Agenda 21: O Plano da ONU Para Que Você Tenha uma "Comunidade Sustentável"

Forcing Change, Vol. 6, Edição 5.

A Agenda Agora

Dentro de mais alguns dias, de 20-22 de junho, os líderes mundiais, os principais ambientalistas e uma infinidade de organizações não governamentais — grupos especiais de interesse globais — convergirão no Rio de Janeiro, Brasil.

O propósito: celebrar o vigésimo aniversário da Cúpula da Terra, da Organização da Nações Unidas, que ocorreu na mesma cidade em 1992, e fortalecer a proposta para uma governança ambiental internacional.

O que emergiu com a Conferência Rio 92 foi um conjunto de documentos fundamentais. A Agenda 21 e a Convenção Sobre a Biodiversidade foram os dois textos mais famosos. Um conjunto de "tratados alternativos de ONGs" também emergiu, propondo uma reestruturação radical no sistema global — desde os Estados-nações até sua cidade e bairro. Além disso, o processo da Carta da Terra floresceu a partir daquele evento. Entretanto, antes da conferência da ONU ocorrer, diversas reuniões e consultas especiais ocorreram em todo o mundo. A cidade de Winnipeg, capital da província canadense em que vivo, sediou um desses eventos preliminares: a Conferência Econômica, da Energia e do Meio Ambiente (de 17-20 de outubro de 1990), que reuniu mais de 3.000 delegados e foi copatrocinada pela UNESCO e pela província de Manitoba. O tema oficial foi "Estratégias de Desenvolvimento Sustentável e a Nova Ordem Internacional" [Veja a Parte 3].

Na realidade, o tema da conferência deveria ter sido o título oficial para o Encontro da Terra, no Rio de Janeiro, pois aquele era o ponto. Agora, vinte anos após a Rio 92, o mundo irá se reunir mais uma vez e buscar terreno comum na questão da governança global do meio ambiente — incluindo a proposta dos Direitos da Mãe Terra.

De modo a compreender o que ocorrerá na Rio+20, esta edição de Forcing Change examinará a Rio 92 e como ela moldou o processo no mundo ocidental. Afinal, o programa de 1992 é a agenda para os tempos de agora.

Nota: Este artigo de Berit Kjos foi escrito originalmente vários anos atrás e algumas pequenas adaptações foram feitas para refletir o momento atual. Outras adaptações foram feitas para clarificar as questões técnicas e algumas notas editoriais foram acrescentadas para elucidar outros pontos. Mas, as informações apresentadas pela autora são tão importantes hoje quanto eram quando o artigo foi publicado originalmente.


"O estilo de vida e os padrões de consumo atuais da classe média próspera — envolvendo alto consumo de carne, uso de combustíveis fósseis, eletrodomésticos, ar condicionado em casa e no trabalho, e moradias amplas em bairros residenciais — não são sustentáveis. Uma mudança é necessária, o que requererá um vasto fortalecimento do sistema multilateral, incluindo das Nações Unidas..." — Maurice Strong. [1].

A Agenda 21, o manual da ONU para a transformação global, parece uma coisa boa para muitas pessoas bem-intencionadas. Elaborada para o propósito de criar "sociedades sustentáveis", ela tem sido bem-recebida pelas nações de todo o mundo. Os líderes políticos, culturais e da mídia adotaram suas visões sedutoras de justiça social e de um planeta saudável. Essas visões escondem as mentiras que estão por trás de seus cenários apocalípticos e a ciência fraudulenta. Poucos consideram os fatos contrários e os custos colossais.

Afinal, o que pode estar errado com a preservação dos recursos para a próxima geração? Por que não limitar o consumo e reduzir o uso da energia? Por que não abolir a pobreza e estabelecer um sistema de bem-estar social para treinar os pais, monitorar a intolerância e atender a todas as nossas necessidades? Por que não salvar o planeta trocando o carros por bicicletas, criar um mercado aberto para "comunidades autossustentáveis" e habitações padronizadas para os densos "assentamentos humanos" (localizados nas linhas de trânsito) onde todos dialoguem, compartilhem terreno comum e sejam igualitários?

A resposta é simples: a economia marxista nunca funcionou. O socialismo produz pobreza, não prosperidade. O coletivismo cria opressão, não a liberdade. Confiar em "cientistas" do meio ambiente, que dependem de financiamento do governo, e precisam produzir "informações" politicamente úteis levará ao desastre econômico e social. [2].

Mesmo assim, líderes locais e nacionais em todo o mundo estão seguindo o modelo da ONU para gestão global e "comunidades sustentáveis" e o presidente Clinton liderou o caminho em meados dos anos 1990s. Uma carta que recebi do Conselho Presidencial Sobre Desenvolvimento Sustentável diz:

"Em abril de 1997, o presidente Clinton pediu que o conselho o assessorasse sobre os próximos passos na construção de um novo sistema de gestão ambiental para o século 21... e políticas que patrocinem a liderança dos EUA no desenvolvimento sustentável internacionalmente. O conselho também foi encarregado de garantir que as questões de igualdade social fossem totalmente integradas..."

Muitos dos representantes do povo no Congresso apoiaram o plano do presidente. Em uma carta de 1997 congratulando a Junta de Planejamento da Agenda 21 Local em Santa Cruz, na Califórnia, por completar seu Plano de Ação, o congressista Sam Farr escreveu:

"O Plano de Ação da Agenda 21 Local não somente tem significado local, mas também terá impactos regionais e nacionais. Como vocês sabem, o Conselho Presidencial Sobre Desenvolvimento Sustentável está iniciando a Fase 3 de seu trabalho com uma ênfase nas comunidades sustentáveis. [3].

Essa agenda pode já estar dirigindo o "desenvolvimento" de sua cidade, de modo que você deve ficar alerta para os indícios. Observe palavras da moda, como "visionário", "parcerias" e "participantes". Saiba como resistir ao processo do consenso. Faça perguntas, mas nem sempre confie nas respostas. Lembre-se que os ativistas políticos, como os autoproclamados "agentes de transformação" na educação, colocam aquilo que é útil ou desejável em certa situação acima da integridade. [Nota do Editor: Em termos práticos, isto está acontecendo em todo o mundo ocidental e em muitos países em desenvolvimento.].

Como o Superintendente Escolar da Carolina no Norte, Jim Causby, disse em uma conferência internacional sobre modelos de escolas, em 1994:

"Recebemos na verdade um curso sobre como não dizer a verdade. Você recebe esse curso em Relações Públicas, onde aprende a colocar o melhor sentido nas coisas." [4].

Para reconhecer e resistir a esse amontoado de leis e regulamentações inconstitucionais de um governo secreto, que está sendo imposto sobre nosso país sem a aprovação do Congresso, vamos fazer um exame da história e da natureza de todo esse processo.

A Agenda 21

A Agenda 21 é um tipo de contrato global que vincula os governos de todo o mundo ao plano da ONU de modificar a forma como vivemos, o que comemos, como aprendemos e como nos comunicamos — tudo sob o nobre estandarte de salvar a Terra. As regulamentações da Agenda 21 limitarão severamente o consumo de água, de eletricidade e de transporte particular — e até negarão aos seres humanos a possibilidade de visitar regiões desabitadas do planeta. Se totalmente implementada, ela gerenciará e monitorará toda a Terra e todas as pessoas. Ninguém ficará livre do olho atento do novo sistema global de rastreamento e de coleta de informações.

[Nota do Editor: Tecnicamente, a Agenda 21 não é vinculante, isto é, ela não é um tratado, mas, ao contrário, é um documento de "lei maleável", ou um "plano geral". Entretanto, nos últimos vinte anos, dezenas de governos estaduais, municipais e o federal, introduziram inúmeras regulamentações para se encaixarem dentro do contexto da Agenda 21, da Cúpula da Terra, especialmente no relacionamento com a gestão do uso da terra e da extração dos recursos minerais, a criação de "planos de ação ambiental", o modelo "verde" para as indústrias, subsídios para a "energia verde" e a criação de parques e áreas da vida selvagem. Tudo isto tornou o espírito do "plano geral" vinculante, em um ponto ou outro, sobre os cidadãos e sobre o eleitorado, por meio da ação de parlamentares e das agências regulatórias federais e/ou estaduais.]

Esta agenda para o século 21 foi assinada por 179 nações na Conferência da ONU Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, em 1992.

Além da Agenda 21, a Convenção Sobre a Biodiversidade também foi introduzida como parte do pacote do Rio de Janeiro. Entre outras coisas, a Convenção propôs uma "Avaliação da Biodiversidade Global", com relação ao estado do planeta. A Avaliação da Biodiversidade Global, uma vez concluída, foi publicada pelo UNEP (Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas), e armou os líderes da ONU com as "informações" e a "ciência" que eles precisavam para validar seu sistema de gestão global. As predições apocalípticas tiveram o propósito de justificar a redução radical da população, justificar regulamentações opressivas sobre o estilo de vida e propor um retorno coercitivo para as religiões centradas na Terra como base para os valores ambientais e para os assentamentos humanos autossustentáveis.

A Avaliação da Biodiversidade Global reportou na página 763 que "as causas-raízes da perda da biodiversidade estão incorporadas no modo como as sociedades usam os recursos" [5]. Culpa de quem? Dos valores judaico-cristãos. O Capítulo 12.2.3 declara que:

"Esta cosmovisão é característica das sociedades de larga escala, fortemente dependentes dos recursos trazidos de distâncias consideráveis. É uma cosmovisão que é caracterizada pela negação dos atributos sagrados na natureza, uma característica que se tornou fortemente firmada cerca de 2.000 anos atrás com as tradições religiosas judaico-cristã e islâmica." [6].

"As culturas orientais com tradições religiosas, como o Budismo, Jainismo e Hinduísmo não se afastaram de forma tão drástica da perspectiva dos humanos como membros de uma comunidade de seres, incluindo outros elementos vivos e inanimados." [7].

A Família de Documentos do Rio de Janeiro

A Cúpula da Terra da ONU, de 1992, intitulada oficialmente Conferência da ONU Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, produziu diversos documentos e iniciativas. Aqui está uma breve descrição da família "verde" criada durante aquele evento. Observe como alguns desses "meninos do Rio" cresceram:

Agenda 21: Um documento de direção para o desenvolvimento sustentável. A Agenda 21 gerou centenas de planos de ação de governos, ONGs e empresas para se tornarem verdes. Ela também produziu o programa Agenda 21 Local, resultando em páginas e páginas de programação de comunidades verdes e, mais ominosamente, em montanhas de regulamentações para a gestão do uso da terra. O crescimento do planejamento de programação "do desenvolvimento sustentável", visível nos governos e nas agências em todos os níveis, está profundamente conectado com o processo histórico da Agenda 21.

Declaração do Rio Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Uma curta proclamação, com 27 pontos, para enfatizar a solidariedade necessária para uma "nova e equitativa parceria global" e a "natureza interdependente da Terra."

Princípios das Florestas. Uma curta e não vinculante declaração que tem o objetivo de guiar o desenvolvimento das florestas e o reflorestamento. Este foi o "primeiro consenso global em florestas" e deu o pontapé inicial no Processo de Montreal — um grupo de trabalho multinacional sobre a gestão das florestas.

Convenção Estrutural Sobre Mudança Climática. Este tratado foi aberto para assinatura no Encontro de Cúpula da Terra. Sua importância está no fato de ter criado o Protocolo de Kyoto, e o fato de o Painel Intergovernamental Sobre Mudança Climática ter sido colocado a cargo de sua implementação. A multidão de declarações, planos de ação, declarações e iniciativas dos governos e do setor privado em resposta à "mudança climática" é tremenda, e muito mais ainda a volumosa legislação criada pelos parlamentares — graças, em grande parte, à Convenção Estrutural Sobre Mudança Climática.

Convenção Sobre Diversidade Biológica (CDB): Todo o texto deste tratado vinculante pode ser facilmente impresso em 18 páginas de papel tamanho carta. Mas, em seu preâmbulo, encontramos a seguinte linha:

"Cientes da falta geral de informações e conhecimento com relação à diversidade biológica..." Esta sentença parcial formou a base para a criação de um corpo de conhecimento que tem o propósito de detalhar o pano de fundo contextual para a CDB. O resultado foi monumental: a publicação da Avaliação da Biodiversidade Global — 1.140 páginas de tamanho, em papel ofício. Mas, espere, há mais. No processo de redigir a Convenção, foi observado que um volume separado seria necessário para tratar o componente dos valores humanos. Portanto, em 1999, o UNEP lançou seu relatório de 731 páginas, "Valores Culturais e Espirituais da Biodiversidade" e, em suas páginas, o Cristianismo foi duramente criticado, ao mesmo tempo que o relatório manteve a cosmovisão pagã. Lembre-se, essas 1.871 páginas combinadas tiveram o objetivo de tratar o contexto de informações da Convenção Sobre Diversidade Biológica, de 18 páginas. Além disso, o tratado da CDB enfatizou o "princípio de precaução" na gestão ambiental, e propôs "áreas protegidas". Os governos federais e estaduais, por sua vez, criaram áreas especiais da vida selvagem com zonas-tampão, algumas vezes conectadas com rios de importância histórica. Muitas dessas áreas centrais foram consideradas vedadas para o desenvolvimento humano e a atividade humana na zona-tampão deveria ser rigidamente controlada. Hoje, 756.102 quilômetros quadrados de terra estão "protegidos" sob o guarda-chuva da Convenção da Diversidade Biológica.

Esse conceito de zona protegida pela CDB foi ligado com a rede Reserva da Biosfera, da UNESCO. Além disso, o programa da área protegida não é sem controvérsia, pois produtores rurais estabelecidos, fazendeiros, sitiantes e companhias de exploração mineral têm, em diferentes ocasiões, testemunhado suas propriedades serem reduzidas ou desaparecerem sob os disfarces da proteção ao ecossistema e da expansão dos parques naturais.

Em minha própria província de Manitoba, no Canadá, isto se tornou um fato recente nas notícias, com um enorme projeto de construção de uma linha de transmissão de energia elétrica, chamado BiPole III, que deverá percorrer centenas de quilômetros em torno da província de modo a não interferir com uma região de floresta que, embora ainda não esteja "protegida", pode se tornar designada pela UNESCO como sítio do Patrimônio Histórico e Mundial — outro ramo da rede de áreas protegidas. Nos EUA, a área do Grande Yellowstone tem sido impactada por designações de protegida e, em partes do mundo em desenvolvimento, o uso das zonas protegidas tem fermentado abusos contra as populações locais. Na verdade, um relatório do Banco Africano de Desenvolvimento, intitulado Diretrizes Sobre a Remoção e Reassentamento Involuntários nos Projetos de Desenvolvimento, observou o seguinte: "O estabelecimento de parques naturais ou áreas protegidas normalmente tira o meio de vida da população local." (pág. 11). FC.

Maurice Strong, que chefiou a Conferência Rio 92, parece concordar com a posição adotada pela Avaliação da Biodiversidade Global. O sítio dele no Colorado é um local de reunião para budistas, bahá'ís, indígenas norte-americanos e outros praticantes de religiões centradas na terra. Todavia, ao chefiar a reestruturação da ONU nos anos 1990s, ele também ajudou a criar o modelo para a transformação de nossas comunidades. Em sua introdução ao Guia de Planejamento da Agenda 21 Local, ele chamou os líderes locais de todo o mundo para "realizarem um processo de consultas com suas populações e chegarem a um consenso sobre a Agenda 21 Local para suas comunidades.

Alcançar esse consenso significa pintar cenários aterrorizadores de um planeta que está sofrendo e morrendo — cenários que atemorizam as crianças, enfurecem os jovens e persuadem os adultos a se submeterem às regulamentações que antes seriam consideradas impensáveis. Isto significa acusar as atividades humanas pela ocorrência da mudança climática e ignorar os fatores naturais que têm, ao longo do tempo, produzido mudanças cíclicas no clima, nos padrões das tempestades, na migração das espécies animais e na redução da camada de ozônio (o "buraco" na verdade nunca existiu). Aqui estão alguns fatores naturais sobre os quais você raramente ouve falar na grande mídia:

Agenda 21 Local

O Capítulo 28 da Agenda 21 propõe especificamente que cada comunidade formule seu próprio programa Agenda 21 Local:

"Cada autoridade local deve entrar em diálogo com seus cidadãos, organizações locais, e empresas privadas e adotar uma Agenda 21 Local. Por meio de consultas e construção de consenso, as autoridades locais aprendem com os cidadãos e, com as organizações industriais, empresariais, comunitárias, cívicas e locais, adquire as informações necessárias para formular as melhores estratégias." (Agenda 21, Cap. 28, sec. 1, 3.)

Esta tática pode parecer razoável até que você perceba que o dedicado "Grupo de Participantes", que organiza e supervisiona a transformação local, não é eleito pelo público. Além disso, as pessoas selecionadas para representarem os "cidadãos" na sua comunidade não apresentarão os interesses deles. Os "parceiros" escolhidos, a equipe profissional e os grupos de trabalho estão implementando um novo sistema de governança sem pedir sua opinião.

Provavelmente, eles nem mesmo querem que você saiba o que eles estão fazendo até que a estrutura regulatória esteja bem avançada. Você pode ler no jornal local sobre "definição da visão", grupos de trabalho, Gestão de Qualidade Total e parcerias entre igrejas, agências de serviços sociais e de bem-estar social, e outros grupos comunitários. Estas são pistas que, por trás dos bastidores, o plano está avançando.

[Nota do Editor: Sei a partir de minha experiência de primeira mão que muitos que se envolvem em programas do tipo Agenda 21 local e regional não compreendem o processo em que estão envolvidos — e isto é especialmente verdadeiro para aqueles que estão no nível de "raiz popular".].

Os objetivos e estratégias estão delineados no relatório Sustainable America (América Sustentável), do Conselho Presidencial Sobre Desenvolvimento Sustentável. Quando o Conselho estava operando durante a administração do presidente Clinton, era meramente um dos 150 conselhos similares estabelecidos em países de todo o mundo, todos seguindo as diretrizes da Comissão da ONU Sobre Desenvolvimento Sustentável.

As mesmas etapas e estratégias estão detalhadas em The Local Agenda 21 Planning Guide: An introduction to Sustainable Development (Agenda 21 Local: Guia de Planejamento: Uma Introdução ao Desenvolvimento Sustentável). Essa "estrutura de planejamento para o desenvolvimento sustentável no nível local" foi preparada pelo Conselho Internacional Para as Iniciativas Ambientais Locais (ICLEI) em parceria com o UNEP e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Internacional do Canadá. Lembre-se que o UNEP também preparou a Avaliação da Biodiversidade Global, que supostamente prova a "crise" no meio ambiente. Pode haver um conflito de interesses aqui?

O plano passo-a-passo do ICLEI para transformar as comunidades foi disponibilizado para os repórteres durante a Conferência da ONU Sobre Assentamentos Humanos (Habitat II), de 1996. Depois de participar do evento, comecei a ler minha cópia do plano durante meu voo de retorno de Istambul. Logo fiquei sabendo como os Participantes podem ampliar sua base de trabalho e ainda manter o consenso original: eles simplesmente buscam parceiros que compartilhem de sua visão. Afinal, os parceiros que questionem a ideologia dos Participantes causariam situações de impasse e um processo mais lento. (Essas situações de impasse são uma das muitas críticas feitas ao sistema político americano, expressadas durante várias conferências globais.).

O Guia de Planejamento do ICLEI sugere que os participantes selecionem dois tipos de pessoas para servirem à agenda: (1) pessoas comuns que não têm uma "participação" no antigo sistema e que esperam ganhar poder estabelecendo um novo sistema político, e (2) líderes da mídia, empresariais, políticos, eclesiásticos e educacionais, que precisam ser cortejados e persuadidos a promoverem a transformação dentro de sua esfera de influência. A lista seguinte do ICLEI inclui ambos:

  1. Residentes na Comunidade: mulheres, jovens, povos indígenas, líderes comunitários, professores.
  2. Organizações Baseadas em Comunidade: igrejas, grupos formais de mulheres, grupos sociais tradicionais, grupos especiais de interesse.
  3. Setor Independente: organizações não governamentais (ONGs), academia, mídia.
  4. Setor Privado/Empreendedores: agências de serviço ambiental, pequenos negócios, cooperativas, bancos.
  5. Governo Local e Associações: autoridades eleitas, pessoal administrativo, associações regionais.
  6. Governo Nacional/Regional: comissão de planejamento, empresas de prestação de serviços públicos, agências de serviços, agências financeiras. [8].

Todos os participantes precisam adotar a visão coletiva de uma "comunidade sustentável. Eles precisam se comprometer em buscar os três aspectos do desenvolvimento sustentável — meio ambiente, economia e justiça social, referindo-se ao modelo da ONU para as regulamentações ambientais, controles econômicos e equidade social. Na página 21 do Guia de Planejamento da Agenda 21, do ICLEI, lemos o seguinte:

"O desenvolvimento sustentável é um processo de colocar esses três processos de desenvolvimento em equilíbrio um com o outro... Portanto, a implementação de uma estratégia de desenvolvimento sustentável, envolve negociação entre os principais grupos de interesse envolvidos nesses processos de desenvolvimento. Uma vez que um Plano de Ação para equilibrar esses processos de desenvolvimento seja estabelecido, cada um dos participantes precisa assumir responsabilidade e liderança para implementar o plano."

Enquanto isso, as vozes opositoras precisam ser silenciadas. "A implementação da agenda sustentável requer a marginalização dos críticos", disse Crig Rucker, diretor-executivo da CFACT, um grupo de interesse público conservador em Washington, que lida com as questões do consumidor e ambientais. Ele explica:

"Cientistas de renome que discordam da agenda globalista são ridicularizados e acusados de defender interesses conservadores ou da indústria (quer recebam ou não algum suporte financeiro dela) e seus argumentos científicos nunca são ouvidos. Alguns desses críticos marginalizados são cientistas de muito prestígio, como o Dr. Frederic Seitz, ex-presidente da Academia Nacional de Ciências, e um crítico contundente das teorias da redução da camada de ozônio e do aquecimento global; o Dr. S. Fred Singer, que ajudou a estabelecer os dispositivos de medição em satélites e balões para rastrear o aquecimento global; e o Dr. Edward Krug, que serviu na NAPAAP, entre outros. Alguns, como o Dr. William Harper, chegaram a ser demitidos de seus empregos, por questionarem o dogma ambiental (neste caso, o problema com a redução da camada de ozônio)." [9].

Ignorando estes fatos, praticamente duas mil comunidades em todo o mundo estão seguindo este modelo da ONU para mudança com suporte do ICLEI — e estão sujeitas ao seu sistema de acompanhamento. Aparentemente, o modelo de Santa Cruz está liderando o caminho nos EUA.

Agenda 21 Local — Santa Cruz

A Agenda 21 Local — Santa Cruz (Califórnia) foi criada em 1993 pelos capítulos locais da Associação das Nações Unidas e ACTION (Agenda 21 Community Team Work in Operation). Os participantes originais começaram a "visualizar um futuro sustentável", escolher parceiros compatíveis e organizar as doze Mesas Redondas, que evoluíram para se tornarem doze Áreas de Foco Especial (Agricultura, Biodiversidade & Gestão do Ecossistema, Educação, Energia, Habitação, População, Saúde Pública, Recursos e Reciclagem, Justiça Social, Tecnologia Tóxica e Gestão do Lixo, Transporte, Economia Viável). Cada item está vinculado a grupos de interesse especiais, organizações não governamentais e defensores do globalismo que receberam autoridade (por nenhum membro eleito do governo) para planejar as regulamentações que controlarão nossas vidas.

Você gostaria de dar um olhada nos grupos de interesse especiais que guiam esta Agenda?

A lista de doadores e mantenedores inclui organizações feministas, globalistas, ambientais e de bem-estar social, como o Sierra Club, Earthlinks, Liga Internacional das Mulheres para a Paz e Liberdade, Greener Alternatives, Pacific Bell, Peace Child, Associação das Nações Unidas — EUA, Environmental Ecological Services, Change Management System, Grupo de Trabalho Conjunto Para Prevenção e Educação Sobre o Assédio Sexual, a Aliança de Assistência Humanitária (cerca de 80 provedores de serviço e grupos comunitários) e a Rede Suporte de Bem-Estar Social e Baixa Renda. Lembre-se que "bem-estar social" significa muito mais do que cuidar dos necessitados. Os líderes do serviço social tendem a promover a agenda socialista e muitos têm pouca tolerância pelos cristãos que resistem às suas políticas intrusivas para as famílias.

A Organização Nacional para as Mulheres, a Aliança Regional para a Política Progressista, Liga Internacional das Mulheres para a Paz e Liberdade, e Beyond Beijing (uma organização formada principalmente por feministas que participaram da Conferência da ONU Sobre as Mulheres, em Pequim, China, em 1995) foram todas parte de um Grupo de Trabalho que ajudaram a definir as diretrizes para os braços da justiça social e bem-estar social da Agenda. De acordo com a Agenda 21 Local — Santa Cruz, o foco principal deles é a exportação de meios viáveis para "aliviar a violência da pobreza".

Para eliminar a pobreza e criar as leis e incentivos que estabelecem a "equidade" ambiental, social e econômica, as pessoas precisam adotar o novo paradigma (ou cosmovisão). Elas precisam aceitar os novos valores globais divulgados pela Avaliação da Biodiversidade Global e aprender a ver as questões sociais a partir de uma perspectiva global.

"Esforços locais devem enfocar a educação comunitária, a extensão dos serviços, organização de grupos de raiz popular, monitoração dos impactos da implementação da reforma do bem-estar social federal", declara o Plano de Ação da Agenda 21 Local de Santa Cruz. De fato, a educação continuada está no centro da agenda. Quem estaria disposto a abrir mão do seu automóvel, do quintal de sua casa, e da liberdade para fazer uma caminhada em uma floresta, a não ser que compartilhe a visão de que vale a pena o sacrifício?

A Experiência de Mark

Mark Edward Vande Pol foi o "autor inicial do Plano de Gestão do Ecossistema e da Biodiversidade, na Agenda 21 Local do Condado de Santa Cruz. Em suas próprias palavras, ele se apresentou como voluntário em "um esforço de garantir que a ciência objetiva fosse respeitada na formulação das políticas." E ele tentou. Entretanto, enquanto esteve no cargo, ao testemunhar o que acontecia, ele soube que o processo do consenso prevalecente era terrivelmente errado: "um processo que se preocupava com poder, dinheiro e emoções, não com o meio ambiente." As observações de Mark são de abrir os olhos, revelando que o plano da Agenda 21 e dos programas "Salvemos o Planeta" afiliados são sistemas de cobiça:

  • A cobiça que eles não conseguem ver é a sua própria cobiça:
  • Cobiça de poder controlar como as terras das outras pessoas serão gerenciadas.
  • Cobiça de poder usar livremente a terra dos outros como um parque.
  • Cobiça pelos prêmios como salvadores do meio ambiente... Eles querem tudo e não querem pagar nada. É cobiça.
  • A tentação de fazer o papel de Deus com as propriedades dos outros é endêmica na democracia, pois é um modo de adquirir o controle da riqueza sem ter de pagar por ela.

Os pontos e citações acima foram extraídos do livro de Mark, Natural Process: That Environmental Laws May Serve the Laws of Nature (Wildergarten Press, 2001). Visite as páginas dele na Internet, em http://www.wildergarten.com e http://www.shemitta.com. Nelas, você pode encontrar estudos sobre liberdade e as questões ambientais, junto com informações sobre seus dois livros principais, Natural Processes e seu visualmente surpreendente e provocador comentário sobre Êxodo 23, Shemitta: For The Land Is Mind.

A Agenda para a Educação

No outono de 1994, durante o governo Clinton, o Conselho Presidencial Sobre Desenvolvimento Sustentável veio a Presidio, a antiga base militar do Exército, em San Francisco, que agora sedia a Fundação Gorbachev nos EUA e dezenas de outras organizações globalistas e ambientais que estão ligadas em rede com as Nações Unidas. Aqui, com a vista para a Ponte Golden Gate, eles se reuniram com o Foro Nacional Sobre Parcerias, apoiando a "Educação Sobre o Meio Ambiente".

O relatório conjunto, intitulado Educação para a Sustentabilidade, tornou-se um modelo para a educação sustentável. De acordo com o Plano de Ação de Santa Cruz, o relatório enfocou seis temas:

Para compreender estes termos e o novo sistema educacional internacional que eles representam, talvez você queira ler meu livro Brave New Schools. [Nota do Editor: Este livro é um recurso excelente e pode ser adquirido diretamente no site da autora (http://www.CrossRoad.to). O custo é 11 dólares, mais a tarifa postal.].

Aqueles que não percebem que os agentes de transformação atuais ocultam a ideologia globalista atrás de palavras tradicionais, podem facilmente ser atraídos para a rede de engano pelos sentimentos nobres. Esses argumentos da seção Educação, da Agenda 21 Local Santa Cruz, mostram o quão persuasiva a propaganda deles pode ser para um público incauto:

"À luz da situação mundial atual, incluindo a degradação óbvia do ecossistema global, crise populacional, surtos de violência... há uma óbvia necessidade para educação que apresente uma visão clara de todo um sistema de pensamento ecológico. Em anos recentes, está sendo dada uma grande ênfase à educação ambiental e aos estudos naturais, mas pouco tem sido feito para ensinar sobre a eco-eficiência, as práticas de estilo de vida sustentável e o movimento em escala mundial com relação ao desenvolvimento sustentável."

"A compreensão geral é que precisamos aprender com a natureza como criar comunidades sustentáveis — observando: interdependência e organização, forma e substância, o padrão de vida, cooperação e parceria, e diversidade... Uma perspectiva mais ampla (além das escolas) precisa ser encorajada, incluindo oportunidades pró-ativas de aprendizado por meio da comunidade."

"Oportunidades educacionais e voluntárias recompensadoras existem em todo o condado de Santa Cruz. A maior parte da população está mal equipada para fazer as mudanças de estilo de vida necessárias para reverter a degradação. Nossa experiência coletiva ao longo do tempo mostra que apenas o conhecimento não necessariamente muda o comportamento e incita as pessoas à ação. Estruturas de suporte e incentivos também são necessários."

Este plano de educação dirigido pela ONU já se tornou familiar para muitos de nós. O sistema internacional — construído com base nos objetivos da UNESCO que o governo norte-americano adotou com o lançamento do programa América 2000 e a adoção de Goals 2000 — já transformou as escolas. Veja as seguintes políticas familiares na Agenda Local 21:

"Os sistemas educacionais incentivam o aprendizado experimental e relevante e promovem uma vida saudável e sustentável para todos os seres. Os estudantes adotam a interdependência global e a necessidade de adotar práticas sustentáveis local e globalmente..."

"O foco é colocado em ensinar como aprender e como gostar de aprender. Isto envolve:

  1. Aprendizado cooperativo em grupos capacitadores e participativos, dirigidos pelos próprios estudantes.
  2. Desenvolvimento de um currículo central integrado em todos os níveis que enfatiza o tema da unidade e interdependência da humanidade, de todas as espécies e da Terra.
  3. Participação do aluno no desenvolvimento de seu próprio currículo.
  4. Grupos etários mistos no processo de aprendizagem."

Aprender o que parece "democrático" (em contraste com autoritário) e cooperativo (em contraste com individual) é fundamental para ganhar o consentimento das massas. Todas as idades precisam participar, e cada membro do grupo precisa prestar contas ao grupo — e à politicamente correta "ciência" da informação usada pelos facilitadores treinados para mover o diálogo rumo às escolhas e ações "corretas". Pouco são aqueles que percebem a extensão da manipulação.

Na União Soviética, esse Processo Dialético Hegeliano (Processo do Consenso) foi usado para fazer as crianças abandonarem a lealdade às verdades absolutas e fazerem a transição para a ideologia soviética evolutiva. Hoje, o mesmo processo está sendo usado nas escolas, nas comunidades e nos locais de trabalho no mundo ocidental — e foi apoiado pelo Conselho Presidencial Sobre Desenvolvimento Sustentável, e continua a ser avançado pelas ONGs que compartilham da visão global.

Redes de Longo Alcance

Você está confuso com todas as organizações, programas e palavras da moda que se encaixam no quadro grande? Acha difícil combinar as peças neste imenso quebra-cabeças? Eu acho. Uma razão por que tão poucas pessoas tentam compreender os padrões de mudanças é a complexidade. E ela se torna pior.

"Incentivar a formação de redes", declara o Plano de Ação de Santa Cruz. Você viu os vínculos entre os grupos feministas, ambientalistas, de bem-estar social e governo. Mas, incontáveis outros grupos e organizações também estão envolvidos na infindável rede de enganação. Isto não é maravilha, pois a formação de redes de relacionamento, como o diálogo, ajuda a estender a rede de pesca que puxará as massas humanas.

Considere o relatório do Comitê Presidencial Sobre Desenvolvimento Sustentável intitulado "Vinculação, Diálogo e Educação do Público". Ele foi preparado pelo Grupo de Trabalho do Comitê sobre Vinculação, Diálogo e Educação do Público. Para planejar o rascunho inicial, esse grupo se reuniu no Clube dos Oficiais, na antiga base militar de Presidio, com vários líderes de grupos globais, da ONU, e ambientalistas que estão hoje sediados naquela antiga base militar. Esse rascunho incluiu um chamado para uma vinculação entre "oportunidades de trabalho" e padrões educacionais para a "compreensão" politicamente correta das questões do meio ambiente, econômicas e sociais a partir de uma perspectiva globalista:

"Desenvolver padrões essenciais de aprendizado sobre desenvolvimento sustentável para todos os estudantes, de modo a promover uma compreensão básica do inter-relacionamento entre as questões ambientais, econômicas e de equidade e uma competência básica em vida sustentável. Atender aos padrões de desempenho no aprendizado ajudará a garantir oportunidades de trabalho, em uma economia sustentável emergente e a promover a cidadania responsável em uma sociedade global e interdependente." [10].

Considerando o pano de fundo dessa "mesa redonda internacional", não é maravilha que o relatório final tenha proposto uma mudança na consciência do público, do antigo sistema nacionalista e da livre iniciativa para o novo paradigma socialista e globalista. Os principais objetivos eram:

Lembre-se, aqueles que definem os termos é que escreverão as regras. Aqueles cuja "ciência" educará as massas, controlarão as crenças e o comportamento do público.

No condado de Santa Cruz, na Califórnia, o Grupo de Trabalho Sobre Ligação, Diálogo e Educação, do Comitê Presidencial Sobre Desenvolvimento Sustentável, ajudou a lançar o Programa Household EcoTeam (sustentabilidade dentro do lar) e a Campanha Estilo de Vida Sustentável.

Sustentabilidade dentro do lar? Campanha para estilo de vida sustentável? Sabemos que o governo quer treinar os pais para que criem seus filhos de uma forma politicamente correta. Será se o governo também quer treinar as famílias para um estilo de vida politicamente correto?

É claro que sim. Em parceria com o Plano de Ação Global e o ACTION-Santa Cruz, o grupo de trabalho acima "ajudou os participantes a implementarem práticas de estilo de vida sustentável em seus próprios lares, trabalhando juntos em uma equipe com um lider treinado e seguindo um caderno de exercícios que enfocava seis áreas de ações" (redução do lixo, menor consumo de água, economia de energia elétrica, transporte, consumo ecologicamente sábio e a capacitação dos outros.) [12].

Outros vínculos incluem a Associação Nacional dos Condados e o Conselho de Prefeitos dos EUA. Seguindo as recomendações do Comitê Presidencial, eles "estabeleceram um Centro Conjunto para as Comunidades Sustentáveis para facilitar o planejamento colaborativo."

Lembre-se, o Comitê Presidencial está vinculado com a UNCSD (Comissão da ONU Sobre Desenvolvimento Sustentável), que está vinculado com mais de 150 outras nações que estão implementado a Agenda 21, que estão vinculadas com o ICLEI, que está vinculado com o governo canadense, que está vinculado com a Organização das Nações Unidas, que está vinculada com o Presidio, que está vinculado com o ACTION-Santa Cruz, que está vinculado com a Rede Ambiental dos Rios Globais, que está vinculada com a iniciativa Rios da História Americana, que está vinculada com a Casa Branca, que está vinculada com o Departamento da Educação, e assim por diante.

Tudo está vinculado com a Gestão da Qualidade Total (TQM), o processo para gerenciar e monitorar o desenvolvimento dos recursos humanos e naturais, bem como os produtos comerciais. As escolas, empresas e governos estão adotando a Gestão da Qualidade Total, e o condado de Santa Cruz não é exceção. O conceito de "transformação contínua" é central na Gestão da Qualidade Total e o Plano de Ação de Santa Cruz segue o mesmo. Cada parte desta lista de seu plano de educação relaciona-se com a Gestão da Qualidade Total:

"Continue a preparar os estudantes para a transformação rápida ensinando... pensamento crítico, pensamento criativo, solução de problemas, aprendizado cooperativo, autoavaliação do estudante, equidade intercultural, o uso de tecnologias interativas para patrocinar o aprendizado e a solução colaborativa dos problemas."

Justiça Social

Você se lembra dos participantes que estão definindo a justiça social e preparando seus padrões? Eles incluem a Organização Nacional de Mulheres, Beyond Beijing (Além de Pequim), líderes do bem-estar social, grupos ambientalistas — todas essas vozes exigem a abolição da cultura ocidental, da liderança masculina e dos absolutos bíblicos. Veja a visão deles para o condado de Santa Cruz:

"Estado Desejado: Uma Mudança de Paradigma... Antevemos uma comunidade que se esforça para sair de seu condicionamento histórico e suas zonas de conforto etnocêntricas para ter uma maior empatia e compreensão intercultural — uma comunidade que evite as hierarquias opressivas e que defenda apaixonadamente a inclusão, o respeito e a cooperação com todos os membros."

A tolerância politicamente correta define um novo padrão para comunicação e inclusividade. Esse padrão desqualifica imediatamente o Cristianismo bíblico como exclusivista, odioso, patriarcal e intolerante.

A lista deles de sugestões práticas para transformação combina com as próprias visões que possuem:

Logicamente, o plano utópico deles não funcionará. As pessoas não são naturalmente boas. Cinquenta anos atrás, o Holocausto abriu nossos olhos para a depravação humana, mas muitos se esqueceram daquela mensagem.

Os líderes socialistas modernos afirmam saber como manipular a natureza humana. "Temos de criar pessoas melhores", exortou Shirley McCune, na Conferência dos Governadores Sobre Educação. Dezenove anos antes, a Associação para Supervisão e Desenvolvimento de Currículo, o braço curricular da Associação Nacional dos Educadores (NEA), publicou To Nurture Humaneness em que o professor Raymond Houghton escreveu:

http://www.opensecrets.org/news/2008/07/top-senate-recipients-of-fanni.html"O ponto crítico do controle do comportamento, na verdade, está vindo sorrateiramente sobre a humanidade sem que esta esteja consciente que uma crise está para acontecer. O homem jamais saberá o que está prestes a acontecer." [13].

Esta missão horrenda está agora avançando sob o estandarte da Agenda 21 e com seus parceiros em todo o mundo. Somente um sólido e inabalável compromisso com a verdade é que nos permitirá manter nossa posição. Somente uma clara compreensão das forças malignas que dirigem este programa nos permitirá resistir à manipulação mental que é usada para induzir a obediência.

Se não soubermos que nosso Deus tem o futuro sob Seu controle, teremos toda a razão para temer. Muitos vivem em negação, recusando-se a encarar os fatos dolorosos que expõem esta revolução encoberta e a perda gradual das nossas liberdades — incluindo a liberdade de expressar nossa fé e de compartilhar o evangelho.

Não sabemos quando o Senhor voltará, mas não há dúvidas que em breve enfrentaremos as hostilidades que são parte normal da vida cristã. "Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós", disse Jesus — e não há razão para acreditarmos que no mundo ocidental, de algum modo, conquistamos o direito de escapar dos sofrimentos que moldam os cristãos fieis, resolutos e de coração puro há quase 2.000 anos.

Ao nos posicionarmos juntos contra as forças do mal, oremos para que Deus mostre a cada um de nós como podemos da melhor forma servir aos Seus planos e propósitos. Não vamos nos deixar distrair por questões periféricas.

"Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus." [Hebreus 12:1-2].

Lembre-se, que quando o Senhor Jesus preveniu Seus discípulos sobre os tempos difíceis que teriam pela frente, acrescentou as seguintes palavras de conforto: "Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo." [João 16:33].

Berit Kjos é autora de Brave New Schools e A Twist of Faith. A página dela na Internet é http://www.crossroad.to.

Notas Finais

1. Henry Lamb, Meet Maurice Strong, Eco-Logic, novembro/dezembro de 1995.

2. Muita da ciência "revisada pelos pares" que "prova" que a atividade humana causa os buracos na camada de ozônio e o aquecimento global é contestada por cientistas renomados e que não estão envolvidos em política, que estão perplexos que seus nomes tenham sido usados para validar a fraude.

3. O congressista americano Sam Farr representou o Décimo Sétimo Distrito na Califórnia. Tenho uma cópia desta carta escrita em 3 de junho de 1997 em papel timbrado do Congresso.

4. Cynthia Weatherly, "The Second Annual Model School Conference", The Christian Conscience (janeiro de 1995), pág. 36.

5. Global Biodiversity Assessment (UNEP/Cambridge University Press, 1995), pág. 763, seção 11.2.3.

6. Idem, pág. 838.

7. Idem, pág. 839.

8. ICLEID, pág. 21. Uma lista similar aparece no relatório Sustainable America.

9. De uma nota pessoal de Craig Rucker, 20 de janeiro de 1998.

10. Livreto intitulado The Seventh Meeting of the President's Council on Sustainable Development, The Presidio of San Francisco, 27-28 de abril de 1995, pág. 39.

11. Local Agenda 21 — Santa Cruz, seção Educação, pág. 21.

12. Idem, Local Agenda 21 — Santa Cruz.

13. Raymond Houghton, To Nurture Humaneness: Commitment for the '70's (The Association for Supervision and Curriculum Development of the NEA, 1970).



Parte 2

O Papel da Agenda 21 na Quebra Financeira dos EUA

Autor: Henry Lamb (http://www.freedom21.org)

Nota do Editor sobre Henry Lamb: Nas duas últimas décadas o Sr. Lamb foi reconhecido como um excepcional pesquisador, colunista e autor que escreve sobre do assunto do ambientalismo, Agenda 21, desenvolvimento sustentável e governança global.

Conheci o Sr. Lamb em 1997, ao participar de uma conferência promovida pela organização Soberania Internacional, em Washington, com a conexão inicial feita por nossa amiga em comum, Berit Kjos. Depois daquele evento, eu o encontrei duas outras vezes: em uma reunião sobre a tentativa de designar o rio Kankakee como uma zona de proteção especial, e em meados de 2001, na Conferência Liberdade 21, em Saint Louis. Naquela conferência, ele me deu a oportunidade de falar sobre "segurança coletiva" — uma palestra que, muitos anos depois, foi transformada em uma série de estudos publicados em Forcing Change. Nós nos falávamos por telefone e trocávamos algumas mensagens via correio eletrônico de forma ocasional, trocando artigos ou fazendo perguntas sobre um assunto em pesquisa, e ele sempre me dava seu apoio e incentivo. O trabalho de pesquisa do Sr. Lamb era altamente envolvente. Ele era um dos poucos que ia aos eventos da ONU e às conferências sobre o meio ambiente global, lia os volumosos relatórios e documentos, e extraia as informações mais importantes, ao mesmo tempo que observava atentamente como o global impactava o local. Ele também reconhecia o aspecto espiritual da agenda global coletivista — um ato contra a ordem de Deus. Em outubro de 2001, ele escreveu:

"'No princípio, criou Deus os céus e a terra' é o pressuposto sobre o qual a cultura do mundo ocidental avançou durante mais de 2.000 anos. Esse pressuposto agora se tornou obsoleto — na mente daqueles que criam políticas no mundo. A civilização ocidental sempre acreditou que o homem foi criado à imagem de Deus e que é a joia de toda a criação. Essa crença também está obsoleta na mente de muitas pessoas que implementam as políticas públicas..."

"... Estamos vendo aquilo que era antigamente chamado de 'paganismo' ser renomeado e receber uma nova respeitabilidade, como a Hipótese de Gaia. Estamos vemos a odiosa ideia do governo mundial ser renomeada e receber uma nova respeitabilidade, como governança global. Estamos vendo a erosão do conceito de soberania nacional e a transição para o conceito de equalidade na soberania. A maioria das pessoas neste país não tem ideia que isto está acontecendo. Muitos nem querem saber..."

"... o problema no Congresso é que existem pessoas demais que acreditam nesta propaganda da religião verde e poucos que acreditam em 'No princípio, criou Deus os céus e a terra.'"

Tive o privilégio de contar com o Sr. Lamb como amigo e colega. Ele faleceu em 23 de maio de 2012.

Nota: Neste artigo de Henry Lamb, o termo "desenvolvimento sustentável" é explorado como o relacionamento entre a Agenda 21 e o atual governo dos EUA. O Sr. Lamb também fornece uma conexão entre a Agenda 21, desenvolvimento sustentável e a crise de financiamento da habitação.

Há mais de 20 anos, a palavra mais poderosa na publicidade é "sustentável". Esse termo vende de tudo, desde papel higiênico até velas de ignição de automóveis.

Esse mesmo termo é ainda mais poderoso quando aplicado às políticas públicas como: energia "sustentável", transporte, agricultura, desenvolvimento, habitação, e quase todas as outras políticas consideradas pelo governo. Quando o termo "sustentável" é usado para vender um produto, o produto será mais caro e menos eficiente do que precisaria ser. Quando o termo "sustentável" é usado para vender uma política pública, a política não somente será mais cara e menos eficiente, mas será controlada pelo governo e no fim será um fracasso.

Antes de 1990, o termo "sustentável" raramente era ouvido. Hoje, ele satura a mídia o dia inteiro. Todos conhecem o termo; poucas pessoas sabem que o que é desenvolvimento sustentável, ou o efeito que tem sobre as comunidades, ou o objetivo final de seus proponentes, ou como ele se torna política pública.

A Agenda 21 é um documento adotado por 179 países na Conferência da ONU Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, de 1992, no Rio de Janeiro. Seus 40 capítulos contêm recomendações específicas que, quando adaptadas e implementadas pelos governos, resultarão no desenvolvimento sustentável, de acordo com seus proponentes. Desde 1993, o governo federal dos EUA está promovendo e financiando a implementação das recomendações da Agenda 21 em todo o país.

O governo Obama continuou a partir de onde o governo Clinton parou, avançando na implementação da Agenda 21. O Departamento de Estado está se preparando para suportar o esforço da ONU de converter a Agenda 21 não vinculante, em uma Convenção Sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento que seja juridicamente vinculante e que possa ser imposta pelo Tribunal Penal Internacional. Além disso, há uma enorme quantidade de atividades a desenvolver, antes e após a Conferência Rio+20, no mês de junho.

O Departamento de Estado começou a liderar essa campanha no ano passado. Dois exemplos vêm à mente. O primeiro vem de Lawrence J. Gumbiner, secretário-assistente na Segunda Prep-Com da UNCSD (Comissão Sobre Desenvolvimento Sustentável, da ONU), em Washington, em 7 de março de 2011.

Observe o mapa da estrada global-nacional-local para a Agenda 21 e o desenvolvimento sustentável:

"Os Estados Unidos estão contentes em participarem na PrepCom e contribuírem para que a Conferência Rio 2012 Sobre o Desenvolvimento Sustentável seja bem-sucedida. Desenvolvemos um processo robusto dentro de nosso governo para avaliar o quanto avançamos desde a Cúpula da Terra, realizada em 1992, e identificar os vãos que precisamos tratar e as questões emergentes onde precisamos fazer progressos..."

"Boa governança em todos os níveis é crítica para nossa capacidade de cumprir nossos compromissos com a Agenda 21. Embora os governos nacionais farão os compromissos políticos, dependemos dos governos regionais e locais para implementarem novas políticas no contexto das situações locais, para impor as regulamentações ambientais, para inovar e adaptar soluções que sejam bem-sucedidas nas realidades ambientais, sociais e políticas singulares. Algumas das soluções mais criativas para nossos desafios de desenvolvimento sustentável estão emergindo nos EUA a partir de governos estaduais, regionais e locais. Devemos encorajar as comunidades a fazerem o planejamento integrado, a desenvolverem planos de sustentabilidade e uma Agenda 21 local."

Alguns meses mais tarde, Kerri-Ann Jones, secretária-assistente no Escritório Sobre Oceanos e Questões Científicas e Ambientais Internacionais, no Departamento de Estado, disse o seguinte durante um Diálogo de Alto Nível Sobre a Estrutura Institucional para o Desenvolvimento Sustentável, em Solo, na Indonésia.

"A inclusão da Estrutura Institucional para o Desenvolvimento Sustentável como um tema da Conferência Rio+20 forneceu à comunidade internacional uma importante oportunidade. Como podemos fortalecer o comprometimento para o desenvolvimento sustentável em todos os níveis do governo e por todas as partes da sociedade?..."

"Pensando verticalmente, para alcançar o desenvolvimento sustentável. precisamos tratá-lo em todos os níveis. A ação sobre o desenvolvimento sustentável precisa iniciar com a ação dos grupos de raiz popular pelos governos locais, organizações não governamentais (ONGs), cientistas, empresas e cidadãos."

"O papel dos governos nacionais e das organizações intergovernamentais deveria ser o de facilitar e catalisar os esforços."

"Pensando horizontalmente, o diálogo internacional sobre o desenvolvimento sustentável não pode ser apenas uma discussão de ministros do Meio Ambiente. Ele deve incluir os ministros da Fazenda, do Desenvolvimento e do Planejamento. Ele precisa ser uma discussão entre os representantes dos ministros responsáveis pela Agricultura, Água, Florestas, Saúde, Infraestrutura e Comércio."

"Multilateralmente, nossos esforços nos níveis global, nacional e local precisam se complementar uns aos outros. A iniciativa-piloto da ONU "Delivering as One" busca coordenar, nos níveis nacional e local, as ações e esforços da ONU e racionalizá-los com as ações dos outros doadores e as prioridades dos países anfitriões. Isto também precisa ocorrer no nível global, envolvendo as sedes de vários órgãos da ONU e seus corpos governantes, bem como aqueles de outros doadores e os esforços dos grandes grupos — cientistas, ONGs, empresas e outros..."

"Nos EUA estamos fazendo todos os esforços para facilitar a implementação do desenvolvimento sustentável em todos os níveis e, especialmente, em como as discussões intergovernamentais podem melhorar a eficácia e eficiência do trabalho que a ONU faz em suporte às prioridades e compromissos de um país com o desenvolvimento sustentável."

Com a campanha presidencial ganhando mais atenção, será cada vez mais difícil fazer as autoridades eleitas, ou quaisquer outras, prestarem atenção naquilo que está acontecendo no nível internacional. O governo Obama já assumiu seus compromissos com a ONU e buscará toda oportunidade para cumprir o maior número possível desses compromissos — antes da eleição. Se Obama for reeleito, a única esperança de parar esta marcha rumo à governança global é se os Republicanos conseguirem conquistar o controle do Senado. Obama já disse que levará a Convenção da Lei do Mar ao Senado para ser ratificada. A secretária Hillary Clinton já endossou o Tratado da ONU Sobre as Armas Leves. Ambos esses tratados terão de ser ratificados pelo Senado. Esses são apenas alguns dos eventos que, se Obama vencer, extinguirão a soberania nacional e transformarão os EUA em outra simples unidade administrativa da governança global. Se Obama não for reeleito, há uma chance muito maior de encerrar a tomada de poder por parte da ONU e salvar a soberania nacional do país.

Em 6 de novembro de 2012, os EUA escolherão continuar no caminho atual rumo à governança global, ou colocarão para fora a administração atual, em favor de um retorno à Constituição dos EUA como fundamento para o governo.

Obama e seus colegas são rápidos em afirmar que um voto por um Republicano é um voto para o retorno às mesmas antigas políticas do governo Bush que resultaram na pior recessão desde a era Roosevelt. Não se deixe enganar por esta afirmação. Aqui está uma pequena história, compartilhada por Ken Freeman, presidente da Aliança pelos Direitos do Cidadão, que a mídia e o governo Obama não querem que as pessoas se lembrem:

"O dia que os Democratas assumiram o controle não foi 22 de janeiro de 2009; na verdade, foi 3 de janeiro de 2007, o dia em que os Democratas tomaram o controle da Casa dos Representantes e do Senado, no início do Centésimo Décimo Congresso. O Partido Democrata controlava a maioria de ambas as câmaras pela primeira vez desde o fim do Centésimo Terceiro Congresso, em 1995."

No dia em que os Democratas tomaram o controle do Senado e do Congresso:

  • O índice Dow Jones fechou em 12.621,77.
  • O crescimento do PIB no trimestre tinha sido de 3,5%.
  • A taxa de desemprego estava em 4,6%.

"Aquele foi o dia em que Barney Frank assumiu o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, e Chris Dodd assumiu o Comitê Bancário do Senado."

"O derretimento econômico que aconteceu 15 meses depois foi em que parte da economia? No setor bancário e de serviços financeiros, causado por trilhões de dólares de empréstimos tóxicos (hipotecas de alto risco) dos fiascos de Fannie Mae e Freddie Mac. O presidente Bush pediu ao Congresso 17 vezes para parar Fannie e Freddie — desde 2001, pois a empresa era financeiramente arriscada para a economia dos EUA. Os democratas disseram não. E quem recebeu a terceira maior contribuição financeira de Fannie Mae and Freddy Mac? Obama. [1]. E quem lutou contra a reforma de Fannie e Freddie? Obama e o Congresso Democrata."

O termo Agenda 21 não apareceu durante as discussões no Congresso. Entretanto, não é coincidência, o primeiro elemento do Capítulo 7 na Agenda 21, intitulado "Promovendo o Desenvolvimento dos Assentamentos Humanos Sustentáveis", é 7.5.(a): Fornecer moradia adequada para todos.

E o presidente Clinton revisou a Lei do Reinvestimento Comunitário em 1995 para ajudar a alcançar esse objetivo.

Durante um quarto de século, o desenvolvimento sustentável, conforme definido na Agenda 21, está na raiz dos problemas financeiros dos EUA. O fato é negado e ridicularizado por muitos que sabem que ele é verdadeiro. Um número muito maior desconhece completamente a Agenda 21, e não quer aprender as razões reais para os problemas do país. A próxima eleição determinará o futuro das próximas gerações, que poderão nunca saber o significado da palavra liberdade.

Henry Lamb é o autor de The Rise of Global Governance, presidente de Sovereignty International, fundador da Environmental Conservation Organization e da Freedom 21.

1. Lindsay Renick Mayer, "Fannie Mae and Freddie Mac Invest in Democrats", Open Secrets, 16 de julho de 2008, http://www.opensecrets.org/news/2008/07/top-senate-recipients-of-fanni.html



Parte 3

Em Suas Próprias Palavras: Rumo a uma Constituição Verde Global

Nota: O seguinte é do Cap. 2 do relatório final da Conferência Sobre o Meio Ambiente, Energia e Economia Mundial, realizada em Winnipeg, no Canadá, de 17-20 de outubro de 1990. Patrocinado pela UNESCO e pelo governo de Manitoba, esse evento foi um dos muitos que ajudaram a definir o palco para a Cúpula da Terra de 1992, no Rio de Janeiro. O relatório tinha o título "Desenvolvimento Sustentável para uma Nova Agenda Mundial" e o tema oficial da conferência era "Desenvolvimento Sustentável e a Nova Ordem Mundial".

O debate foi motivado pela evidência que a sobrevivência do planeta está em risco. A questão não é se uma política global é necessária. A questão é como alcançar os acordos vinculantes no Direito, completos, com programas eficazes para aplicar sanções contra a não adesão, que obriguem cada nação, independente do tamanho, a viver segundo um conjunto de princípios que são necessários para garantir a sobrevivência da vida no planeta. Talvez descubramos que não há outra alternativa para um sistema de controles rígidos que alguns comparam a um Estado policial. Infelizmente, de modo a salvar o planeta do biocídio, precisarão existir restrições muito poderosas contra a prática de coisas erradas. As restrições precisam transcender as fronteiras nacionais, ter alcance mundial e poder de serem impostas. Haverá a necessidade de uma agência para impedir que os vândalos ecológicos atuem de forma unilateral.

As agências de imposição da lei precisam possuir o poder de agir sem serem convidadas pela nação infratora. Portanto, precisa existir uma agência que seja aceitável a todos os países do mundo. Podemos provavelmente aceitar o fato que sempre haverá uma ou mais nações que não cooperação, mas precisam existir sanções efetivas em vigor. Se as sanções não funcionarem, então a ocupação física e a instalação de uma Curadoria Mundial será imposta sobre as nações infratoras. Isto não precisa ser uma medida legislativa temida, pois uma vez que ela estiver estabelecida, as nações que considerarem a prática de violações serão dissuadidas apenas por saberem que essas violações não serão toleradas. As nações infratoras teriam de enfrentar a oposição coletiva das outras nações.

O princípio é que nenhuma nação seja mais poderosa do que a coalizão de nações que se oporiam a qualquer desrespeito à Lei da Sobrevivência Global.

Objetivos Básicos

A Constituição precisa ser a expressão política mundial de um sistema radical de novos valores; valores que garantam uma sociedade sustentável, em vez de oportunidades econômicas. Significa o fim para os governos terem o poder arbitrário de agir unilateralmente. Ao revés, viriam ao poder governos que tivessem condições de mais eficazmente formular as implicações de uma Constituição Verde Global na política interna do país.

Jurisdição

A ONU seria uma signatária e assumiria responsabilidade pelos bens globais, como a pesca em alto mar, as montanhas submarinas, a Antártida, quaisquer territórios ainda não incorporados aos inventários nacionais, e o movimento transfronteiras de água fresca, ar e espaço.

Os Estados-nações seriam signatários e assumiriam responsabilidades pelos impactos das atividades industriais e comerciais que ocorrerem dentro das fronteiras territoriais. Um Congresso Ambientalista Global, com autoridade e responsabilidade constitucionais inspecionaria e determinaria o grau de adesão de cada nação signatária. Quando ocorrer desrespeito persistente, esse Congresso poderia iniciar sanções apropriadas.

Implementação

Um esforço educacional maciço e persuasivo é necessário para desenvolver uma perspectiva global na população de cada Estado-nação. O grau de dedicação da nação em educar sua população seria a primeira indicação do governo verde. O processo de educação se centralizaria na necessidade de uma Constituição Verde Global. Ele enfatizaria a segurança da pessoa, bem como do planeta. Eventualmente, um referendo público seria realizado em cada Estado-nação com o objetivo de obter uma maioria simples para instituir uma Constituição Verde Global. Os governos dessas nações, em que uma maioria declarou uma Constituição Verde Global em votação de referendo, indicariam que elas estão preparadas para participarem de um Congresso Constitucional Verde Global. O documento constitucional que for criado por esse Congresso será distribuído para a população de cada nação e a ratificação será procurada realizando-se outro referendo nacional. O governo de cada nação será no fim um signatário da Constituição Verde Global.

A obrigação de fazer isto viria da pressão de raiz popular dentro das sociedades democráticas. As nações menos democráticas, ou as ditaduras, seriam convencidas a virem para este lado por meio de sanções, como foram feitas, por exemplo, contra a África do Sul.

Tempo Propício

A Constituição Global Verde, ratificada pelo povo de todas as nações, estaria em vigor até o último dia do ano 2000. A adoção dela habilitaria os povos a entrarem no século 21 em um tom otimista (com desculpas para aqueles que usam um calendário diferente).

Chances de Sucesso

Se uma votação de referendo fosse realizada agora, antes de um programa intensivo de educação, o esforço fracassaria. São necessários cinco anos de educação para produzir uma compreensão universal que viverermos em um mundo, ou não viveremos. Utopia ou Extinção, a escolha é nossa. A Constituição Global Verde tem de estimular os Estados-nações do mundo a se moverem em direção à sustentabilidade por osmose, se não de forma proposital.

É minha opinião que uma Constituição Verde Global é necessária. Entretanto, seria muito melhor se os mesmos objetivos pudessem ser alcançados sem ter de instituir outro conjunto de leis para regularem a atividade humana. Como as questões estão agora, a partir da perspectiva de estar envolvido em lidar com a natureza global do problema que estamos enfrentando, só posso visualizar uma Constituição Verde Global que tenha legalidade e o suporte coletivo necessários para impor a obediência. O que espero alcançar com a apresentação deste artigo para os educadores, representantes do governo e pessoas interessadas, é plantar a SEMENTE a partir da qual, espero, uma iniciativa se desenvolva que seja apoiada, propagada e que finque raízes por toda a parte.


Fonte: Forcing Change, Edição 5, Volume 6.
Data da publicação: 17/6/2012
Revisão: http://www.TextoExato.net
A Espada do Espírito: https://www.espada.eti.br/fc-5-2012.asp