Salvação — Um Conceito Muito Malcompreendido

As megaigrejas seriam esvaziadas (ou transformadas) rapidamente se o entretenimento fosse removido e se o povo fosse exposto ao estudo bíblico sério e a uma pregação poderosa, que combatesse com firmeza o pecado e o mundanismo na vida do cristão

Como este texto discute a importante Doutrina Bíblica da Salvação, recomendamos a leitura prévia dos seguintes artigos:

Diamantes e Zirconita

O ABC e XYZ da Salvação

A Remoção dos Limites Antigos: O Mistério da Iniqüidade em Operação

O Erro de Tentar se Esconder Atrás do Amor de Deus

Nos artigos anteriores começamos a explorar a Doutrina da Salvação de uma perspectiva diferente. Como deixei implícito, minha compreensão dessa doutrina vital é definitivamente fora de moda e completamente diferente da que é atualmente aceita e ensinada pela maioria. Essa diferença de opinião é quase tão antiga quanto a própria igreja e não me vejo, nem em sonhos, capaz de resolvê-la. No entanto, acredito que as partes interessadas estejam cientes dos princípios conflitantes envolvidos. Ambos os lados da questão baseiam suas crenças na Palavra de Deus e temos um dilema interessante em que ambos os lados não podem ter razão ao mesmo tempo!

Interpretamos tudo aquilo que lemos associando um significado específico às palavras e frases à medida que as encontramos. Esse processo de interpretação é vital porque sem ele, não haveria a compreensão. Entretanto, a triste realidade é que duas pessoas podem ler a mesma frase e chegar à conclusões completamente diferentes sobre o que ela diz! Apresento uma pequena ilustração citando uma linha de uma cantiga de ninar: "Maria teve um carneirinho..." A questão é, "Maria teve um carneirinho no passado ou ela deu à luz um carneirinho?" Se você insistir que a última hipótese é a verdadeira — ela deu à luz um carneirinho — como vou tentar convencê-lo do contrário? Bem, muito provavelmente, em primeiro lugar, devo tentar provar a impossibilidade de isso acontecer. O bom senso e a lógica devem prevalecer nessas discussões, mas muito freqüentemente as pessoas conseguem ver as árvores, mas não conseguem enxergar a floresta! As opiniões preconcebidas e os preconceitos restringem as pessoas a uma visão bitolada e nenhuma quantidade de informações factuais consegue fazer com que mudem de posição — ou devo dizer, "mudemos", porque todos somos capazes disso. Esse aspecto frustrante da natureza humana causa irritação praticamente todos os dias à medida que interagimos uns com os outros, mas é especialmente verdadeiro no que se refere à interpretação das Escrituras.

Agora, após essa introdução, vamos voltar ao assunto que interessa: como Deus salva uma alma? O que exatamente a Bíblia diz sobre isso? No entanto, antes de podermos concordar com alguma outra coisa, precisamos primeiro concordar com as regras básicas para a nossa discussão. A regra número um é que a Bíblia é a inerrante, infalível e verbalmente inspirada Palavra de Deus. Sem essa necessária e básica premissa, qualquer outra discussão seria inútil, pois precisa haver uma autoridade final.

A maioria de nós provavelmente concordará que a salvação é uma obra em progresso; ela tem um aspecto passado, um presente e um futuro. Aqueles que estão salvos foram salvos no passado, estão sendo salvos no presente e finalmente serão salvos no futuro. Provavelmente também concordaremos em "como" ocorre a salvação — que Jesus Cristo morreu pelos pecados dos homens, resgatando-os por meio do sacrifício substitutivo de Si mesmo, derramando Seu próprio sangue. No entanto, onde provavelmente discordaremos é no "quem, quando e por quê" da salvação.

Com relação ao "quem" da salvação (aqueles que potencialmente podem ser salvos) — a vasta maioria daqueles que se consideram cristãos evangélicos hoje crê e ensina a posição doutrinária "qualquer um que quiser". Eles insistem que Jesus Cristo derramou Seu sangue pelos pecados de todos os homens. Portanto, ensinam que todo homem, sem exceção, tem a opção de exercer seu "livre arbítrio", "fazer uma decisão ao lado de Cristo", e desse modo "aceitá-lo" como seu Senhor e Salvador pessoal. Essa visão é tão amplamente aceita que qualquer um que se atreva a contradizê-la está correndo risco de ser acusado de blasfemador! Bem, seja como for, a preponderância das Escrituras ensina um conceito totalmente diferente. Não nego que a doutrina mais popularmente aceita tenha uma aparente base bíblica, pois eu também cri, ensinei e a preguei por muitos anos. No entanto, ao continuar a estudar as Escrituras e ler obras teológicas, descobri que há outro lado do assunto — um lado que chama muito a atenção, para dizer o mínimo.

Ao tentar explicar essa "antiga" posição" — a sólida posição histórica e doutrinária dos nossos antepassados na fé evangélica, tenhamos em mente a analogia "Maria teve um carneirinho...", porque as palavras e frases podem ser manipuladas para se adequar a uma posição doutrinária preconcebida. Sou da opinião que quase qualquer teoria doutrinária pode ser criada e legitimada por meio da seleção hábil de Escrituras de apoio. Além disso, acredito que Charles Finney, o renomado evangelista do século 19 fez exatamente isso quando criou o que chamou de "novas medidas para uma nova teologia". Utilizando apenas alguns poucos versos-chave, Finney praticamente sozinho revolucionou a posição doutrinária do seu tempo. E aquilo que evoluiu a partir de um pequeno começo é agora mantido como a doutrina definitiva aceita por milhões de cristãos evangélicos. (O simples fato de sua popularidade e de suas propriedades "ecumênicas", que ligam tantas denominações diferentes, deveria deixar os cristãos conservadores, fundamentalistas e que crêem na Bíblia muito apreensivos!)

A antiga visão de quem pode ser salvo leva em total consideração a Doutrina Bíblica da Predestinação (que com a ajuda de Deus, continuará a ser abordada em artigos futuros), sem tentar jogar com a presciência de Deus como sendo um pré-requisito. Basta dizer neste ponto que Romanos 8:28-30 é a chave para definir "O Plano das Épocas de Deus". A parte final do verso 28 contém a seguinte frase: "...daqueles que são chamados segundo o seu propósito." O início do verso diz: "E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus..." A quem está se referindo? Logicamente são os filhos eleitos de Deus — os cristãos genuínos. Em seguida, de acordo com esse verso, somos referenciados como "os chamados" que é sinônimo com a doutrina da eleição. (Até aqui tudo bem — a maioria concorda). Agora então, como somos chamados? "De acordo com o seu propósito", é a resposta. Qual é o propósito de Deus? No grego, a palavra aqui é o substantivo prothesis e, de acordo com o Expository Dictionary of New Testament Words (Dicionário Expositivo de Palavras do Novo Testamento), de W. E. Vine, significa "definir um propósito". Qual é a definição de "propósito": "1. Algo que se pretende fazer ou conseguir; intenção, intento, projeto. 2. Deliberação, determinação, decisão, resolução." Claramente, todos podemos compreender e concordar que um propósito, um objetivo, pressupõe um plano. Os cristãos genuínos são, portanto, os filhos eleitos de Deus — escolhidos por Ele em Cristo antes da fundação do mundo. [Efésios 1:4].

Você tem alguma atividade de recreio nas horas de lazer? Gosto de tentar trabalhar com madeira, mas na maioria das vezes só consigo fazer estragos. Há um velho ditado na nossa fraternidade que diz: "Meça duas vezes e corte só uma!" Já experimentei a sabedoria desse ditado muitas vezes aprendendo da forma difícil que preciso ser extremamente cuidadoso e seguir as medidas contidas nos planos. Embora saibamos que Deus não precise fazer planos detalhados no mesmo sentido que nós, apesar disso a Bíblia ensina que Ele tem um plano para nós e para o universo criado. E é esse plano que precede toda a implementação dele. Na assim chamada "Cadeia Dourada da Redenção" [Romanos 8:28-30], observe que propósito precede a presciência. A razão pela qual enfatizo esse ponto é porque a presciência de Deus tem uma parte grande demais na posição doutrinária que está popularizada atualmente. Essa crença diz que, por causa de Sua presciência, Deus pôde olhar nos corredores do tempo e ver quem "aceitaria" a Cristo quando confrontado com a mensagem do Evangelho. Então, com base nessa presciência, Ele predestinou aqueles indivíduos para a salvação. Isso parece ser bem razoável (e acreditei nisso por um longo tempo), mas tem um erro fatal. Mesmo se alguém arrazoar que a presciência de Deus foi utilizada para determinar Seu Plano das Épocas, e isso é improvável, porque Sua onisciência não pode de modo algum ser dependente de Sua presciência, o simples ato de alguém "aceitar" a Cristo é impossível! Como enfatizei em outros artigos, cada ser humano nasce neste mundo morto espiritualmente [Efésios 2:1, etc.] e é totalmente incapaz de compreender as coisas espirituais. [1 Coríntios 2:14] Isso é profundo!! Não subestime! Os homens mortos — homens incapazes de compreender aquilo que se discerne espiritualmente — não podem "tomar uma decisão ao lado de Cristo". Todavia, os teólogos que defendem essa doutrina popular tentam superar esse bloqueio intransponível dizendo que Deus de alguma forma "restaura" a capacidade de fazer essa escolha! No entanto, até aqui só vi um verso ser apresentado para suportar a teoria e digo que isso é muito fraco, para dizer o mínimo. Então, ao começarmos a analisar tudo isso e comparar com todas as Escrituras, torna-se cada vez mais claro que uma doutrina preconcebida foi forçada na Palavra e "textos de prova" foram levantados para apoiá-la (os teólogos chamam isso de eisegesis — termo em inglês.).

Por que alguém teria o trabalho de fabricar tal doutrina? Não posso dizer com certeza, mas parece-me que isso surgiu como resultado direto de uma reação puramente humana para uma verdade inescapável. O apóstolo Paulo expõe a Doutrina da Predestinação na epístola aos Romanos, capítulos 8 e 9, e diz claramente que Deus escolhe alguns e rejeita o resto! "Ah, mas não pode ser! Isso quer dizer que Deus faz acepção de pessoas e Sua Palavra diz que Ele não faz isso" [Atos 10:34] O que devemos fazer com isso? A expressão "fazer acepção de pessoas" geralmente é compreendida como "mostrar parcialidade", assim a Bíblia ensina que Deus não mostra parcialidade pelos Seus eleitos? Tudo depende de como vemos a questão! Romanos 9:10-13 mostra claramente imparcialidade na escolha entre Jacó e Esaú com relação às suas obras, pois como eles nem haviam ainda nascido, não tinham nenhuma obra.

"E não somente esta, mas também Rebeca concebeu de um, de Isaque, nosso pai; porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor. Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú."

Paulo está citando aqui o livro do profeta Malaquias, do Antigo Testamento. A palavra hebraica para "odiar" é sane e significa exatamente isso — odiar! A crença que Deus ama a todos, sem exceção, não se sustenta por causa dessa passagem. De qualquer forma, o plano de Deus para os dois irmãos foi definitivamente predeterminado e nada que eles fizeram ou poderiam fazer, entrou nessa decisão. Não houve parcialidade mostrada e, embora nossas mentes humanas depravadas e finitas tenham uma tremenda dificuldade para compreender como isso pode ser verdadeiro, Deus disse e isso define a questão! Mas então, por outro lado, como pode alguém expressar amor por outro e não mostrar parcialidade? Deus não faz acepção de pessoas porque Sua Palavra diz isso — porém sem dúvida Ele expressa seu amor por aqueles a quem escolheu! Não é completamente óbvio que há algo sobre esse relacionamento que simplesmente não podemos compreender? Certamente! E não temos escolha senão confiar no que a Bíblia realmente diz e tudo o que ela diz sobre um determinado assunto. É quando os homens tentam "ajudar a Deus" inventando esquemas teológicos que terminamos acreditando e seguindo falsas doutrinas. Ele escolheu alguns para a salvação e rejeitou o restante da humanidade por razões que só Ele sabe, e todas as explicações destinadas a negar esse fato e torná-lo mais palatável não têm base nas Escrituras. Quanto mais cedo compreendermos que não podemos ligar todas as pontas desse enigma teológico, melhor.

Deve ser evidente para qualquer pessoa que separe um tempo e faça o esforço de pensar que nossos instintos humanos depravados gritam "Isso não é justo!", quando contemplamos o assunto da eleição soberana de Deus. E é totalmente fascinante ler onde muitos teólogos admitem que não têm nenhum problema com o fato de Deus enviar todos os homens ao inferno — porque compreendem o conceito bíblico do pecado universal — porém categoricamente rejeitam a posição que Deus graciosamente salva alguns e rejeita os outros. É por isso que a posição soteriológica arminiana eclodiu. Ela baseia a eleição de Deus nas ações futuras do indivíduo em questão. De acordo com essa posição, a salvação de uma pessoa é condicional e depende da aceitação a Cristo e, se a pessoa rejeitar a Cristo, não tem ninguém a quem responsabilizar, exceto a si mesma. No entanto, a Bíblia diz que o homem não tem a quem culpar, exceto a si mesmo! [Romanos 1:20 — eles são indesculpáveis"] Se o homem for deixado por sua própria conta, nunca buscará a Deus (Romanos 3:11); está espiritualmente morto (Efésios 2:1), é incapaz de compreender o que se discerne espiritualmente (1 Coríntios 2:14) e é um escravo de Satanás. (Efésios 2:20 Aceitar a Cristo? Como?!!

Examine as Escrituras do Gênesis ao Apocalipse e não encontrará uma única referência a qualquer pessoa "que esteja aceitando a Cristo" ou "fazendo uma decisão ao lado dele". Esses são conceitos e terminologia geradas por Armínio e refinados/propagados por muitos outros — incluindo John Wesley e Charles Finney. Eles são responsáveis atualmente pela preocupação quase histérica com o evangelismo de confrontação e a contagem de cabeças que o acompanha. "Ganhar" almas para Cristo é outro conceito que não tem base nas Escrituras — no sentido em que é usado hoje. Como pode alguém utilizar métodos que são aprendidos em "seminários de evangelismo" para persuadir uma alma — desse modo "ganhando-a", se a pessoa está espiritualmente morta e é totalmente incapaz de compreender as coisas espirituais? O sucesso na manipulação das pessoas por meio da repetição da "oração do pecador" e a produção de algumas lágrimas não significa que houve uma conversão genuína! As igrejas estão repletas de joio por causa desses métodos e já é hora de acordar para a realidade. Somente o Espírito Santo pode ganhar uma alma para Cristo, pois é o único que tem as credenciais para isso! A crença errônea nas técnicas do evangelismo de massa está sendo mascateada hoje e os métodos estão sendo divulgados por gurus especialistas que lideram megaigrejas — todas as quais esvaziariam (ou seriam transformadas) da noite para o dia por uma pregação típica de cem anos atrás! Tire o entretenimento e exponha as pessoas ao fogo da pregação/estudo bíblico inspirado pelo Espírito Santo e poucos preciosos membros permanecerão para ouvir. Digo isso como um pastor que sabe que J. Vernon McGee (o homem que tinha um abençoado programa cristão no rádio) estava correto quando lamentou, anos atrás, antes de falecer, que "ninguém mais quer estudar a Bíblia seriamente!" Sua responsabilidade e a minha, primeiro e antes de tudo, é sermos os melhores recipientes possíveis para o Espírito Santo — cooperando com Ele com vistas à nossa própria maturidade espiritual. À medida que crescemos na graça e no conhecimento do Senhor Jesus Cristo e experimentamos vitórias "mortificando a carne com suas paixões e concupiscências" — cedendo mais espaço ao Espírito Santo em nossas vidas — as almas serão ganhas para Cristo como resultado. O Espírito Santo cuidará disso e ganhará as almas, e não nós. Nosso testemunho para Cristo é a coisa mais preciosa que possuímos e será inútil para os outros se não aprendermos esse princípio espiritual básico. Boas intenções e doutrina herética não combinam.

Certamente não desejo ser malcompreendido e acusado de ser contra o evangelismo — pois é ele vitalmente importante. Minha única intenção é chamar sua atenção para uma doutrina que promove a idéia sem base bíblica que quando "Deus chama um homem ao arrependimento" e ele "está convencido", pode decidir aceitar ou rejeitar a Cristo como seu Salvador. Isso não apenas coloca o destino final da sua alma nas mãos do próprio indivíduo, mas também patrocina o conceito que "ganhadores de almas" possam testemunhar e ganhar almas para Cristo utilizando as palavras e as técnicas corretas — uma crença perniciosa e sem qualquer fundamento bíblico. O livre arbítrio, como um conceito, veio por meio da Igreja Católica Romana e não pode ser defendido usando-se as Escrituras! Quando pressionados para fornecer um texto-base, rotineiramente somente um verso é apresentado:

"Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome." [João 1:12].

A premissa é que o homem exerce seu livre arbítrio e recebe a Cristo — isto é, livremente recebe a Cristo em seu coração. Mas você não concorda que um único verso é inadequado para suportar uma doutrina tão importante? Especialmente quando o verso 13 destrói completamente a premissa? Veja o que diz — é o verso que vem em seguida!

"Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus." [João 1:13].

O verso 11 diz que Ele veio para os que eram seus — para suas próprias criaturas — e aqueles que eram Seus não o receberam. No entanto, incrivelmente, o verso 12 diz que alguns o receberam — como isso é possível? Nossa compreensão precisa enfocar na palavra "receber", e descobrimos que obviamente não significa "receber com os braços abertos" como é a interpretação normal hoje. A palavra grega é lambano, não proslambano como apropriadamente seria o caso se "dar as boas-vindas" fosse a intenção. Não, a palavra — especialmente à luz do verso 13 — precisa ser compreendida como "adquirido". Aqueles que "adquiriram" (receberam) a Cristo nasceram por meio da vontade de Deus — não da própria vontade deles! Veja: um indivíduo morto espiritualmente precisa receber vida espiritual antes de ter a capacidade de crer. Aqueles que não conseguem compreender que aquilo que se discerne espiritualmente (1 Coríntios 2:14], precisam ter essa impossibilidade superada antes de crer. Para realizar isso, Deus regenera o indivíduo eleito e então ele crê em um ato subseqüente. Atos 13:48b diz: "... e creram tantos quantos estavam ordenados para a vida eterna."

Aqueles que advogam a posição do livre arbítrio também insistem que Deus restaura a capacidade suficiente para o indivíduo perdido para que ele possa aceitar a Cristo. Cito o teólogo Henry C. Thiessen, em seu livro intitulado Systematic Theology [pág. 345]:

"Como a humanidade está desesperadamente morta em ofensas e pecados e não pode fazer nada para obter salvação, Deus restaura graciosamente a todos os homens a capacidade suficiente de fazer uma escolha na questão da submissão a Ele. Esta é a salvação — trazer a graça de Deus, que se manifestou a todos os homens. Em Seu conhecimento prévio, ele percebe o que cada um fará com sua capacidade restaurada e escolhe homens para a salvação em harmonia com Seu conhecimento das escolhas que eles farão dela..." [tradução nossa].

Assim, vemos que esse teólogo baseia toda sua premissa em um verso das Escrituras — Tito 2:11, em que lemos:

"Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens."

Novamente, preciso enfatizar que esse é um texto de prova tremendamente fraco para tal suposição doutrinária. Mas, depois que você engole a nova teologia de Charles Finney, fica com poucas opções preciosas! Em minha opinião, o livre arbítrio e a capacidade de exercê-lo são obviamente dois conceitos que foram forçados nas Escrituras (eisegesis — palavra inglesa) e não realmente derivados a partir delas. Acrescento ainda para sua consideração que se um desses dogmas doutrinários fosse válido, o apóstolo Paulo o teria abordado com profundidade em suas epístolas. Como esse não é o caso, a que outra conclusão chegamos?

Finalmente, deixo com você uma pequena informação relativa à doutrina do livre arbítrio. O seguinte é uma citação encontrada nos decretos do Concílio de Trento (1563) — o padrão jurado da doutrina da Igreja Católica Romana:

"Se alguém afirmar, que o livre arbítrio do homem, movido e despertado por Deus, não coopera para a obtenção da justificação; se, além disso, alguém disser que a vontade humana não pode resistir; mas é inativa, e meramente passiva; seja o tal anátema."

"Se alguém afirmar, que desde a queda de Adão, o livre arbítrio do homem foi perdido e extinto... e é uma ficção introduzida por Satanás na Igreja; seja o tal anátema."

Esses são apenas dois dos muitos anátemas (maldições) lançados pela Igreja Católica contra aqueles que discordam de suas doutrinas. Isso revela que os cristãos fundamentalistas que defendem a posição do "livre arbítrio" estão na verdade concordando com um dogma católico romano!

Se Deus permitir, voltaremos ao assunto.


Se você recebeu Jesus Cristo como seu Salvador pessoal, mas vive uma vida espiritual morna, precisa pedir perdão e renovar seus compromissos. Ele o perdoará imediatamente e encherá seu coração com a alegria do Espírito Santo de Deus. Em seguida, você precisa iniciar uma vida diária de comunhão, com oração e estudo da Bíblia.

Se você nunca colocou sua confiança em Jesus Cristo como Salvador, mas entendeu que ele é real e que o fim dos tempos está próximo, e quer receber o Dom Gratuito da Vida Eterna, pode fazer isso agora, na privacidade do seu lar. Após confiar em Jesus Cristo como seu Salvador, você nasce de novo espiritualmente e passa a ter a certeza da vida eterna nos céus, como se já estivesse lá. Assim, pode ter a certeza de que o Reino do Anticristo não o tocará espiritualmente. Se quiser saber como nascer de novo, vá para nossa Página da Salvação agora.

Esperamos que este ministério seja uma bênção em sua vida. Nosso propósito é educar e advertir as pessoas, para que vejam a vindoura Nova Ordem Mundial, o Reino do Anticristo, nas notícias do dia-a-dia.

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Se desejar visitar o site "The Cutting Edge", dê um clique aqui: http://www.cuttingedge.org

Que Deus o abençoe.

Autor: Pr. Ron Riffe
Data da publicação: 19/5/2001
Patrocinado por: João Jorge Rufino da Silva — (Manaus AM)
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