como Paulo escreveu ao Gálatas: "Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?" [Gálatas 3:3].

O movimento finalmente alcança o estágio de se tornar nada mais que um monumento para alguma coisa que aconteceu no passado. Os membros da liderança estão agora mais interessados em dar continuidade a uma dinastia, em vez de distribuírem a Palavra de Deus, da forma como Deus quer. Infelizmente, a sobrevivência da organização torna-se mais importante do que o serviço às pessoas.

Talvez a melhor forma de compreender o que está acontecendo é ler Zacarias 11. Em seguida, será fácil compreender por que isto está acontecendo agora e por que aconteceu antes em toda a história bíblica.

Para ilustrar isto a partir de um ponto de vista bíblico, usaremos a história bem conhecida de Gideão. Ele teve um excelente começo e é um daqueles personagens que vêm à mente quando consideramos como Deus usa homens comuns para realizar coisas extraordinárias. A combinação singular de humildade com determinação fez dele um homem ideal para Deus demonstrar Seu incrível poder e Sua provisão sobrenatural por meio desse juiz de Israel.

Em Juízes 6-7, somos confrontados com o começo modesto de Gideão, o zelo dele por aquilo que era certo e seu profundo comprometimento com o chamado de Deus. O desempenho dele como um líder, que não vacilou diante de dificuldades intransponíveis, tornou-se um ícone do comprometimento destemido com o dever. Em Juízes 6:12-15, lemos:

"Então o anjo do SENHOR lhe apareceu, e lhe disse: O SENHOR é contigo, homem valoroso. Mas Gideão lhe respondeu: Ai, Senhor meu, se o SENHOR é conosco, por que tudo isto nos sobreveio? E que é feito de todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o SENHOR subir do Egito? Porém agora o SENHOR nos desamparou, e nos deu nas mãos dos midianitas. Então o SENHOR olhou para ele, e disse: Vai nesta tua força, e livrarás a Israel das mãos dos midianitas; porventura não te enviei eu? E ele lhe disse: Ai, Senhor meu, com que livrarei a Israel? Eis que a minha família é a mais pobre em Manassés, e eu o menor na casa de meu pai." [Juízes 6:12-15].

Gideão tinha amor pelo povo de Deus. Todos estamos familiarizados com a grande vitória que ele teve sobre os midianitas, por causa de sua obediência a Deus. Mas, observe o que aconteceu em seguida:

"Então os homens de Israel disseram a Gideão: Domina sobre nós, tanto tu, como teu filho e o filho de teu filho; porquanto nos livraste da mão dos midianitas." [Juízes 8:22].

O povo quis um rei. Não somente queria que Gideão reinasse, mas que ele estabelecesse uma dinastia. Em vez de permanecer humilde e submisso a Deus, Gideão permitiu que o povo "o abençoasse":

"Porém Gideão lhes disse: Sobre vós eu não dominarei, nem tampouco meu filho sobre vós dominará; o SENHOR sobre vós dominará. E disse-lhes mais Gideão: Uma petição vos farei: Dá-me, cada um de vós, os pendentes do seu despojo (porque tinham pendentes de ouro, porquanto eram ismaelitas). E disseram eles: De boa vontade os daremos. E estenderam uma capa, e cada um deles deitou ali um pendente do seu despojo. E foi o peso dos pendentes de ouro, que pediu, mil e setecentos siclos de ouro, afora os ornamentos, e as cadeias, e as vestes de púrpura que traziam os reis dos midianitas, e afora as coleiras que os camelos traziam ao pescoço. E fez Gideão dele um éfode, e colocou-o na sua cidade, em Ofra; e todo o Israel prostituiu-se ali após ele; e foi por tropeço a Gideão e à sua casa." [Juízes 8:23-27].

A forma inadequada como Gideão tratou o resultado da vitória que recebeu de Deus tornou-se "um tropeço" para ele e para sua família. Como? A posse de bens e propriedades sempre parece ser um calcanhar de Aquiles para muitos ministérios ao longo dos anos.

O problema realmente aumentou em escala com Abimeleque, um dos filhos de Gideão (que também era conhecido como Jerubaal). É interessante que o nome Abimeleque significa "meu pai é rei". Este também era o título dado ao rei dos filisteus (os arqui-inimigos de Israel).

"E Abimeleque, filho de Jerubaal, foi a Siquém, aos irmãos de sua mãe, e falou-lhes e a toda a geração da casa do pai de sua mãe, dizendo: Falai, peço-vos, aos ouvidos de todos os cidadãos de Siquém: Qual é melhor para vós, que setenta homens, todos os filhos de Jerubaal, dominem sobre vós, ou que um homem sobre vós domine? Lembrai-vos também de que sou osso vosso e carne vossa... E deram-lhe setenta peças de prata, da casa de Baal-Berite; e com elas alugou Abimeleque uns homens ociosos e levianos, que o seguiram. E veio à casa de seu pai, a Ofra, e matou a seus irmãos, os filhos de Jerubaal, setenta homens, sobre uma pedra. Porém Jotão, filho menor de Jerubaal, ficou, porque se tinha escondido." [Juízes 9:1-5].

Abimeleque perpetrou uma clássica consolidação empresarial de poder — eliminou a concorrência — e implantou o medo nos corações de todos os que poderiam se opor a ele.

Há uma lição em tudo isto para a liderança da associação a respeito da qual estamos escrevendo? Ao mesmo tempo que não estamos fornecendo nenhum detalhe específico, como diz o ditado, o tempo dirá.

É muito importante seguir o Bom Pastor, Jesus Cristo, e não seguir homens ou movimentos. Caso contrário, o movimento será julgado, exatamente como os filhos de Israel foram julgados repetidas vezes.

Deus usou os profetas para advertir os líderes de Israel, mas eles endureceram seus corações e se recusaram a ouvir. Eles não se arrependeram, mas, ao contrário, mentiram e continuaram a pecar. Eles não tinham o temor de Deus. Pior ainda, muitos nem sequer conheciam a Deus.

Como Jesus dirá no Dia do Juízo, conforme registrado em Mateus 7:23-24: "E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade. Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha."

Estas são palavras muito graves para aqueles que pensam que estão em segurança e que passarão a eternidade com Jesus.

Lembre-se da pergunta feita por Jesus em Lucas 18:8b: "Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?"

Agora, finalmente, será bom para todos lerem o capítulo 8 de Ezequiel. O que está para acontecer é feio. O Cristianismo sofrerá muito. Tragicamente, por causa do ciúmes, haverá muita discussão e lutas. Ninguém quererá assumir a culpa e todos tentarão passá-la adiante.

Além do mais, outras coisas que estavam escondidas serão reveladas, porque o Deus da Bíblia vê todas as coisas.

A história se repete, de acordo com Salomão (Eclesiastes 1:9). Precisamos ser como a tribo de Issacar: "E dos filhos de Issacar, duzentos de seus chefes, destros na ciência dos tempos, para saberem o que Israel devia fazer, e todos os seus irmãos seguiam suas ordens." [1 Crônicas 12:32]:

Este é um lembrete muito sério, baseado na Palavra de Deus.

Sabemos também que Deus é misericordioso. Ele não quer que ninguém pereça. Não há ninguém sem pecado, exceto aquele que tomou nossos pecados sobre Si e derramou Seu sangue para que pudéssemos ter a vida eterna. Jesus Cristo é o Bom Pastor. Jesus viveu uma vida imaculada e depois sacrificou-se para que todo aquele que crê nEle tenha a vida eterna. Ele morreu, depois ressuscitou dentre os mortos, e está vivo hoje.

Ainda há tempo para todos aqueles que dobram seus joelhos e se arrependem de seus pecados.

O tempo é curto. Nós dois conhecemos o verso que aprendemos a memorizar quando éramos meninos, João 3:16: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna."

Jesus está vindo em breve. Maranata.


Autores: Dois irmãos noruegueses que preferem permanecer anônimos. Fonte: http://www.understandthetimes.org
Data da publicação: 22/3/2017
A Espada do Espírito: https://www.espada.eti.br/chamada.asp