Autor: Jeremy James, Irlanda, 30/6/2023.
Durante um tempo crítico em nossa história, esperaríamos que todos estivessem focados continuamente nas ameaças e desafios que estão diante de nós. Consideraríamos estranho, até cômico, se alguém no meio de uma crise continuasse a se comportar como se nada estivesse acontecendo ou, pior ainda, se a pessoa se tornasse emotiva por causa de alguma coisa que, em termos de comparação, fosse absolutamente trivial.
Um professor de Linguas Românticas na Universidade de Göttingen foi alistado nas tropas reservistas no início da Primeira Guerra Mundial. Ele era um cabo e recebeu a tarefa de acompanhar prisioneiros franceses até um campo de detenção na Alemanha. Enquanto os canhões rugiam ao redor deles, o tenente que estava no comando observou que esse cabo tinha se envolvido em uma discussão acalorada com um dos prisioneiros. O francês gesticulava nervosamente e o cabo soltava fumaça de tanta raiva. O tenente correu até os dois para apartá-los, antes que a disputa crescesse ainda mais. Ele então exigiu que o cabo se explicasse. O que aconteceu é que o francês, cujas botas estavam despedaçadas e amarradas por barbantes, tinha sido professor na Universidade de Sorbonne, em Paris. Os dois estavam discutindo por causa do substantivo correto usado na antiga poesia provençal.
Talvez nossos leitores não achem essa anedota tão engraçada quanto eu achei, mas ela ajuda a mostrar o ponto aqui. Humanamente, vivemos em nossos próprios mundinhos e, até mesmo quando os canhões estão rugindo ao nosso redor, nós nos preocupamos com questões de natureza trivial. As vidas daqueles dois soldados estavam viradas de cabeça para baixo e seus concidadãos estavam morrendo diariamente aos milhares, porém os corações daqueles dois homens estavam inflamados com indignação, não pela tragédia que estava se desdobrando ao redor deles, mas por causa de uma questão de gramática de uma língua estrangeira.
É Hora de Acordar
Hoje não é diferente. À medida que nos aproximamos cada vez mais do início da Septuagésima Semana na profecia de Daniel 9, as mentes e corações da maioria das pessoas, incluindo dezenas de milhões de cristãos professos, estão absorvidos principalmente com questões triviais demais para mencionarmos aqui. A Palavra de Deus delineou amorosamente o relógio profético para o fim dos tempos, porém a humanidade não tem dado consideração ao calendário que Deus nos deu e nem aos eventos que Ele descreveu.
Já se passou um século, ou pouco mais, desde que os pregadores explicaram adequadamente para suas congregações a admirável criação que passou a existir no Pentecostes e que tem crescido desde então. O Salvador deu tudo quanto tinha pela pérola de grande valor (Mateus 13:46). A igreja, a própria noiva de Cristo, já atingiu quase a maturidade e brevemente deixará este mundo para habitar para sempre com seu esposo. Nem uma alma no céu, da humanidade redimida, ocupará uma posição de maior privilégio do que aqueles que constituem o corpo de Cristo.
Por meio de Seu próprio sacrifício e infinita justiça, Cristo redimiu e santificou Sua consorte. As perfeições dela são aquelas que Ele concedeu a ela:
"... à tua direita estava a rainha ornada de finíssimo ouro de Ofir. Ouve, filha, e olha, e inclina os teus ouvidos; esquece-te do teu povo e da casa do teu pai. Então o rei se afeiçoará da tua formosura, pois ele é teu Senhor; adora-o... A filha do rei é toda ilustre lá dentro; o seu vestido é entretecido de ouro. Levá-la-ão ao rei com vestidos bordados; as virgens que a acompanham a trarão a ti. Com alegria e regozijo as trarão; elas entrarão no palácio do rei." [Salmos 45:9-11,13-15].
A Época da Igreja, ou Época da Graça, começou logo após os judeus terem rejeitado seu Messias. O dia de Pentecostes marcou o início formal dessa época. O Espírito Santo veio para habitar sobre a terra naquele dia especial e tem operado continuamente desde então para reunir salvar e selar as almas, tanto de judeus e gentios, que constituirão finalmente a maravilhosa criação que conhecemos como a Noiva de Cristo.
As "riquezas incompreensíveis de Cristo" (Efésios 3:8) são tais que temos somente o conceito mais básico do que nos tornaremos quando nosso Senhor retornar para Sua noiva.
Sim, devemos cada um individualmente considerar a miséria do nosso estado caído quando estamos "cheio de lepra" (Lucas 5:12) e buscando desesperadamente a purificação perfeita que somente Cristo pode dar. Apesar de não termos mérito próprio absolutamente algum, Ele ouve nossa súplica:
"E aconteceu que, quando estava numa daquelas cidades, eis que um homem cheio de lepra, vendo a Jesus, prostrou-se sobre o rosto, e rogou-lhe, dizendo: Senhor, se quiseres, bem podes limpar-me. E ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, sê limpo. E logo a lepra desapareceu dele." [Lucas 5:12-13].
Como uma vasta assembleia de pecadores se tornará "a rainha em ouro de Ofir" é algo que talvez nunca compreendamos plenamente. A doutrina da igreja era um mistério até que o apóstolo Paulo a revelou, mas o coração pulsante desse mistério admirável somente se tornará conhecido nas profundezas da eternidade.
Precisamos Enfocar Claramente Naquilo Que Deus Revelou
É por isto que precisamos focar o mais claramente que pudermos naquilo que Deus já revelou. A igreja é uma criação surpreendente à qual "pedras vivas" (1 Pedro 3:5) ainda estão sendo adicionadas. Os "chamados para fora" estão sendo tirados do domínio de Satanás e entregues permanentemente aos cuidados de Cristo. Esta é a maravilhosa ecclesia, uma obra que ainda está em progresso, cujo destino final desafia nossa compreensão.
Aos profetas do Velho Testamento nunca foi mostrado o futuro aparecimento dessa criação. Assim, de modo a colocá-la em Sua linha do tempo profética, Deus teve de inseri-la caladamente entre dois eventos proféticos na históra de Israel. Em seguida, após o Novo Testamento ter sido adicionado à Sua Palavra, foi possível identificar muitos dos lugares no Velho Testamento em que esse intervalo (ou "parêntese") estava implícito.
Ele nos mostrou o que estava fazendo no capítulo 9 do livro do profeta Daniel. Nesta seção admirável de Sua Palavra, Deus nos dá uma visão completa do calendário que Ele estava seguindo entre 445 AC e o início do Reino Milenar de Cristo em Jerusalém. Ele o divide em 70 "semanas", ou ciclos de 7 anos, 69 dos quais já foram completados. Estamos atualmente vivendo no intervalo entre a Semana 69 e a Semana 70.
Esta deveria ser uma verdade amplamente conhecida e discutida dentro da igreja mas, infelizmente, isto não acontece. Muita confusão poderia ser evitada e uma luz clara brilharia na profecia do fim dos tempos se esse intervalo fosse adequadamente compreendido.
Não houve intervalos entre alguma das primeiras 69 "semanas", ou ciclos de sete anos. O intervalo, ou "parêntese", após a Semana 69 resultou unicamente por causa da rejeição do Messias por Israel. Até aqui isso já dura quase 2.000 anos. A nação de Israel cessou de ser a testemunha escolhida de Deus na Terra após a Semana 69. Em vez disso, esse privilégio glorioso foi transferido para uma nova criação, que até então não tinha sido revelada, a Igreja. A Semana 70 somente poderá iniciar quando a igreja tiver partido deste mundo e Israel mais uma vez voltar a ocupar seu papel especial no plano redentor de Deus para a humanidade. Isso terá início com duas testemunhas judias e se expandirá, pouco tempo depois, para 144.000 descendentes de Jacó.
O relógio profético para Israel parou literalmente no fim da Semana 69 e não voltará a funcionar até o início da Semana 70.
Durante este longo intervalo de praticamente dois mil anos, Israel, como uma nação, tem sido incapaz de interpretar suas próprias Escrituras corretamente, ou entender a magnitude de seu fracasso quando rejeitou o Messias.
Como disse o apóstolo Paulo, os sentidos deles foram endurecidos por um véu quando eles leem o Velho Testamento (2 Coríntios 3:14). Esse véu permanecerá colocado até que, durante o curso da Septuagésisma Semana, eles olhem para aquele a quem traspassaram e reconheçam a transgressão que cometeram.
Os cristãos somente podem vir a uma compreensão correta dos eventos do fim dos tempos interpretando as passagens proféticas na Escritura por referência às setenta semanas de Daniel. Grande confusão pode surgir quando negligenciamos o calendário que Deus nos deu. (Veja no Apêndice A uma explicação das Setenta Semanas. Isto foi tirado de um ensaio anterior, intitulado "Não se Perturbe Mais: Sólidas Provas nas Escrituras Que o Arrebatamento Antecederá a Tribulação".).
O Intervalo na Escritura
Estamos todos familiarizados com o capítulo 61 de Isaías. Nosso Senhor o leu na sinagoga. Aqui está o relato dado nos evangelhos:
"E ensinava nas suas sinagogas, e por todos era louvado." [Lucas 4:15].
"E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito:" [Lucas 4:17].
"O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração," [Lucas 4:18].
"E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele." [Lucas 4:20].
Devemos observar a parte que ele omitiu:
"O espírito do SENHOR Deus está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos;" [Isaías 61:1].
"A apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes;" [Isaías 61:2].
"A ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do SENHOR, para que ele seja glorificado." [Isaías 61:3].
A conjunção "e" no verso 61:2 marca um enorme vão no tempo, o grande intervalo a respeito do qual falamos. As palavras antes do "e" referem-se à primeira vinda de Cristo Jesus, enquanto que aquelas após a conjunção "e" referem-se à segunda vinda. O "dia da vingança" refere-se somente à punição que Ele dará aos ímpios em Sua segunda vinda. O Senhor Jesus não declarou essa parte de sua missão quando leu a passagem do livro de Isaías na sinagoga, mas descreveu somente a obra do Cordeiro. A obra do Leão viria posteriomente.
O que estamos chamando de "Intervalo" foi chamado de "Grande Parêntese" por H. A. Ironside e outros eruditos bíblicos do século passado. Acreditamos que "intervalo" seja uma palavra mais adequada para os leitores dos dias atuais.
Vemos o Intervalo novamente no livro de Daniel:
"Disse assim: O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços." [Daniel 7:23].
"E, quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis." [Daniel 7:24].
Nos versos anteriores ao 7:23, Daniel está descrevendo os quatro reinos que ele tinha visto em sua visão noturna. O primeiro era o de Babilônia, pois ele teve a visão enquanto Belsazar ainda estava no trono. O segundo era o reino dos medos e persas, o terceiro o reino de Alexandre, o Grande, e seus sucessores gregos, enquando que o quarto reino, "terrível e espantoso, e muito forte" (verso 7), era o Império Romano.
Esse império já estava florescendo no tempo de Cristo. Apesar disso, os eventos preditos no verso 24 não iriam ocorrer por mais dois mil anos, ou mais.
O Intervalo também pode ser encontrado entre os versos 3:4 e 3:5 de Oseias:
"Porque os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem rei, e sem príncipe, e sem sacrifício, e sem estátua, e sem éfode ou terafim." [Oseias 3:4].
"Depois tornarão os filhos de Israel, e buscarão ao SENHOR seu Deus, e a Davi, seu rei; e temerão ao SENHOR, e à sua bondade, no fim dos dias." [Oseias 3:5].
O verso 3:4 é um dos poucos na Bíblia que refere-se à condição visível de Israel após a queda de Jerusalém no ano 70. Na verdade, ele coloca Israel no Intervalo, porém não especifica por quanto tempo ele permanecerá ali.
O verso seguinte (3:5) fala de Israel no fim do Intervalo praticamente dois mil anos mais tarde tempo durante o qual Israel existiu sem um Templo, sem um sacerdócio e sem um rei.
Em seguida, Oséias prossegue e retrata a mesma cena novamente, porém desta vez a partir do ponto de vista de Deus. Os versos em questão são consecutivos, com 6:1 vindo imediatamente depois de 5:15. (Esta é uma ocorrência em que a classificação feita pelo homem da Escritura inadvertidamente obscurece o significado do texto):
"Irei e voltarei ao meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha face; estando eles angustiados, de madrugada me buscarão." [Oseias 5:15].
"Vinde, e tornemos ao SENHOR, porque ele despedaçou, e nos sarará; feriu, e nos atará a ferida." [Oseias 6:1].
No verso 5:15 Cristo diz que retornará para "meu lugar" (à direita do Pai Celestial) depois de ter sido rejeitado por Israel e permanecerá ali até que o remanascente "reconheça a ofensa que cometeu". Vemos essa longamente aguardado reconhecimento no verso seguinte (6:1), que ocorre no fim do Intervalo.
Isaías também se refere ao "restante" tomado por Cristo quando Ele retornou para "seu lugar", mas, além de mencionar o ajuntamento do remanescente justo "naquele tempo" (perto da conclusão do Intervalo), ele também se refere à aniquilação total de Seus inimigos durante a invasão a Israel no fim dos tempos:
"Porque assim me disse o SENHOR: Estarei quieto, olhando desde a minha morada, como o ardor do sol resplandecente depois da chuva, como a nuvem do orvalho no calor da sega." [Isaías 18:4].
"Porque antes da sega, quando já o fruto está perfeito e, passada a flor, as uvas verdes amadurecerem, então, com foice podará os sarmentos e tirará os ramos e os lançará fora." [Isaías 18:5].
"Serão deixados juntos às aves dos montes e aos animais da terra; e sobre eles veranearão as aves de rapina, e todos os animais da terra invernarão sobre eles." [Isaías 18:6].
"Naquele tempo trará um presente ao SENHOR dos Exércitos um povo de elevada estatura e de pele lisa, e um povo terrível desde o seu princípio; uma nação forte e esmagadora, cuja terra os rios dividem; ao lugar do nome do SENHOR dos Exércitos, ao monte Sião." [Isaías 18:7].
Os "rios" no verso 18:7 são os exércitos do Anticristo que causarão grandes destruições na terra de Israel antes de Jesus voltar para destrui-los.
O Intervalo também é implicado mais tarde em Isaías, quando no verso 27:11 o profeta se refere a "um povo sem entendimento" (Israel) e à punição infligida sobre eles por Deus por causa da iniquidade deles. O verso seguinte (27:12) pula o Intervalo no fim dos tempos ("naquele dia") e revela como os filhos dispersos de Israel, o remanescente justo será colhido (ajuntado):
"Quando os seus ramos se secarem, serão quebrados, e vindo as mulheres, os acenderão, porque este povo não é povo de entendimento, assim aquele que o fez não se compadecerá dele, e aquele que o formou não lhe mostrará nenhum favor." [Isaías 27:11].
"E será naquele dia que o SENHOR debulhará seus cereais desde as correntes do rio, até ao rio do Egito; e vós, ó filhos de Israel, sereis colhidos um a um." [Isaías 27:12].
O Capítulo 6 do Livro do Profeta Oseias
Iremos considerar agora dois versos importantes em Oseias, relacionados com o Intervalo e seu lugar na história profética de Israel:
"Vinde, e tornemos ao SENHOR, porque ele despedaçou, e nos sarará; feriu, e nos atará a ferida." [Oseias 6:1].
"Depois de dois dias nos dará a vida; ao terceiro dia nos ressuscitará, e viveremos diante dele." [Oseias 6:2].
Falando a respeito desses versos, H. A. Ironside disse:
Mais tarde ele diz:"Este será o dia do arrependimento de Israel. Se nos lembrarmos das palavras de Pedro que um dia para o Senhor é como mil anos e mil anos como um dia, pode haver algo mais significativo nas expressões usadas no verso 2 do que alguns de nós já percebemos." [The Great Parenthesis].
"Nem por um momento apoio qualquer sistema de marcação de datas, porém alguém poderia perguntar se os dois dias desse verso não poderiam ser uma referência aos dois mil anos da rejeição de Israel e o terceiro dia fala dos mil anos do reinado de Cristo em justiça."
Tendo consideração para aquilo que Jesus disse sobre a marcação de datas, precisamos ter cuidado em como interpretamos esse tipo de verso:
"Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel? E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder." [Atos 1:6-7].
"Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai. E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem." [Mateus 24:36-37].
"Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor." [Mateus 24:42].
"Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir." [Mateus 25:13].
"Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai. Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo." [Marcos 13:32-33].
Parece que a maioria dos servos de mais alto escalão do Maligno no mundo hoje interpreta os versos em Oséias 6:1-2 da maneira sugerida por Ironside. Em resumo, eles veem o Intervalo como um ciclo de 2.000 anos que terminará em 2030. Com tantos documentos de política vindos da ONU, Foro Econômico Mundial, União Europeia, Fundo Monetário Internacional e Foro COP do Aquecimento Global, todos com prazo em 2030, não podemos duvidar que esta é uma data importante nos cálculos deles. Já observamos o início de um programa para colocar essa data na mente do público via seus "Relógios do Clima".
Se os servos de Satanás estão seguindo esta abordagem, então eles colocaram o Calvário no ano 30 e não no ano 33, como comumente se supõe. Eles também estão calculando o Intervalo em anos solares, não anos lunares, ou anos proféticos, constituídos por 360 dias.
Em nosso ensaio "O Sinal de Jonas: Três Dias e Três Noites", mostramos como o calendário profético fornecido na cronologia das "70 Semanas" de Daniel coloca a crucificação na Páscoa judaica, na quarta-feira, dia 7 de abril do ano 32, quando Jesus tinha 35 ou 36 anos.
Conclusão
Estamos nos aproximando do fim do Intervalo. O Maligno está agora de posse de tecnologia incrível. Pela primeira vez na história ele tem a capacidade de iniciar todo o caos e perturbações mundiais atribuídas a ele no livro do Apocalipse. Ele também tem um sistema transnacional de controle e de comunicações capaz de rastrear e controlar todos na Terra. O poder hegemônico dele expandiu-se exponencialmente ao longo dos últimos cinquênta anos, até o ponto em que uma figura política de liderança, apoiado por um sistema de governança mundial, poderia fornecer a ele um candidato adequado para ser o Anticristo.
Nosso propósito ao escrever este ensaio é mostrar que o Intervalo existe e que, embora existam poucas referências diretas a ele na Escritura, precisamos compreender o papel dele no plano redentor do Senhor Deus, para podermos interpretar a profecia bíblica corretamente.
Se a Elite luciferiana estiver decidida a impor um sistema totalitário de controle sobre toda a Terra seus habitantes e seus recursos por volta de 2030, então sabemos que nossa liberdade como cristãos nascidos de novo de compartilhar o Evangelho e pregar a Palavra será grandemente reduzida dentro de bem pouco tempo.
Apêndice A
As Setenta Semanas de Daniel
Daniel 9:24-27:
"Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo." [24].
"Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos." [25].
"E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações." [26].
"E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador." [27].
As 70 Semanas iniciaram no dia em que o rei Artaxerxes assinou o decreto para permitir a reconstrução dos muros de Jerusalém (não o Templo). O ano de entronização desse rei (465 AC) está bem estabelecido pelos historiadores. O vigésimo ano do seu reinado foi, portanto, em 445 AC. O mês de nisã é dado por Neemias. Pelo costume judaico, o primeiro dia do mês é assumido se nenhuma data for especificada. Assim, as 70 Semanas começaram no primeiro dia de nisã (14 de março) de 445 AC. [Este é o cálculo feito por Robert Anderson em seu livro "O Príncipe Que Há de Vir", publicado por volta de 1900 e disponível on-line aqui.].
Os Dois Relógios
Semanas 1-7: Os eruditos bíblicos não chegaram a uma visão consensual sobre o significado das primeiras sete semanas (49 anos). O ano final pode marcar a morte de Malaquias, o último profeta escrito do Velho Testamento, e o início do Grande Silêncio. Esta explicação é apoiada pela referência profética de Malaquias ao último profeta do Velho Testamento, João o Batista, que veio no espírito e poder de Elias, para preparar o caminho para o Senhor.
Semanas 8-69: Cristo morreu no Calvário e foi "cortado". O relógio profético de Daniel (que se refere somente a Israel) foi parado. O relógio da Igreja iniciou no Pentecostes e continuará até o Arrebatamento.
Semana 70: O relógio para o início da septuagésima semana reiniciará no dia em que o Anticristo assinar uma aliança, ou tratado, de sete anos com a nação de Israel. Isto marcará o início do período de sete anos da Tribulação. Cristo retornará ao Monte das Oliveiras no fim da septuagésima semana.
O Intervalo de Tempo Entre a Semana 69 e a Semana 70
A Escritura contém outras ocorrências de um grande vão de tempo entre eventos proféticos aparentemente contíguos. Por exemplo, Isaías 9:6 diz: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros..." A primeira parte foi cumprida com o nascimento de Cristo, mas a segunda ainda precisa ser cumprida. Cristo somente terá o governo sobre Seus ombros quando for reconhecido como rei por Israel, em Sua Segunda Vinda.
Considere também a passagem da Escritura que Jesus leu na sinagoga em Nazaré:
"O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração, a pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor. E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos." [Lucas 4:18-21].
Observe que Ele omitiu deliberadamente a parte final da profecia de Isaías (61:1-2), que diz (texto sublinhado):
"O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes."
Cristo proclamará "o dia da vingança do nosso Deus e consolará todos os tristes" em Sua Segunda Vinda. Portanto, há um longo intervalo entre esse dois conjuntos de eventos, embora eles sejam citados em um único verso.
Considere também Zacarias 9:9 e o verso imediatamente seguinte:
"Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta. E de Efraim destruirei os carros, e de Jerusalém os cavalos; e o arco de guerra será destruído, e ele anunciará paz aos gentios; e o seu domínio se estenderá de mar a mar, e desde o rio até às extremidades da terra."
A primeira parte da profecia foi cumprida quando Cristo entrou em Jerusalém montado em um jumentinho, mas a segunda parte ainda precisa ser cumprida, quando Cristo defenderá Jerusalém e "anunciará paz aos gentios" e "seu domínio se estenderá de mar a mar, e desde o rio até às extremidades da terra." Estas últimas profecias, com as de Isaías (citadas anteriormente) serão cumpridas pelo Senhor Jesus em Sua Segunda Vinda.
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Autor: Jeremy James, artigo 353 em http://www.zephaniah.eu
Data da publicação: 28/7/2023
A Espada do Espírito: https://www.espada.eti.br/Apocalipse/70semanas.htm