A Mão de Deus no Julgamento

"Sabei que o vosso pecado vos há de achar." [Números 32:23].

Aqueles que zombam da Bíblia afirmando que ela é uma mera compilação de contos transmitidos através da tradição oral fazem isso apesar das abundantes evidências em contrário. E o equívoco mais comumente cometido é que essas pessoas deixam de reconhecer determinados temas que aparecem em toda a Escritura — o mais notável deles é o sangue sacrifical de uma vítima inocente. Esse "rastro vermelho" vai do Gênesis ao Apocalipse e fala de um Salvador.

Esses temas continuam ininterruptos, muito embora diversos autores tenham escrito os textos! Humanamente falando, a única forma disso ser possível é se eles tivessem sido escritos após o fato. No entanto, as descobertas arqueológicas continuam a comprovar a precisão e autenticidade da Bíblia. Como a própria Palavra de Deus, ela permanece imaculada, muito embora legiões de críticos tenham tentado provar que ela está errada.

Portanto, usando isto como base para nossa discussão, queremos focar nossa atenção em um desses temas, examinando fatos relatados rapidamente e que poderiam ser facilmente ignorados. O primeiro deles envolve o registro bíblico de um nascimento:

"E Timna era concubina de Elifaz, filho de Esaú, e teve de Elifaz a Amaleque. Estes são os filhos de Ada, mulher de Esaú." [Gênesis 36:12].

Interessante, não é? Bem, então não é exatamente um evento que apareceria nas manchetes dos jornais — mas é, ainda assim, muito importante. Veja, esse rapaz Amaleque era neto de Esaú. Ele nasceu de Timna, a concubina de Elifaz, filho de Esaú. E Esaú, se você recordar, tinha um irmão gêmeo, Jacó, que nasceu por último, perdendo assim o direito de primogenitura. Então, para encurtar uma longa história, Esaú era uma pessoa profana (Hebreus 12:16) que pouco se importava com as responsabilidades da liderança espiritual de seu direito de primogenitura. Ele literalmente vendeu esse direito a Jacó por um prato de cozido (lentilhas) e, ao fazer isso, demonstrou a escuridão de seu coração. Dispensar esse privilégio abençoado provocou uma corrente de eventos que continua até hoje, porque outros descendentes de Esaú continuam a conflitar com a descendência de Jacó (Israel). O princípio espiritual por trás desse conflito contínuo é encontrado na seguinte passagem:

"Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam e faço misericórdia a milhares dos que me amam e guardam os meus mandamentos." [Êxodo 20:5-6; ênfase adicionada].

Esaú obviamente não amava a Deus e o sentimento era mútuo (Malaquias 1:2-3). Portanto, como a nação que eles se tornariam, a descendência de Esaú estava destinada a odiar a Deus, pois a iniqüidade de Esaú seria "visitada" nela. Em outras palavras, ela repetiria os mesmos erros espirituais de seu pai ao ponto em que isso se tornará perpétuo. E a história bíblica mostra que a descendência de Amaleque (conhecida como os amalequitas) se tornou tão alienada de Deus que odiava seus primos judeus com ardor. Então, quatrocentos anos se passaram nos quais Israel esteve no cativeiro egípcio, mas isso não diminuiu o ódio.

Enquanto Israel estava no processo de fugir do Egito como ex-escravos — sem um exército organizado para protegê-lo -, os amalequitas tentaram destruí-lo aproveitando-se dessa fraqueza. Entretanto, Deus interveio e deu à força militar criada às pressas de Israel uma vitória miraculosa. Porém, muito embora eles tenham sido repelidos, aquela nação totalmente pagã dos descendentes de Esaú permaneceu sendo um espinho doloroso no lado de Israel por muitos anos.

Então, numa ação que continua sendo ardentemente criticada pelos descrentes, o "relógio do julgamento" de Deus bateu 00h00min para os amalequitas! O tempo da retribuição chegou e a mensagem foi entregue por Samuel, o profeta/sacerdote/juiz de Israel. Devido à tentativa prévia dos amalequitas de destruírem Israel, o rei Saul recebeu a ordem de liderar o exército no combate:

"Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eu me recordei do que fez Amaleque a Israel; como se lhe opôs no caminho, quando subia do Egito." [1 Samuel 15:2; ênfase adicionada].

Depois vieram as especificações da ordem de Deus a Saul e ao exército de Israel:

"Vai, pois, agora e fere a Amaleque, e destrói totalmente a tudo o que tiver; e não o perdoes, porém matarás desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de peito, desde os bois até às ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos." [1 Samuel 15:3; ênfase adicionada].

Era a intenção claramente expressa de Deus que Israel executasse uma vingança total sobre seu inimigo, eliminando-o da face da terra. Porém muitos ainda perguntam: "Por que um Deus amoroso permitiria tal coisa?" A resposta encontra-se em um princípio afirmado na Epístola aos Romanos:

"Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer." [Romanos 9:17-18; ênfase adicionada].

Nosso Deus infinito e soberano continua a trazer o julgamento sobre quem quiser, quando quiser e por razões conhecidas somente por Ele. A civilização pré-diluviana dos dias de Noé foi aniquilada pelo dilúvio e incontáveis milhões de homens, mulheres e crianças perderam suas vidas. Mas a misericórdia e a graça foram estendidas a Noé e à sua família — oito almas no total. Então, de maneira semelhante, a Palavra de Deus nos fala sobre os julgamentos que abalarão a Terra e que recairão sobre as pessoas deste mundo durante o período da Tribulação — catástrofes às quais apenas uma pequena fração sobreviverá. A ira de Deus ser derramada sobre o pecado é algo inevitável e inescapável. Portanto, acostume-se com essa idéia!

Assim que o rei Saul recebeu a "ordem de marcha" de Deus, ele não hesitou e imediatamente preparou-se para cumprir Seu comando. Porém, no que serve como um exemplo perfeito da obediência incompleta, o retorno "vitorioso" de Saul da batalha provou ter conseqüências além de sua própria compreensão limitada. Apesar da euforia geral do momento em que os homens exibiam os espólios da guerra, Samuel imediatamente percebeu uma violação muito séria:

"E madrugou Samuel para encontrar a Saul pela manhã: e anunciou-se a Samuel, dizendo: Já chegou Saul ao Carmelo, e eis que levantou para si uma coluna. Então voltando, passou e desceu a Gilgal. Veio, pois, Samuel a Saul; e Saul lhe disse: Bendito sejas tu do SENHOR; cumpri a palavra do SENHOR. Então disse Samuel: Que balido, pois, de ovelhas é este aos meus ouvidos, e o mugido de vacas que ouço? E disse Saul: De Amaleque as trouxeram; porque o povo poupou ao melhor das ovelhas, e das vacas, para as oferecer ao SENHOR teu Deus; o resto, porém, temos destruído totalmente." [1 Samuel 15:12-15; ênfase adicionada].

Saul tentou "desculpar-se" culpando os homens do exército pela desobediência. Ele também tentou justificar a preservação dos animais afirmando que eles seriam oferecidos em sacrifício a Deus. Então, depois ele admite ter poupado a vida de Agague, o rei.

"Antes dei ouvidos à voz do SENHOR, e caminhei no caminho pelo qual o SENHOR me enviou; e trouxe a Agague, rei de Amaleque, e os amalequitas destruí totalmente." [1 Samuel 15:20; ênfase adicionada].

As instruções de Deus a Saul foram explícitas — os amalequitas e todos os animais que eles possuíam deveriam ser exterminados. Mas Saul sabia que se cumprisse essa ordem não haveria troféus para ele exibir quando retornasse da batalha. Assim, para satisfazer seu próprio ego, ele desobedeceu a Deus de modo que pudesse receber honra e glória pessoais. Por esses atos de desobediência, Deus enfim arrancou-lhe o reino e o entregou a Davi.

É claro que Deus estava completamente ciente disso, porém a insistência de Saul de que eles haviam destruído totalmente os amalequitas não era verdadeira — muito embora seja possível que ele tenha pensado que todos estavam mortos. Como veremos em breve, os amalequitas sobreviveram como nação e continuaram a atormentar Israel por aproximadamente mais 500 anos! Minha suspeita pessoal é que, tão logo Saul sentiu que a vitória era suficientemente ampla para impressionar, deixou de vasculhar vigorosamente a área em busca de possíveis sobreviventes. Seu orgulho pessoal, e não o julgamento de Deus, era obviamente sua única preocupação. Portanto, Samuel, o profeta de Deus, fez o que o guerreiro Saul deveria ter feito e "despedaçou a Agague" [1 Samuel 15:33].

Então, conforme avançamos rápido nos séculos, chegamos ao pequeno livro de Ester. De acordo com a cronologia do bispo Usher, os eventos de 1 Samuel 15 ocorreram por volta de 1.087 AC, com os registros de Ester por volta de 510 AC. Portanto, essas datas aproximadas indicam que os amalequitas continuaram com suas práticas rebeldes até que finalmente tiveram seu Waterloo durante o reinado de Assuero (Xerxes), rei da Pérsia.

E a forma como a destruição total deles ocorreu é um relato surpreendente da mão soberana de Deus nos assuntos dos homens!

O livro de Ester foi criticado no passado como sendo indigno de ser incluído no cânon das Escrituras porque "Deus" não é mencionado em lugar algum. Os judeus foram dispersos no reino persa e, naquele tempo, a maioria havia se tornado profundamente secularizada pela existência relativamente confortável proporcionada pelo rei Assuero. A adoração a Jeová em Jerusalém era apenas uma lembrança remota na mente dos mais velhos, ao passo que a maioria dos que nasceram durante o cativeiro não tinha qualquer conhecimento sobre Ele. Os anciãos haviam sucumbido aos caminhos do mundo e falharam em instruir seus filhos no caminho de Deus. E é nesse cenário terreno que somos apresentados a Ester, prima de Mardoqueu, que ele adotou após a morte dos pais dela e a criou como sua própria filha. Ambos eram "judeus enrustidos" porque Satanás sempre fez do anti-semitismo um modismo. Já que se diz que "a discrição é a melhor parte da virtude", eles sempre ficaram quietos a esse respeito.

Então, eventos aparentemente não relacionados começaram a acontecer conforme o plano-mestre de Deus tomava forma. A amável rainha persa Vasti recusou o que, muito provavelmente, era um pedido lascivo por parte de Assuero para "mostrar aos povos e aos príncipes a sua beleza, porque era formosa à vista." (Ester 1:11) Quando sua recusa foi informada ao rei, ele ficou furioso. Então, após consultar os "sábios" que eram seus conselheiros, foi determinado por consenso que ela deveria ser removida do posto de rainha e substituída por "outra que seja melhor do que ela". (verso 19) Pouco depois, um edito foi publicado em todas as províncias do vasto reino informando que belas moças virgens eram procuradas para competir pela preferência do rei. A vencedora seria coroada como rainha no lugar de Vasti.

Bem, "como num lance de sorte", Ester foi apanhada nessa procura por ser uma jovem muito bela. Então, ela, junto com todas as outras, foi levada ao palácio em Susã onde recebeu o melhor de todos os tratamentos de beleza — um ano inteiro de perfumes, óleos, etc.! Numa narrativa que nos lembra muito como José "encontrou favor" em seu carcereiro muitos anos antes, Ester encantou a Hegai, o guarda das mulheres — que lhe deu tratamento preferencial (Ester 2:8-9). Durante todo o tempo, Mardoqueu a acompanhava passeando diante do pátio da casa das mulheres e se informando de como ela estava. (Ester 2:11)

Então, obviamente, quando chegou o momento de ela ser apresentada ao rei, adivinhe quem ele escolheu? Exatamente — a bela Ester!

"Assim foi levada Ester ao rei Assuero, à sua casa real, no décimo mês, que é o mês de tebete, no sétimo ano do seu reinado. E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e alcançou perante ele graça e benevolência mais do que todas as virgens; e pôs a coroa real na sua cabeça, e a fez rainha em lugar de Vasti." [Ester 2:16-17; ênfase adicionada)].

Por que você acredita que ela — acima de todas as outras belas garotas — obteve esse grau de graça e benevolência?

E a boa sina de Ester também se estendeu a Mardoqueu, pois da próxima vez que vemos seu nome mencionado ele está assentado à porta do rei (verso 19). Isto significa que ele recebeu um lugar de proeminência no governo — outra virada fortuita de eventos que renderia dividendos mais tarde.

Um dia, enquanto cumpria suas obrigações oficiais, Mardoqueu ouviu dois eunucos do rei planejando um golpe no palácio cujo objetivo era atentar contra o rei. Então, como o servo fiel que era, Mardoqueu imediatamente informou Ester, que, por sua vez, repassou a mensagem ao rei. Pouco depois Bigtã e Teres tiveram seus pescoços alongados ao serem pendurados numa forca (verso 23), e a boa ação de Mardoqueu foi pontualmente registrada no "livro das crônicas perante o rei". Mas os monarcas absolutistas tendem a ter memória curta a respeito de tais coisas e o rei prontamente se esqueceu.

Ato II, cena I (por assim dizer).

Aparentemente, o Espírito Santo nos apresenta do nada a um interessante personagem chamado Hamã. Por alguma razão que não é totalmente explicada, Assuero decidiu promover Hamã, o agagita, à posição número dois em todo o reino! E o fato de que ele era um agagita nos remete novamente ao rei amalequita chamado Agague, que foi poupado por Saul. Alguns estudiosos da Bíblia acreditam que essa denominação específica era, na verdade, o nome utilizado para designar a palavra "rei" — assim como "faraó" no Egito. Mas, em todo caso, como ele era um "agagita", Hamã é visto como um descendente dos amalequitas — um povo supostamente exterminado pelo exército de Israel anos antes. Conforme a narrativa se desenrola, as subseqüentes expressões de Hamã de ódio extremo a todos os judeus dão bons indícios de que ele era um amalequita!

A trama engrossa em Ester 3:2, quando ficamos sabendo que Assuero ordenou que todos se curvassem na presença de Hamã e o reverenciassem — um ato de submissão que se prestava ao próprio rei. Os reis orientais tinham a tendência de se verem como deuses e freqüentemente exigiam adoração de seus súditos, de modo que isso definitivamente não era novidade. Mas Mardoqueu recusou-se explicitamente a curvar-se e a estender tal grau de submissão a Hamã. Não somos informados por que ele se recusou, mas sua herança judaica definitivamente proibia a adoração de qualquer um, exceto Jeová.

O ego de Hamã simplesmente não pôde suportar isso. Para piorar as coisas, no verso 4 do capítulo 3 vemos que, em conseqüência de ter sido questionado a respeito de sua transgressão, Mardoqueu revelou que era judeu. Assim, "tudo veio às claras" e Satanás imediatamente agarrou essa oportunidade de ouro para finalmente livrar o mundo de todos os judeus. Conforme mencionamos na abertura, "Deus" não é mencionado em lugar algum no livro de Ester, tampouco "Satanás" é mencionado, porém as presenças deles nos eventos que se seguiram são inconfundíveis!

Numa fúria cega, Hamã elaborou um plano para destruir não apenas Mardoqueu, mas todos os judeus de todo o mundo! Para todos os efeitos, Assuero governava todo o mundo conhecido e, se ele publicasse um édito ordenando a matança dos judeus em todas as províncias, eles seriam exterminados. Assim, Hamã — sem saber que a rainha Ester era judia — ordenou que seus servos construíssem uma forca para matar Mardoqueu e depois persuadiu o rei a promulgar um julgamento de morte sobre todos os judeus. E o decreto, uma vez publicado, não poderia ser rescindido devido às leis dos medos e dos persas. A ordem do rei foi rapidamente enviada a todas as províncias do reino e a situação com que os judeus se depararam era muito delicada e aparentemente irreversível. Mardoqueu e todo o restante dos judeus se vestiram de saco e de cinzas em sinal de lamentação e começaram a jejuar e orar por livramento.

Em meio a esse período obscuro e extremamente estressante, os eventos começaram a se desenrolar de uma forma evidentemente hilária! Deus tem senso de humor, meus amigos, e esse fato é demonstrado abundantemente no que aconteceu em seguida. "Por um acaso ocorreu" que o rei não conseguiu dormir uma noite e solicitou que o "livro das crônicas dos reis" fosse lido para ele. Estamos falando de coisas emocionantes aqui! Ao ouvir os registros das atividades cotidianas, a lealdade e a bravura de Mardoqueu ao salvar a vida do rei foram mencionadas. Isso refrescou a memória do rei e ele perguntou como Mardoqueu havia sido recompensado pela sua lealdade. Quando lhe foi respondido que nada havia sido feito por ele, o rei imediatamente providenciou para que fosse retificado esse equívoco de sua parte. Ele perguntou quem estava no pátio e naquele exato momento Hamã tinha aparecido para pedir autorização para enforcar Mardoqueu! Então o rei pediu seu conselho sobre o que deveria ser feito para honrar alguém de maneira sublime. E o egoísta Hamã imediatamente pensou que a honra seria para ele — portanto recomendou que o homenageado fosse vestido com os trajes reais, ornamentado com a coroa real e cavalgasse o cavalo do rei. Além disso, o cavalo deveria ser conduzido por um dos príncipes mais nobres do rei. O rei gostou tanto da idéia que instruiu Hamã a fazer isto por Mardoqueu e conduzir o cavalo pessoalmente! (Qualquer um que não der uma boa risada desse fato é por que não esteve prestando atenção.)

Então, nosso Deus Soberano interveio a favor de Seu povo por meio da rainha Ester. Em uma série de eventos que apenas Ele poderia ter providenciado, Ester literalmente arriscou sua vida ao aproximar-se do rei sem ser convocada. O amor do rei por ela superou a quebra do protocolo palaciano e ele estendeu seu cetro real para ela, dando-lhe a permissão para se aproximar. Em vez de denunciar a traição de Hamã na frente daqueles que serviam ao rei, ela diplomaticamente solicitou que Hamã fosse convidado para um pequeno banquete íntimo que ela desejava preparar apenas para os três. O pedido foi aceito e, mais tarde, quando eles se assentaram para comer, o rei amavelmente disse a Ester que ela poderia pedir qualquer coisa, até mesmo a metade do reino, que lhe seria concedido. Então, aproveitando a oportunidade, Ester sabiamente implorou pela sua própria vida e pela vida de seu povo. O rei ficou obviamente "abalado" com tal pedido e, quando solicitou que ela explicasse, a traição de Hamã foi revelada. Bem, não é necessário dizer que o rei ficou furioso e quando se acalmou o suficiente para retomar sua compostura, Hamã recebeu a honra fatal de testar a forca que havia construído para Mardoqueu. Isso que é justiça poética!

O decreto original do rei não podia ser revogado legalmente, portanto Mardoqueu acabou ficando com o posto de Hamã no governo e obteve a autorização do rei para promulgar um contra decreto. Essa nova lei permitia que os judeus se defendessem quando o décimo-terceiro dia do décimo-segundo mês chegasse — a data de execução que Hamã havia estabelecido após lançar o "Pur", ou "sorte" (pequenos objetos semelhantes a dados usados pelos magos (sábios) ocultistas para determinar a data mais propícia para os eventos). Esse decreto determinava o seguinte:

"E escreveu-se em nome do rei Assuero e, selando-as com o anel do rei, enviaram as cartas pela mão de correios a cavalo, que cavalgavam sobre ginetes, que eram das cavalariças do rei. Nelas o rei concedia aos judeus, que havia em cada cidade, que se reunissem, e se dispusessem para defenderem as suas vidas, e para destruírem, matarem e aniquilarem todas as forças do povo e da província que viessem contra eles, crianças e mulheres, e que se saqueassem os seus bens." [Ester 8:10-11; ênfase adicionada].

Quando o grande dia finalmente chegou, a seguinte passagem detalha o que aconteceu (e observe especialmente no que os judeus fizeram a respeito da apropriação dos despojos):

"E, no duodécimo mês, que é o mês de Adar, no dia treze do mesmo mês em que chegou a palavra do rei e a sua ordem para se executar, no dia em que os inimigos dos judeus esperavam assenhorear-se deles, sucedeu o contrário, porque os judeus foram os que se assenhorearam dos que os odiavam. Porque os judeus nas suas cidades, em todas as províncias do rei Assuero, se ajuntaram para pôr as mãos naqueles que procuravam o seu mal; e ninguém podia resistir-lhes, porque o medo deles caíra sobre todos aqueles povos. E todos os líderes das províncias, e os sátrapas, e os governadores, e os que faziam a obra do rei, auxiliavam os judeus porque tinha caído sobre eles o temor de Mardoqueu. Porque Mardoqueu era grande na casa do rei, e a sua fama crescia por todas as províncias, porque o homem Mardoqueu ia sendo engrandecido. Feriram, pois, os judeus a todos os seus inimigos, a golpes de espada, com matança e com destruição; e fizeram dos seus inimigos o que quiseram. E na fortaleza de Susã os judeus mataram e destruíram quinhentos homens; como também a Parsandata, e a Dalfom e a Aspata, e a Porata, e a Adalia, e a Aridata, e a Farmasta, e a Arisai, e a Aridai, e a Vaisata; os dez filhos de Hamã, filho de Hamedata, o inimigo dos judeus, mataram, porém ao despojo não estenderam a sua mão. No mesmo dia foi comunicado ao rei o número dos mortos na fortaleza de Susã. E disse o rei à rainha Ester: Na fortaleza de Susã os judeus mataram e destruíram quinhentos homens, e os dez filhos de Hamã; nas mais províncias do rei que teriam feito? Qual é, pois, a tua petição? E dar-se-te-á. Ou qual é ainda o teu requerimento? E far-se-á. Então disse Ester: Se bem parecer ao rei, conceda-se aos judeus que se acham em Susã que também façam amanhã conforme ao mandado de hoje; e pendurem numa forca os dez filhos de Hamã. Então disse o rei que assim se fizesse; e publicou-se um edito em Susã, e enforcaram os dez filhos de Hamã. E reuniram-se os judeus que se achavam em Susã também no dia catorze do mês de Adar, e mataram em Susã trezentos homens; porém ao despojo não estenderam a sua mão." [Ester 9:1-16; ênfase adicionada].

Alguns estudiosos da Bíblia acreditam (e eu concordo com eles) que, tendo em vista o fato de que aqueles que atacaram os judeus sabiam que eles resistiram com força, a maioria era provavelmente amalequita. Um ódio cego e demoníaco pelos judeus os levou a atacar em uma tentativa inconseqüente de destruí-los para sempre. Outros fatos acerca do que ocorreu nos dizem muito: (1) eles foram instruídos a matar todos os seus inimigos — incluindo mulheres e crianças (Ester 8:11, acima), e (2) o fato de os judeus terem rejeitado tomar os despejos me leva a crer que Deus os fez obedecer completamente o que Saul e o exército de Israel deixaram de fazer quinhentos anos antes. Nosso Deus é totalmente soberano nos assuntos dos homens e Ele literalmente concedeu aos amalequitas, almas que viviam em escuridão espiritual, um período de graça antes que o julgamento final recaísse sobre eles. O massacre incompleto do exército de Israel deveria ser um "despertador", mas eles não se arrependeram de seus pecados. E quando apareceu uma oportunidade, eles buscaram avidamente ferir a menina dos olhos de Deus — Israel (Deuteronômio 32:10; Zacarias 2:8).

Há muita coisa sobre o livro de Ester que o torna uma ótima leitura e eu incentivo todos a estudá-lo cuidadosamente. Para sermos breves, tratamos apenas dos pontos principais e omitimos muitos detalhes interessantes.

Para encerrar, permita-me indicar que a alegre celebração que aconteceu após essa grande vitória dos judeus continua sendo celebrada todos os anos como o dia do "Purim". Lembra-se que Hamã fez os sábios "lançarem o Pur" para determinar a data exata da execução? Bem, uma execução realmente aconteceu e pelos últimos 2.500 anos, mais ou menos — a "sorte" do Diabo deu aos judeus um dia para observar no qual eles podem expressar sua gratidão ao seu Deus Soberano!


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Que Deus o abençoe.

Autor: Pr. Ron Riffe
Tradução: Eduardo Perez Neto
Data da publicação: 26/7/2005
Revisão: http://www.TextoExato.com
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